sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Seria Paulo um Pregador Pentecostal?

Paulo 2

Vivemos numa época em que muitos pregadores se intitulam pentecostais sem sequer saberem o que significa ser um pentecostal.

Por outro lado, muitos pentecostais ignorando a diferença entre o pentecostalismo e pseudopentecostalismo, colocam ambos os segmentos no mesmo bojo. Daí ser importante dizer que as verdades pentecostais – termo empregado pelos teólogos pentecostais para designar as doutrinas paracletológicas – não foram inventadas pelas igrejas pentecostais.

Se vivesse hoje, Paulo seria chamado de pregador pentecostal? Sim.

As instruções contidas nas passagens de 1 Coríntios 12:1-4, Efésios 5:18-19 e 1 Tessalonicences 5:19-21, especialmente, provam que Paulo vivia e propagava as doutrinas do Espírito Santo conhecidas como verdades pentecostais.

Em Atos 9 e 13, vemos que ele foi e permaneceu cheio do Espírito Santo. E a sua conduta em Éfeso, em sua terceira viagem, é a principal evidência de que ele era um autêntico pregador pentecostal. “E impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam” (At 19:6).

Não pense que Paulo mudaria o evangelho, caso viesse em nossos dias, mas, com certeza Paulo não seria um pregador espalhafatoso, animador de auditório ou humorista. Ele também não usaria técnicas psicológicas para “curar” a alma nem seria um showman. E, com certeza, se irritaria com a falta de ordem nos cultos e com as inúmeras bizarrices do “mundo gospel” que, pouco a pouco, foram sendo incorporadas ao culto por meio da manipuladora técnica de introjeção de heresias dos falsos apóstolos da atualidade.

Paulo reafirmaria tudo o que escreveu em 1 Coríntios 14, pontificando que o verdadeiro culto é formado por salmos, doutrina, revelação, língua e interpretação (v.26).

Nos dias atuais em que o ser humano tem sido endeusado, a mensagem pregada por Paulo seria 100% cristocêntrica. Ele jamais negociaria o inegociável, mas pregaria com certeza o evangelho da cruz de Cristo.

Ele daria maior importância à vitória sacrificial de nosso Senhor Jesus Cristo e não trocaria a simplicidade que há em Cristo pela sofisticação dos modelos de crescimento numérico, como “igreja emergente”, “igreja com propósitos”, “igreja em células”, etc.

Afinal, o que salva, de fato, não é o discipulado, que hoje, tem sido mais valorizado que o próprio evangelho, é o Espírito Santo quem convence o pecador do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8-11) e o insere no Corpo de Cristo como uma nova criatura (1 Co 12:13).

Paulo com certeza pregaria sobre ressurreição, sobre o arrebatamento, que a nossa cidade está nos céus, de onde esperamos o Senhor e Salvador Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, mortal, sujeito às enfermidades, em um glorioso, incorruptível, semelhante ao de Jesus (Fp 3:20,21).

Nestes tempos pós-modernos, Paulo teria muitos inimigos, insensíveis, céticos, amantes de sua própria “verdade”. As feministas e os ativistas homossexuais teriam ódio dele.

Ele seria tratado de machista e preconceituoso. Os pregadores da Teologia da Prosperidade detestariam as suas críticas. As celebridades do “mundo gospel” ironizariam a sua conduta contrária ao fã-clube.

Muitos teriam vontade de calá-lo, mas, ele jamais se intimidaria e continuaria pregando “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7).

Pr. Ciro Zibordi

Pb. João Placoná