terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Final de Ano

final de ano

Por todo o planeta, a passagem do ano velho e a chegada do ano novo são comemoradas de várias maneiras. Enormes quantias de dinheiro são gastas com álcool e fogos de artifício, e muitas organizações filantrópicas argumentam que, se esse dinheiro fosse doado para saciar a fome dos povos carentes do mundo, um bem incomensurável poderia ser alcançado.

Isso, sem dúvida, é verdade, mas a fome, num sentido metafórico, não diz respeito somente à comida. 

Há milhões que Anseiam Por amor, liberdade e uma direção de vida. Eles podem ser ajudados?

É claro que podem! O Senhor Jesus Cristo oferece “pão” a todos os famintos e explica o que isso significa. Precisamos “vir até Ele” com nossa fome ou necessidade.

Crer nEle, o único que morreu pelo pecado de outros, traz salvação, disponível a todos. E não é apenas salvação o que Ele dá.

Crer no Senhor Jesus e em Sua obra de salvação por nós é o começo de uma nova vida sob Sua direção e bênção. 

Permita que o Filho de Deus mude e dê forma à sua vida! Se você fizer isso, descobrirá que toda a sua fome e sede de amor e satisfação serão completamente saciadas.

Jesus Cristo não é apenas o “pão” que satisfaz nossa vida na terra. Os cristãos têm a confiança de que estarão com Ele na eternidade, salvo do julgamento de Deus que virá sobre todos aqueles que rejeitam Sua oferta de graça e amor.

Essa confiança proporciona uma maravilhosa tranquilidade na chegada do ano novo. Que contraste com a incerteza e a preocupação com que muitos encaram o futuro!

Mais um detalhe: Quando falamos “vir até Ele” estamos querendo dizer que só Ele e através Dele obtemos a paz e a salvação eterna. Nada de intermediários, nada de idolatria, nada de consultar mortos, nada de adivinhos!

“...Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim (Jesus)”. João 14:6.

Está claro! “Eu (Jesus) sou o caminho...” somente este caminho, então, não procure outro, pois vai se dar mal, MUITO MAL!.

Boa Semente

João Placoná – Presbítero, Bacharel em Teologia, Pregador da Palavra, Palestrante e Articulista.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Devemos Determinar? Sim! Veja como.

martelo

A vida cristã é dinâmica. Diariamente crescemos de fé em fé, e precisamos dar passos importantes para que este crescimento ocorra de forma saudável. E estes passos são dados quando determinamos coisas para nossa vida e exercemos a nossa fé em relação a estes aspectos da vida cristã.

Alguém poderá dizer: não há na Bíblia qualquer menção de que o crente deva determinar coisas em sua vida; isto é mais uma falácia da “teologia da prosperidade, etc”.

Permita-me discordar. As Escrituras mostram, implicitamente, a necessidade de o crente tomar certas atitudes e dar certas ordens a fim de que possamos alcançar vitórias em vários aspectos da nossa vida.

O fato inegável, presente no espírito das Escrituras, é que o crente precisa aprender a DETERMINAR para poder alcançar bênçãos e vitórias em sua vida.

Como pessoas chamadas a ser cabeça, e não cauda, não podemos e nem devemos simplesmente esperar as coisas acontecerem, ou as bênçãos caírem do céu. Precisamos DETERMINAR a fim de que realmente as bênçãos nos alcancem e nos tragam a vitória que tanto precisamos.

Assim, apresento alguns aspectos da vida cristã em que precisamos DETERMINAR para alcançarmos a nossa vitória.

Primeiramente, DETERMINE que a partir de agora você vai se esforçar para ser um cristão melhor. A partir de hoje, você vai determinar, exercer a sua fé e se esforçar ao máximo no sentido de orar mais, jejuar mais, ler mais a Bíblia.

Determine quanto tempo e quantas vezes por dia você vai orar. Determine quantos minutos por dia você vai ler a Palavra. Determine a frequência semanal que você vai jejuar. Determine, e lute para cumprir suas próprias determinações!

DETERMINE que de agora em diante irá frequentar mais os cultos regulares de sua Igreja, principalmente os cultos de oração, doutrina e Escola Bíblica. São os passos básicos para que você aprenda mais acerca de Deus e da sã doutrina.

Determine neste aspecto que irá se esforçar mais a chegar à Igreja antes do início do culto (afinal, você não faz isso no seu trabalho todos os dias?) e que vai participar dos cultos com reverência e temor.

DETERMINE também que a partir de agora você vai participar mais ativamente das atividades da sua Igreja, como evangelismo, trabalho social etc, e vai se engajar em algum departamento da Igreja, trabalhando não para a liderança, mas para Deus.

DETERMINE acerca daquelas áreas de maior fraqueza em sua vida: inclinações para a carne, pornografias, mentiras, enganos, roubos, adultérios etc. DETERMINE que você irá combater ferrenhamente contra estes pecados, se preciso até o sangue (Hb 12:4).

DETERMINE que você se tornará mais sensível às necessidades de seus irmãos. Passe a ajudar ao próximo em suas necessidades financeiras, não se afaste do pobre e faça o que estiver ao seu alcance para saciar sua fome, pois fomos ensinados pelo Senhor Jesus que “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20:35). Procure fazer isso nos moldes ensinados pelo Senhor Jesus: “quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” (Mt 6:1-4).

DETERMINE que você se tornará mais liberal nas ofertas para a sua Igreja, ofertando com fé, alegria e disposição, contribuindo com missionários que têm compromisso com a pregação do verdadeiro Evangelho.

DETERMINE que buscarás o controle da tua língua, de sorte que doravante vigiarás tua boca para não falar mal do teu próximo, nem difamá-lo, e que também não emprestarás teus lábios para propagar qualquer doutrina falsa, mas que permanecerás fiel ao são Evangelho da graça de Deus.

DETERMINE que você moldará seu caráter, tomando como base o caráter de Deus. Se você roubava, DETERMINE que de hoje em diante não mais roubará. Faça o mesmo em relação às fornicações, adultérios, fraudes, mentiras etc.

DETERMINE que, se aparecer algum dinheiro misterioso em sua conta bancária, você procurará o gerente de seu banco e devolverá o que não é seu.

DETERMINE que se você encontrar uma carteira na rua, devolverá ao legítimo dono com tudo o que nela esteja, inclusive o dinheiro.

DETERMINE que você se tornará um cidadão cumpridor de seus deveres e obrigações. Determine que não mais sonegará impostos. Determine que pagará as suas contas em dia, e não mais dará calotes no comércio, zelando assim pelo nome de Cristão que carregas.

Agora, depois de tantas e necessárias DETERMINAÇÕES, você vai compreender que a determinação cristã tem seus limites. Você tem poder para determinar coisas em sua vida, novos alvos, novos rumos, desde que estejam dentro de sua alçada, desde que você tenha o poder de fazer algo para que sua determinação possa ser alcançada com seu esforço.

Entretanto, qualquer determinação para que Deus realize seus desejos de prosperidade, cura, vitória, sustento etc, não estão em seu poder!

O ato de determinar coisas para a nossa vida é bíblico. Um dos maiores exemplos disto é o episódio da visita do Senhor Jesus à casa de Zaqueu. No ápice desta visita, o dono da casa determinou coisas profundas para a sua própria vida, e que com certeza o transformaram de forma profunda, de dentro para fora: “Senhor, eis que dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado” (Lc 19:8).

O problema é que a famigerada e antibíblica “teologia da prosperidade” desvirtuou completamente o sentido das verdadeiras determinações que o homem precisa fazer. O que se observa é que as pessoas estão muito mais interessadas em determinar coisas físicas e materiais para si mesmas, de forma egoísta e mesquinha, do que determinar coisas realmente importantes, coisas que refletirão em sua vida e seu caráter, moldando-o como legítimo cidadão do reino de Deus.

Existem dois tipos de “determinações”: as que estão dentro de nossa alçada e autoridade e as que não estão. As que nos dizem respeito são aquelas que englobam a mudança de vida.

As acima de nossa alçada, como, por exemplo, determinar coisas para Deus, exigindo que Ele cumpra nossos caprichos, mormente os financeiros, não são bíblicas e são, na verdade, placebos — pílulas de farinha!

Deus não se compromete com a realização de nenhum dos nossos pedidos que estejam fora da Sua vontade, e muito menos com ordens ufanas e antibíblicas.

Deus, o Eterno Criador, não se submete aos nossos caprichos e nem se obriga a atender determinações tolas. Ele é o Oleiro, e nós somos apenas barro em suas mãos! Tentar-lhe dar ordens, determinar coisas para Ele satisfazer obrigatoriamente vai de encontro à mensagem das Escrituras, como bem afirmou Isaías, o profeta messiânico: “Vós tudo perverteis! Como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Não me fez; e o vaso formado dissesse do seu oleiro: Nada sabe” (Is 29:16), e “Ai daquele que contende com o seu Criador! O caco, entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos?” (Is 45:9). Paulo, apóstolo aos gentios, afirma: “Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?” (Rm 9:18).

Imaginem um soldado raso dando ordens a um general! Eis a mais adequada comparação a ser feita em relação ao crente adepto da “teologia da prosperidade” dando ordens a Deus.

Mas o fato inegável é que a verdadeira “Doutrina da Determinação” é bíblica. Somos chamados a negarmo-nos a nós mesmos e tomarmos a nossa cruz e seguir o Senhor (Mt 16:24), e para isto é necessária MUITA DETERMINAÇÃO!

Mas estas determinações se limitam àquilo que podemos lutar para mudarmos nosso caráter, nossas atitudes e nossas ações a fim de nos tornamos cristãos melhores, mais zelosos, mais fieis. O que disso passar, é maligno, e se enquadra perfeitamente nas palavras de Tiago, irmão do Senhor e pastor da Igreja em Jerusalém: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4:3).

A vitória está intimamente ligada à Palavra de Deus, e diretamente proporcional à obediência ao que Ele nos prescreveu (Dt 28:1-14).

Portanto, aquele que deseja ter vitória em TODOS os aspectos de sua vida, deve não determinar coisas para que Deus, obrigado e coagido, o abençoe, e sim DETERMINAR que será um crente mais obediente, mais observador da Palavra. Faça isto, e a vitória será certa!

Antes de erguer sua voz de forma insolente, prepotente e desrespeitosa ao Criador para dar-lhe ordens e determinações, lembra de determinar primeiro a mudança para tua própria vida, e lutar em prol destas determinações!

Depois disto, entenderás por que Cristo nos ensinou com o próprio exemplo acerca de fazermos a vontade de Deus, e não de Deus fazer Se submeter às nossas vontades egoístas (Mt 6:10; Mt 26:39, 42)!

Zilton Alencar

Cleucí Hedlund

João Placoná – Presbítero, Bacharel em Teologia, Pregador da Palavra, Palestrante e Articulista.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Frases comuns nas Igrejas Evangélicas

eis que

Abra a boca e profetize; as palavras têm poder.

Abram suas Bíblias no livro “X”. Quem encontrou diga amém, quem não encontrou diga misericórdia.

Ah, seu problema é maldição hereditária.

Amém? Está fraco. AMÉM? Amém ou não amém?

Chega de esperar; hoje o seu milagre vai chegar.

Compre esta Bíblia fantástica com os comentários de…

Cuidado para não perder a benção, irmão.

Dê o melhor que você tem, Deus não quer troco de ônibus.

Deus abrirá uma porta de emprego para você, meu irmão.

Deus está operando poderosamente.

Deus me revelou que 50 irmãos vão contribuir com mil reais cada um. Quem é o primeiro? Se não há ninguém, então deve haver aqui 50 valentes que vão contribuir com quinhentos… Agora chegou a sua vez, meu irmãozinho querido... Todos vocês que sobraram tragam suas ofertas de um real.

Deus vai enxugar suas lágrimas.

Essa doença não existe, ela é apenas uma ameaça do Diabo.

Esse acidente aconteceu porque você deve ter dado brecha.

Estamos num mover apostólico e o avivamento brasileiro é semelhante ao do livro de Atos.

Estou vendo um anjo de 5 metros de altura na porta principal... Oh glória!

Estou sentindo uma opressão aqui...

Estou vendo uma obra de bruxaria em sua vida.

Eu tinha preparado uma mensagem, porém o Espírito Santo quer que eu pregue sobre prosperidade.

Fui chamado para ser um levita na casa do Senhor. Posso cantar na sua igreja e vender meus CDs?

Hoje eu deixo de ser crente se Deus não operar um milagre.

Hoje vamos ouvir o testemunho do Irmão que era gay, traficante, drogado, macumbeiro, cafetão, morto, satanista, sei lá o que, e que agora é crente.

Incendeia tua noiva, Senhor.

Infelizmente ele preferiu morrer sem salvação a voltar pra nossa igreja.

Irmãs, não deixem de passar na Cantina, lá vocês encontrarão salgadinhos, bombons e bolos abençoados.

Irmãos, Deus me deu revelação... Este será o ano de Elias, de Josué, de Gideão, de João Batista…

Irmãos, hoje o Senhor falou comigo pela manhã para trazer esta Palavra...

Minha irmã, você precisa da nossa cobertura espiritual!

Minha teologia é joelho no chão!!!

Não adianta fugir de Deus, Ele vai te pegar na curva.

Quem não dá o dízimo na casa de Deus, mas acaba “dando” na farmácia.

Não diga a Deus que seu problema é grande; diga ao seu problema que o seu Deus é grande.

Não diga isso. As palavras têm poder!!

Não há nada de errado com o dinheiro; o único problema é o amor ao dinheiro.

Não se esqueça de enviar os boletos bancários que eu prometo subir o monte nesta madrugada e interceder por sua vida.

Não toque contra o ungido do Senhor.

Não troque sua salvação por um copo de cerveja.

Nesta noite Deus vai distribuir sapatos de fogo.

Nós somos um povo que não conhece derrota.

Nossa denominação ainda vai conquistar o mundo.

O diabo tentou impedir que você viesse aqui nesta noite, porque ele sabia que você seria abençoado.

O Espírito Santo está me revelando que existem ladrões nesta igreja que não entregaram seus dízimos.

O Rei Leão da Disney é gay!

O Reino de Deus precisa de um candidato na Câmara; vamos eleger nosso irmão (?) que vai fazer a diferença.

Ora em línguas aí, irmão!

Plante sua semente aqui e agora que você vai colher cem por um.

Posso ouvir 3 aleluias e 8 améns?

Quando o crente ora, deve esperar retaliação do Diabo.

Quando vejo essa multidão de quinze mil pessoas, só tenho vontade de dizer que amo cada um de vocês.

Quando você não entrega o dízimo na casa de Deus, Ele não tem compromisso financeiro com você.

Quanto mais glória você manda pra cima, mais glória Deus manda pra baixo.

Quem quer receber uma bênção de Deus hoje, levante a mão.

Quem der o maior glória é que será abençoado!

Quem tem um caroço em qualquer lugar do corpo, levante a mão que Jesus vai curar agora.

Quer vitória? Vai chorando geme e chora.

Quero que vocês deem uma oferta especial para manutenção do nosso programa de rádio e TV, pois foi Deus quem mandou pregar na mídia.

Sabe qual o nosso problema? O mundo está entrando na igreja.

Se não acontecer o que estou profetizando sobre sua vida, eu rasgarei a minha Bíblia...

Se não vier pelo amor, vem pela dor.

Se você não der o dízimo estará roubando a Deus...

Seja um adorador extravagante!

Semana que vem teremos mais uma sessão de cura interior.

Tá amarrado!

Teremos uma explosão de milagres na maior concentração religiosa da história.

Tive uma visão que no estacionamento da igreja só tinha carro zero km.

Todo inimigo, fora daqui!

Todos os que fizerem a campanha das sete semanas alcançarão seus sonhos.

Vamos ficar em pé para receber o Grande Homem de Deus, fulano de tal, com uma salva de palmas.

Venha para Jesus e pare de sofrer.

Você é a menina dos olhos de Deus.

Você é filho do Rei e não merece estar nessa situação.

Você não está prosperando irmão? Então eu pergunto: Você é dizimista?

Você que não dá o dízimo não tem moral pra exigir nada de Deus.

Fonte:  joaozynhocamargo.blogspot.com 

João Placoná – Presbítero, Bacharel em Teologia, Pregador da Palavra e Articulista.

Lutero e os apóstolos modernos

Martinho Lutero

Suponhamos que fosse possível construir uma máquina do tempo e que alguém fosse em Wittenberg em  01 de novembro de 1517 e convidasse o reformador Alemão Martinho Lutero, a fazer uma visita ao século XXI.  

Ao chegar ao Rio de Janeiro, com certeza Lutero se encantaria com a beleza da cidade, com o topografia privilegiada da capital fluminense, com a espontaneidade do carioca e com a alegria do povo brasileiro.

Todavia, se fosse levado a uma igreja neopentecostal  o grande Reformador ficaria apavorado.

Imaginemos então o diálogo entre Lutero e um apóstolo tupiniquim:

Lutero: Boa tarde! Estou feliz por estar aqui na cidade maravilhosa, Me disseram que o Rio de Janeiro possui milhões de protestantes. Louvado seja Deus pela salvação deste povo.

Apóstolo: Grande Lutero, eu declaro a bênção de Deus sobre sua vida, eu determino a vitória sobre sua vida, e ministério.

Lutero: Como assim determino? Por acaso não é Deus que possui este poder?

Apóstolo: Lutero, por acaso você nunca leu na Bíblia que tudo aquilo que Jesus conquistou na cruz é direito nosso? Ora, você desconhece o fato de que não somos cauda e sim cabeça? Não entende que temos poder para fazer o homem prosperar e crescer segundo a vontade de Deus? 

Lutero: Apóstolo, Aliais, apóstolo? Estranho isso! Sua interpretação bíblica está absolutamente equivocada!

Apóstolo: Lutero, você não entende dos mistérios de "Papai", deixemos isso para lá! Bem, soube que você compôs uma canção chamada "Castelo Forte" e que nela você diz o seguinte "se tivermos que perder, família, bens,  poder."  Por acaso você disse isso mesmo? Meu Jesus amado, quanta ignorância! Rapaz será que você nunca ouviu falar na unção da nobreza? Deixe-me lhe dizer uma coisa: você está atrasado meu filho! Se você não tomar posse da bênção, vais morrer na miséria. Mas, veja bem, vou lhe ensinar uma coisa: Se você contribuir com o meu ministério internacional e apostólico semeando ofertas generosas de 10 mil dólares, em minha conta pessoal, sua vida mudará da água para o vinho. Você crê nisso? Então decrete a bênção!

Lutero: Como é que é? Eu que bebo a cerveja de Wittenberg e você que fica de porre?  Isso é simonia! 

Apóstolo: "Simo" o que? 

Lutero: Venda de indulgências. Você está fazendo exatamente o que a igreja Romana fez em minha época. Isso é pecado, é heresia e precisa ser combatido.

Apóstolo: Preste atenção como fala comigo, eu sou autoridade e questionar meus ensinos e decretos é tocar no ungido do Senhor. Cuidado, porque eu tenho poder para amaldiçoa-lo em nome de Deus.

Lutero: Mas quem age assim é o papa e seus cardeais. É o Papa que toma pra si uma autoridade que não lhe pertence. O papa diz que ele é representante de Deus, vigário de Cristo  e que quando ele fala "ex-cátedra" sua palavra é inquestionável. 

Apóstolo:  Vejo que você não entende nada!  Eu sou ungido do Senhor! Eu sou apóstolo ao contrário de você que é um mongezinho. Caro Lutero, diante da sua arrogância em me enfrentar eu profetizo sua miséria até que se arrependa do seu pecado e me honre com as suas primícias.

Lutero: Como assim?

Apóstolo: É simples meu caro alemão. Tudo aquilo que receber você destinará uma pequena parte para honrar o meu ministério. Agindo assim, Deus te abençoará.

Lutero:  Seu filho do diabo até quando perverterás o povo de Deus? Isso que está fazendo afronta a Palavra de Deus.  Por  favor me diga aonde é sua igreja? Preciso levar umas coisinhas para lá? 

Apóstolo: Vejo que se arrependeu meu caro alemão. A minha igreja fica na Rua da prosperidade, no bairro da unção profética.

Lutero: Não. Não me arrependi. Gostaria de colocar na porta de sua igreja a cópia de umas teses que ontem coloquei no Castelo de Wittenberg.

Que Deus tenha misericórdia da Igreja brasileira.

Pr. Renato Vargens

João Placoná – Presbítero, Bacharel em Teologia, Pregador da Palavra, Palestrante e Articulista.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Não nos deixe cair em Tentação

teentação

“e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal. Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre, Amém.” – Mateus 6:13.

Todos os cristãos, em maior ou menor grau, passam por momentos de tribulação e angústia em virtude das tentações. 

A tentação pode ser expressa como uma vontade, contrária à Palavra de Deus, que surge em nossos corações e tende a nos afastar do caminho da Verdade.

Essas vontades, quando unidas com atitudes que colaboram com elas, dão origem ao pecado:

“Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” – Tiago 1:14-15.

As tentações ocorrem em nossas vidas em virtude da fraqueza da nossa natureza, que a Bíblia chama de carne.

Aqueles que são fracos para o sexo, terão tormentos nesse aspecto, com constantes desejos sexuais e dificuldades de serem fiéis a seus cônjuges; aqueles que sofrem com avareza e ganância, serão tentados a acumularem muitos bens e pouco usufruem do que tem; aqueles que gostam das “delícias do mundo”, serão tentados a experimentarem coisas que provavelmente destruirão suas próprias vidas…

Jesus, sendo Deus, conhecia a tendência do homem a sucumbir diante das tentações. Ele sabia que a nossa natureza, enferma pelo pecado, era continuamente arrastada pelos ventos dos desejos carnais e que, sendo naturalmente fracos para resistirmos a tais vontades, não poderíamos vencê-las sem ajuda.

Por isso, desde o princípio de Seu Ministério, ensinou os discípulos a orarem clamando por socorro: “Não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal”.

Jesus não ensinou a seus discípulos que a tentação não viria mais a partir do momento que se convertessem, mas os instruiu a clamarem por socorro diante de Deus quando se sentissem presos nas redes das tentações.

Hoje em dia existem muitos irmãos que estão enredados em laços de tentação e sentem-se completamente frustrados e desanimados com relação à própria fé.

Sentem-se fracos, abatidos e até mesmo indignos de serem chamados cristãos.

Quero, contudo, ajudá-los nesse estudo a vencerem essas ciladas e se fortalecerem pelo poder de Jesus.

Em primeiro lugar, é preciso que vocês saibam e tenham plena consciência de que as tentações não se derramam somente sobre você, mas sobre todos os que estão na Terra!

Vocês estão sendo tentados? Também eu!

Estão sendo atacados de diversos lados por coisas que, por sua profissão de fé, desejam abandonar e vencer? Eu também!

Não há um ser humano na Terra que seja tão santo e reto que não passe por isso!

Pensem no seguinte que a Bíblia diz:

“Tendo, portanto, um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou os céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” –Hebreus 4:14-15.

Meus irmãos, se Jesus foi tentado, sendo Filho de Deus, imagine nós, pecadores miseráveis!

Se Ele, que não conheceu pecado, foi tentado, o que dizer de nós, que nascemos no pecado!

Por isso, tentação é algo que suportaremos enquanto vivermos nesse mundo e isso porque esta é uma arma de Satanás, que busca destruir os filhos de Deus.

Contudo, cabe salientar que a tentação em si não é pecado, pois como diz o texto: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”.

Se tentação fosse pecado, como o diabo tenta convencer a muitos, levando-os quase ao desespero, o Senhor Jesus não poderia nos salvar, pois então Ele teria pecado.

Ser tentado não é pecado, mas um convite a pecar. Aceitá-lo ou não cabe àqueles que são tentados.

Mas cabe aqui outro ponto muito importante: Se nossa natureza é fraca e enferma pelos pecados, se nascemos em pecado, como podemos resistir às tentações e vencê-las como Jesus fez?

Jesus não conhecia pecado, mas eu sou nascido em pecados. Ele resistiu, mas como eu posso resistir?

Por vezes me sinto levado pelo vento dos meus desejos e por mais que tente me livrar, mais forte se torna a tentação para mim. Como posso vencer isso?

Respondo a essas perguntas com a frase que Jesus disse aos seus discípulos quando indagado acerca da salvação:

“Jesus, fixando neles o olhar, respondeu: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível” - Mateus 19:26.

Deus, através de Jesus Cristo, nos dá poder para resistirmos às tentações que vem contra nós. Quando uma pessoa tentada volta seu olhar para o céu, em direção ao Trono de Deus e para Aquele que se assenta sobre o Trono e clama por socorro, suplica o seu favor e admite suas fraquezas e incapacidades diante das lutas que enfrenta dentro de sua própria alma, Jesus, que passou por todas as tentações do diabo, sem ceder a nenhuma delas, contempla nossa condição, lembra de nossa incapacidade e age derramando sua graça e o poder necessário para resistência ao mal:

“Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno” – Hebreus 4:15-16;

“Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar” - I Coríntios 10:13;

“Sujeitai-vos, pois, a Deus; mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós” – Tiago 4:7;

“Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos estão-se cumprindo entre os vossos irmãos no mundo” – I Pedro 5:8-9.

Com firmeza de fé, crendo em Jesus Cristo que limpa do pecado pelo Seu sangue, somos fortalecidos e podemos resistir ao diabo.

Veja que, conforme disse Tiago, primeiro é sujeitar-se a Deus (crer Nele, em Seu Filho, em Seu Sangue derramado), depois podemos resistir.

Essa resistência é possível achegando-nos ao Trono da Graça, de onde recebemos misericórdia e achamos Graça, para sermos socorridos.

Mas pode alguém pensar que está perdido, pois não só foi tentado, mas caiu em suas redes e cedeu, cooperando com a tentação para consumação do pecado. A você amado(a) eu digo:

“Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” - I João 2:1-2;

“Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” - I João 1:7-9;

“Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” – João 6:37.

Se você que pecou vier a Jesus Cristo, Ele não te lançará fora! Pelo contrário, te receberá, mesmo que tenha caído mil vezes. Ele nunca recusou o pecador, mas o livra do pecado. Ele é o Advogado que está diante do Pai desfazendo as acusações do inimigo; Ele é a propiciação pelos nossos pecados e nos purificou pelo Seu Sangue.

Venha com seu fardo pesado de culpa e descarregue-o aos pés da cruz.

Ore pedindo-lhe forças e graça para resistir às tentações. Clame pelo Seu Nome, pois Ele é Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz (Isaías 9:6).

Receba Dele Paz, Conselho e Fortaleza contra todo o mal.

Que Deus os abençoe em Nome de Jesus Cristo!

Fernando Heitor de Siqueira

João Placoná – Presbítero, Bacharel em Teologia, Pregador da Palavra, Palestrante e Articulista.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

O tipo certo de Fé

fé salvadora

Se a sua fé não estiver alicerçada em Jesus, então, de acordo com a Palavra de Deus, ela é inadequada. A Bíblia diz:

1 – Admita sua condição de pecador e procure afastar-se do pecado. Jesus disse: “... se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” Lc 13:3.

2 – Creia que “... Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia...” 1 Co 15:3,4.

3 – Confie somente em Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal.

No Livro de Romanos 10:9 está escrito: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo”.

Aceite esta oferta de salvação, que Deus lhe oferece através de Seu Filho e permita que Ele assuma o controle da sua vida.

Paulo escreveu: “... eis, agora, o tempo sobremodo oportuno, eis, agora, o dia da salvação” 2 Co 6:2.

Para ser salvo por Jesus, neste momento, ore com sinceridade as seguintes palavras.

Querido Deus, reconheço que sou pecador e que por meus esforços nada posso fazer para agradar a ti ou merecer a vida eterna.

Sei que Tu me amas e enviaste o Teu Filho para morrer na cruz e pagar por meus pecados.

Coloco minha fé em ti e confio completamente em Jesus para me salvar.

Afasto-me dos meus pecados e permito que Tu assumas o controle da minha vida.

Seja o meu Senhor e salva-me. Amém!

Se você fez essa oração com um coração sincero, pode confiadamente dizer:

“AGORA TENHO O TIPO CERTO DE FÉ!”.

Nosso andar Diário

João Placoná – Presbítero, Bacharel em Teologia, Pregador da Palavra, Palestrante e Articulista.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Se não congregar em Igreja estarei perdido?

Igreja X

Muitos acham que a salvação depende da obediência do cristão, ou mesmo do local – Igreja – que congregam.

Acreditam que serão salvos se obedecerem tintim por tintim ao que diz a Palavra, e consequentemente (em seus raciocínios) se não se congregarem da maneira que a Palavra ensina estarão perdidos eternamente.

Nada poderia estar mais longe da verdade das Escrituras. Somos salvos, não por nossa obediência, mas pela obra que resultou da obediência de Jesus, que se dispôs a morrer em nosso lugar para, com seu sangue, nos purificar de toda injustiça.

Somos salvos pela fé no Cordeiro sacrificado, e justificados aos olhos de Deus por sua obra completa, que inclui a morte, ressurreição, ascensão e glorificação à destra do Pai. 

Nada menos que isto pode nos salvar. Se alguém confia que será salvo por sua obediência à Lei, à doutrina dos apóstolos ou por causa do lugar onde congrega eu diria que essa pessoa nunca entendeu o evangelho e está crendo no erro.

Mas todo aquele que crê verdadeiramente em Jesus, que um dia pela fé aceitou para si a obra do Crucificado, está salvo.  Nada poderá mudar isso porque ninguém ou nada é capaz de tirar uma ovelha das mãos do Pai ou arrancar um membro do corpo de Cristo.

A ideia de que alguém seja salvo por sua obediência, seu bom andar, sua perseverança, seu congregar da maneira e no lugar corretos etc. só traz desonra a Deus e contradiz o fundamento básico da fé cristã, que é a salvação independente das obras de justiça que pratiquemos.

Efs 2:8-9  Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.

A salvação eterna não depende de onde ou como estamos congregados e ponto final. 

Sei que muitas denominações pregam exatamente o contrário, dizendo que se alguém deixar sua "igreja" (no caso a denominação "A" ou "B") está perdido eternamente.

Se você ouviu isso na sua Igreja fique sabendo que isso não é verdade e sim uma preocupação do Pastor em perder o seu dízimo.

Ou, se volta as costas para o "pastor" de tal igreja está pecando contra o Espírito, pois (segundo ensinam) o "pastor" prega inspirado pelo Espírito e, desprezar seu ensino equivale a blasfemar contra o Espírito (acredita que já ouvi este raciocínio de um cristão?!!).

Tal raciocínio é perverso, pois basta buscar a data em que tal denominação foi fundada para perceber que nenhum dos apóstolos e discípulos dos quais lemos no Novo Testamento jamais pertenceu a ela.

Dizer que alguém é salvo por congregar em uma determinada denominação é dizer que durante 1500 anos ninguém foi salvo.

Digo isto porque o protestantismo denominacional, tal qual o conhecemos, começou a surgir pouco depois do ano 1500, e ainda assim muito mais como "partidos" do que como denominações organizadas. Até então todos falavam simplesmente da "igreja" e nem mesmo Lutero criou outra igreja além da que todos consideravam existir.

Dizer que é o modo de congregar que nos salva é insultar a Deus e desprezar o sacrifício de Cristo feito uma única vez, acrescentando a ele uma obra humana como meio de salvação.

Não é diferente de dizer que o batismo salva, pois os que afirmam isso não perceberam que isto implica em se ter um segundo "salvador" além de Cristo, ou seja, a pessoa que batiza.

Nossa salvação é única e exclusivamente assegurada pelo sacrifício do Cordeiro e será o Cordeiro (e não algum batismo, homem ou denominação) que será adorado e exaltado nos céus, e será também o alvo de toda a gratidão dos salvos naquele dia em que homem ou obra humana alguma, por mais digna que seja, poderá ofuscar a glória do Cristo de Deus.

Ap 5:9-10  e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.

Então quer dizer que alguém que tenha crido em Jesus como Salvador, e verdadeiramente levado pelo Espírito Santo ao genuíno arrependimento, pode ser salvo sem congregar em nenhum lugar? Absolutamente SIM! E se congregar no lugar errado, mesmo assim será salvo? Não tenho dúvidas quanto a isso. E se era católico e continuar indo à missa, ou protestante e continuar indo aos cultos de sua denominação?

Será um dos milhões de salvos genuínos que perdem muitos privilégios por estarem adorando no lugar e da maneira errada. Mas tenho certeza de que muitos deles são infinitamente mais piedosos do que eu e estão agradando ao Senhor muito mais que eu e em muitos aspectos de suas vidas, vivendo uma vida de piedade e comunhão com o Pai da qual eu tenho uma santa inveja.

Portanto, a salvação não depende de onde ou como você congrega, mas unicamente do sacrifício de Cristo.

Um princípio importante que aprendemos no Antigo Testamento é que Deus tinha um povo na terra, Israel, e que esse povo foi dividido no episódio envolvendo Jeroboão (Leia 1 Reis a partir do capítulo 11 ou a mesma história no livro de Crônicas).

A partir daí duas tribos continuaram vivendo e adorando em Jerusalém, o centro que Deus havia estabelecido para adorar, e dez tribos adoravam fora de Jerusalém, ou seja, no lugar errado e da forma totalmente contrária aos mandamentos de Deus.

Mesmo assim Deus continuou considerando o povo todo como Israel (embora para identificação no texto das Escrituras as dez tribos passassem a ser chamadas de "Israel" e as duas de "Judá").

Deus tinha tamanho carinho e cuidado para com as dez tribos que estavam fora do lugar divino de adoração que proveu para elas dois dos maiores profetas que encontramos nas Escrituras, Elias e Eliseu. O ministério desses dois profetas não era no lugar que Deus havia instituído para ser adorado, mas fora dele.

Porém, obviamente, eles eram profetas de Deus com uma missão e desempenhavam a missão que Deus lhes havia dado de apascentar as ovelhas de Israel onde quer que estivessem.

Mas repare que quando Elias constrói um altar, o qual depois Deus aprova fazendo descer fogo do céu para acender o holocausto, ele não coloca apenas duas pedras para representar Judá e Benjamim, as duas tribos que permaneceram no lugar divinamente indicado, e nem dez pedras para representar as tribos para as quais ministravam. Elias faz um altar de doze pedras, pois era assim que ele enxergava Israel e era assim também que Deus via o povo.

1Rs 18:30-32  Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; Elias restaurou o altar do SENHOR, que estava em ruínas. Tomou doze pedras, segundo o número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual viera a palavra do SENHOR, dizendo: Israel será o teu nome. Com aquelas pedras edificou o altar em nome do SENHOR.

Portanto hoje, quando Deus olha para o testemunho cristão no mundo, ele vê UM SÓ CORPO, e este é o corpo de Cristo, formado por TODOS os que foram lavados pelo sangue do Cordeiro e irão habitar na glória.

Infelizmente, e para a desonra do nome de Jesus, esses membros estão divididos e espalhados por milhares de denominações, mas todas essas organizações, templos, seminários, altares e sejam lá os nomes que os homens deram a isso, ficarão aqui na terra quando Cristo vier buscar a sua igreja. Porque a sua igreja não é uma organização ou um grupo específico de cristãos.

A sua igreja - e glória a Deus por isso - é a sua noiva, aquela que ele comprou com o seu sangue derramando na cruz. 

Se você foi comprado por esse sangue, então você é tão membro do corpo de Cristo quanto eu ou qualquer outro, mesmo que neste mundo estejamos divididos por paredes criadas por homens.

Se o seu interesse for a salvação, creia no Senhor Jesus e será salvo. 

Mário Persona

João Placoná – Presbítero, Bacharel em Teologia, Pregador da Palavra, Palestrante e Articulista.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A difícil Arte da Fé

Fé      X

Ter fé é banir da vida o "E SE?"  e caminhar com a cabeça erguida, sem olhar para trás e nem para os lados; é ter a convicção de que aconteça o que acontecer, o projeto de Deus para sua vida será atingido.

Há quem pense que ter fé é se jogar num buraco escuro, sem saber o que o espera embaixo; mas é exatamente o contrário.

Quem tem fé se joga no buraco escuro sim, mas ele sabe, através dos olhos espirituais, o que o espera e não duvida disso; ele constrói sua arca com a certeza que a chuva virá; ele abre os olhos para a promessa e fecha os ouvidos para os que tentam fazê-lo desistir com dúvidas; ele anda sobre as águas e sente terra firme sob os pés; ele vê saídas e continua a caminhar onde outros desistiram.

TEMOS FÉ QUANDO TEMOS A CERTEZA ABSOLUTA QUE NÃO ESTAMOS SÓS.

Sabemos que uma Mão nos guia, Braços nos esperam e isso nos reconforta.

Perdemos bênçãos por que no meio do caminho, principalmente se este for longo, começamos a questionar.

NÃO É FÁCIL PRA NINGUÉM MANTER-SE EM POSIÇÃO DE FÉ QUANDO TUDO PARECE CONTRÁRIO AO QUE SE ESPERA.

As pessoas mais próximas de Jesus duvidaram.  Os discípulos todos entraram em pânico por causa de uma tempestade, mesmo sabendo quem era Seu Mestre, Tomé quis tocar-lhe a ferida com as próprias mãos após ressurreto.

SOMOS ASSIM, PORQUE SOMOS POR DEMAIS MATERIALISTAS; FÔSSEMOS MAIS ESPIRITUAIS, NOSSA VIDA SERIA DIFERENTE.

Quem só acredita naquilo que vê, só experimenta daquilo que vê; quem acredita em Deus, experimenta a diversidade de bênçãos que Ele coloca à nossa disposição.

A fé é um exercício diário de confiança em Deus e é o resultado da convivência com Ele em temor. Só que Deus não é um Deus que se impõe. A nós cabe a busca.

QUEM JÁ TEM FÉ VERDADEIRA, PLANTA EM DESERTOS E VERÁ CAMPOS FLORIDOS. QUEM NÃO TEM; PEÇA QUE DEUS DARÁ COM ALEGRIA.

“A fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver”. Hb 11:1

“A fé vem do ouvir, ouvir a Palavra de Deus” Rm 10.17

Pr. José Junior de Mendonça

João Placoná – Presbítero, Bacharel em Teologia, Pregador da Palavra, Palestrante e Articulista.

A Bíblia e a questão Homossexual

Essa é uma questão que, cada vez mais irá se tornar importante, à medida que o Brasil passa a copiar aquilo que os países chamados “avançados” ou do “primeiro mundo” estão fazendo.

Mas independente do que vai ou não acontecer, é importante que nós, como crentes saibamos, com certeza, aquilo que a Bíblia ensina sobre essa questão.

Temos notado quanto a essa questão envolvendo o homossexualismo, que os cristãos, em geral, têm mantido as seguintes posições:

1. Muitos são insensíveis em seus corações e aceitam toda e qualquer imoralidade sexual, com exceção, das práticas homossexuais. Ou seja, não passam de um bando de hipócritas.

2. Outros, especialmente muitos, pastores que estão em evidência, têm assumido uma posição de completa falta de direção e alegam que não sabem o que devem fazer. Ou seja, são apóstatas e traidores do Senhor que morreu para que pudessem ter a vida eterna.

3. Depois temos aqueles que mantêm uma posição bíblica quanto ao problema causado pela imoralidade sexual de qualquer forma que for, mas não deixam de amar os pecadores em nenhum momento, desejando ver tanto a prostituta, quanto o fornicador, o adúltero e o homossexual encontrarem verdadeiro perdão e libertação em Jesus Cristo.

4. Outro grupo ainda está totalmente alienado, pois sua única preocupação é com a prosperidade e a cura dos males físicos. A maioria, nesse caso, nem crente mesmo não é. Vivem saltando de igreja em igreja em busca de “poder” através de sinais e maravilhas e de que Deus dê um jeito, definitivo, em suas vidas financeiras.

Mas tudo isso, precisa ser confrontado com o ensinamento bíblico que é o seguinte: A Bíblia ensina, com clareza, que qualquer atividade sexual fora dos laços do matrimônio é PECAMINOSA.

Hebreus 13:4 diz: Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros.

Desde o princípio a Bíblia define o casamento como a união legal — casamento — em santidade entre um homem e uma mulher.

Gênesis 2:21—25

21 Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne.

22 E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe.

23 E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada.

24 Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.

25 Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam.

Jesus sustentou esse mesmo padrão ao dizer as seguintes palavras em:

Mateus 19:4-6

4 Então, respondeu Ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher

5 e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?

6 De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.

Uma vez que toda e qualquer relação sexual fora do casamento é considerada PECADO pela Bíblia, e essa mesma Bíblia em nenhum lugar aprova a união de um homem com outro homem ou de uma mulher com outra mulher, deve ser óbvio que as práticas homossexuais - como o adultério, a prostituição, a bestialidade, a pedofilia e etc. - são estritamente proibidas e condenadas, pouco importando o que digam os homens e suas leis.

Essas práticas são tratadas pela Bíblia como verdadeiras abominações – coisas que Deus realmente detesta.

As práticas homossexuais são descritas por Paulo em Romanos 1 com termos contundentes, tais como:

Paixões infames – verso 26.
Contrário à natureza – verso 26.
Deixando o contato natural da mulher – verso 27.
Se inflamaram mutuamente em sua sensualidade – verso 27.
Cometendo torpeza – verso 27.
Recebendo em si mesmos a merecida punição – verso 27.
Disposição mental reprovável – verso 28.
Praticarem coisas inconvenientes – verso 28.

Passagens como essa nos advertem que as práticas imorais são uma verdadeira corrupção da nossa imaginação. As mesmas são fruto de mentes réprobas. Quando Paulo fala dos adúlteros e dos homossexuais em 1 Coríntios 6:9—11 ele o faz no tempo passado. Note com atenção:

1 Coríntios 6:9—11

9 Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas,

10 nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.

11 Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.

Os membros da igreja em Corinto tinham se arrependido de seus pecados sexuais e haviam se transformado em novas criaturas em Cristo Jesus. Isso desmonta o argumento daqueles que se dizem viciados em sexo ou que são homossexuais porque já nasceram assim.

O fato é que Deus pode salvar qualquer pecador arrependido e quando isso acontece o pecador é completamente transformado em uma NOVA CRIAÇÃO!

2 Coríntios 5:17 — E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.

Isso não quer dizer que o crente não peca mais nem que não é mais tentado em todas as coisas. Significa que uma vez convertido o seu prazer está na prática da justiça e não da injustiça.

Mesmo quando não vive a altura do padrão estabelecido por Deus, o verdadeiro crente se arrepende e se deleita em conhecer os caminhos do Senhor.

O verdadeiro cristão não é homofóbico, pois ele não deseja machucar ninguém. Amamos o homossexual, o adúltero e todos os que estão presos a qualquer forma de relação sexual fora do plano original de Deus, como vimos acima.

O crente verdadeiro não odeia os homossexuais. De fato não odiamos nenhum ser humano. Mas temos uma profunda convicção que os seres humanos pecadores precisam confessar seus pecados e abandoná-los se desejam se reconciliar com Deus e serem salvos.

Mas ninguém está obrigado a tomar essas decisões. Nossa missão é anunciar o Evangelho e esperar em Deus que alguns se convertam e abandonem seus caminhos de pecado.

A história da humanidade nos ensina, e devemos aprender com ela, que todas as grandes civilizações foram destruídas de dentro para fora por não limitarem as paixões sexuais de seus cidadãos.

Que Deus tenha misericórdia de todos nós.

Wagner Batista de Santana

João Placoná – Presbítero, Bacharel em Teologia, Pregador da Palavra, Palestrante e Articulista.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Existem Apóstolos nos dias de hoje?

Nunca se viu tantos apóstolos como neste início de século. Em cada canto, esquina e cidade encontramos alguém reivindicando o direito de ser chamado apóstolo.

ENTENDENDO O MOVIMENTO DE RESTAURAÇÃO E O MOVIMENTO APOSTÓLICO:

O chamado movimento de restauração defende a tese de que Deus está restaurando a igreja. Para estes, após a morte dos primeiros apóstolos, a igreja de Cristo paulatinamente experimentou um processo de declínio espiritual culminando com a apostasia vivenciada pelos seus adeptos no período da idade média.

Com o advento da Reforma Protestante, os defensores desta teologia afirmam que Deus começou a restaurar a saúde da igreja. Segundo estes, Lutero foi responsável pela redescoberta da salvação pela graça, e agora no século XXI, estamos vivendo a restauração do ministério apostólico.

Os teólogos desta linha de pensamento afirmam que a restauração dos apóstolos é uma das últimas coisas a serem feitas pelo Senhor, antes de sua vinda.

Para os adeptos desta linha de pensamento, os apóstolos de hoje possuem, em alguns casos, maior autoridade do que os apóstolos do primeiro século, até porque, para os defensores desta corrente teológica a glória da segunda casa será maior do que a primeira.

Para estes o ministério apostólico não acabou. Na verdade, tais teólogos advogam que o ministério apostólico é perpétuo e que o livro de Atos ainda continua a ser escrito por santos homens de Deus, os quais, mediante a sua autoridade apostólica, agem em nome do Senhor.

Este movimento tem suas semelhanças com o surgimento dos mórmons e a Igreja dos Santos dos Últimos Dias, que ensina que o corpo de escritos inspirados por Deus não se fechou e que Deus tem muita coisa nova para dizer e para revelar aos seus santos através de seus apóstolos.

Infelizmente, assim como os mórmons, os adeptos do movimento apostólico consideram a Bíblia uma fonte importante, mas não única para a fé. Para os apóstolos deste tempo, Deus, através de seus profetas, pode revelar coisas novas, ainda que isso se contraponha a sua Palavra.

Basta olharmos para as doutrinas hodiernas que chegaremos à conclusão que os apóstolos do século XXI, acreditam que suas revelações são absolutamente diretivas, normativas e inquestionáveis.

SEGUNDO A BÍBLIA QUAIS DEVERIAM SER AS CREDENCIAIS DE UM APÓSTOLO?

1. O apóstolo teria de ser testemunha do Senhor ressurreto. Em Atos vemos os apóstolos reunidos no cenáculo, conversando sobre quem substituiria Judas. Em Atos 1.21-22 lemos: “É necessário pois, que, dos homens que nos acompanham todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até ao dia em que dentre vós foi levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição”. Paulo diz que viu Jesus ressurreto: “Não sou, porventura livre? Não sou apóstolo? Não vi a Jesus, Nosso Senhor?” (1Co 9.1)

2. O apóstolo tinha de ter um chamado especial da parte de Cristo para exercer este ministério. As Escrituras são absolutamente claras em nos mostrar que os apóstolos, incluindo Paulo, foram chamados por Cristo (Mt 10.2-4; Gl 1.11-24).

3. O apóstolo era alguém a quem foi dada autoridade para operar milagres. Isso fica bem claro em 2Coríntios 12.12: “Pois as credenciais do meu apostolado foram manifestadas no meio de vós com toda a persistência, por sinais prodígios e poderes miraculosos”. Era como se ele dissesse: “Como vocês podem questionar meu ofício de apóstolo, se as minhas credenciais foram apresentadas claramente entre vós”. Sinais, milagres e prodígios maravilhosos.

4. O apóstolo tinha autoridade para ensinar e definir a doutrina firmando as pessoas na verdade.

5. Os apóstolos tiveram autoridade para estabelecer a ordem nas igrejas. Nomeavam os presbíteros, decidiam questões disciplinares e questões doutrinárias, e falavam com autoridade do próprio Jesus.

Será que diante destas questões os “apóstolos” da modernidade podem de fato reivindicar o título de apóstolo de Cristo? Por acaso, algum deles viu o Senhor ressurreto?

Foram eles comissionados por Cristo a exercerem o ministério apostólico?

Quantos dos apóstolos brasileiros ressuscitaram mortos? E suas doutrinas?

Possuem elas autoridade para se contraporem aos ensinamentos bíblicos?

Pois é, infelizmente os “apóstolos” do nosso tempo não possuem respostas a estas perguntas.

O posicionamento da ortodoxia evangélica entende que o ministério apostólico cessou com a morte dos apóstolos no primeiro século.

Sem a menor sombra de dúvidas, considero a utilização do título “apóstolo” por parte dos pastores como uma apropriação indevida de um ministério, o qual não existe mais nos moldes que vemos no Novo Testamento.

Pr. Renato Vargens

João Placoná – Presbítero, Bacharel em Teologia, Pregador da Palavra, Palestrante e Articulista.

Sofrimento e Glória

A vida cristã é temperada com sofrimento, mas caminha para a glória. Cruzamos vales profundos, mas também subimos montes alcantilados. Vertemos lágrimas amargas, mas também experimentamos alegria indizível.

Em Romanos 8.18-27 Paulo fala sobre o problema do sofrimento e da dor. Ele contrasta o sofrimento presente com a glória futura.

Paulo menciona três gemidos. Fala do gemido das duas criações: a antiga (a natureza) e a nova (a igreja). Elas sofrem juntas e juntas serão glorificadas no final. Vejamos esses três gemidos.

Em primeiro lugar, os gemidos da criação (Rm 8.18-22).

Quando Deus terminou a obra da criação, viu que tudo era muito bom. Mas hoje a criação está gemendo. Há sofrimento e morte. Há dor e gemidos. Há sofrimento (v. 18), vaidade (v. 20), escravidão (v. 21), corrupção (v. 21) e angústia (v. 22).

Mas esse gemido da criação não é o gemido de alguém que está morrendo, mas é como o gemido de uma mulher que sofre as dores de parto. Depois do gemido, vem a alegria.

A criação geme aguardando a revelação dos filhos de Deus, a gloriosa segunda vinda de Cristo. Nós vamos participar da glória de Cristo e a natureza vai participar da nossa glória. Aqui pisamos uma estrada juncada de espinhos.

Aqui, as pedras ferem nossos pés. Aqui a natureza sujeita ao pecado conspira contra nós. Aqui a dor fuzila nosso corpo e a angústia oprime a nossa alma.

Aqui as lágrimas inundam nossos olhos e a tristeza entrincheira a nossa vida.

Porém, em breve, essa mesma criação que geme, será restaurada e participará da glória dos filhos de Deus, quando Cristo vier em sua glória.

Em segundo lugar, os gemidos da igreja (Rm 8.23-25).

Nós gememos por causa da fraqueza do nosso corpo e por causa da presença do pecado em nosso ser.

Nós gememos porque embora já fomos libertos da condenação do pecado (na justificação), e estamos sendo libertos do poder do pecado (na santificação) ainda não fomos libertos da presença do pecado (na glorificação).

Nós gememos porque já experimentamos as primícias do Espírito e já sentimos o gosto da glória por vir.

O Espírito em nós é mais do que uma garantia da glória, é antegozo dela. Nós gememos porque antevemos o gozo do céu e desejamos ardentemente ser revestidos de um corpo de glória e chegar logo em nossa Pátria, em nosso lar, o céu.

Nós gememos, porque o melhor está ainda por vir. Nós gememos aguardando esse dia. Os gemidos da igreja também não são gemidos de desespero ou pavor, mas gemidos de expectativa.

Aguardamos na ponta dos pés esse glorioso dia, quando Jesus virá com grande poder e glória para estarmos para sempre com ele.

Em terceiro lugar, os gemidos do Espírito Santo (Rm 8.26,27).

Não apenas a criação e a igreja estão gemendo, mas também o Espírito Santo está gemendo.

Isso significa que a despeito das nossas fraquezas, o Espírito Santo não nos escorraça. Ao contrário, nos assiste.

O Espírito Santo é o Deus que habita em nós e intercede por nós, em nós, ao Deus que está sobre nós. E intercede de três formas: Primeiro, intensamente (v. 26). Ele intercede por nós "sobremaneira". O Espírito Santo emprega todos os seus atributos nessa oração intercessória. Segundo, agonicamente (v. 26), ou seja, com gemidos inexprimíveis. Mesmo sendo Deus e conhecendo todas as línguas dos homens e dos anjos, não encontra sequer uma língua para articular a sua intensa e agônica oração, então geme. Terceiro, eficazmente (v. 27), ou seja, ele intercede segundo a vontade de Deus.

Toda a intercessão do Espírito Santo em nós, por nós, ao Deus que está sobre nós, está alinhada com a vontade de Deus.

Ele não desperdiça sequer uma intercessão em nosso favor. Por isso, temos a garantia de que mesmo cruzando aqui os vales mais escuros, estamos a caminho do céu, pois aqueles que foram salvos pela graça, desfrutarão da glória eterna!

Rev. Hernandes Dias Lopes

João Placoná – Bacharel em Teologia, Pregador da Palavra, Palestrante e Articulista.

Como enfrentar uma Crise

Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes que não sabes” (Jeremias 33:6)

As crises acontecem de forma totalmente inesperada, encontrando-nos completamente despreparados para lidar com elas.  GOSTEMOS OU NÃO, CRISES INESPERADAS FAZEM PARTE DA VIDA. 

Neste exato momento você se encontra em uma destas três fases:  Ou você acabou de sair de uma crise, ou a está vivendo agora ou ainda está indo de encontro a uma delas. 

A Bíblia relata um naufrágio no livro de Atos cap. 27, da qual podemos extrair três percepções sobre a administração de crises e que podem ser aplicadas diretamente às nossas crises: 

Determine a razão.  Pergunte a si mesmo:  “Qual é realmente a razão por trás da crise?”  A causa é geralmente mais profunda do que aquilo que surge na superfície. 

No caso do naufrágio relatado pelo Apóstolo Paulo no livro de Atos; são citadas três razões:  (1) Eles deram ouvidos a conselhos ruins;  (2) eles seguiram a opinião popular; (3) confiaram nas circunstâncias, e não no que sabiam ser a coisa certa a ser feita. 

Se você está encontrando dificuldade para descobrir a razão de uma crise, orar a respeito ainda é o melhor caminho.   O rei Davi escreveu:  “Quando tentei entender tudo isso, achei muito difícil para mim, até que entrei no santuário de Deus...”  (Salmos 73: 16-17).

Objetive o resultado. Pergunte a si mesmo:  “O que posso aprender com isso?”  Toda crise é uma oportunidade para ampliar a minha perspectiva, aprimorar minhas habilidades e desenvolver o meu caráter.

Objetive sua resposta.  Pergunte-se:  “Qual a melhor maneira de reagir a isto?” 

A despeito do que você possa fazer, sua resposta deveria incluir três elementos:

Confronte o problema.  Você raramente resolve um problema ignorando-o.  Provavelmente não será fácil, mas Deus estará presente se você pedir a Ele que lhe dê forças.

Confesse sua parte (se for o caso).  Se você provocou essa crise que lhe sobreveio, admita-o e peça perdão.  Não apresente desculpas e não culpe os outros.  Aceitar a responsabilidade é a marca da genuína grandeza e maturidade emocional.

Reivindique a promessa. Você sabia que a Bíblia contém milhares de promessas de Deus para ajudá-lo?   Elas são como cheques em branco esperando para serem preenchidos.  O que você está esperando? 

Deus faz uma de Suas promessas em Filipenses 4:6-7, onde Ele nos diz:  “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.  E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus”.

Pr. José Junior de Mendonça

João Placoná – Presbítero, Bacharel em Teologia, Pregador da Palavra, Palestrante e Articulista.

Ainda hoje existe a Maldição Hereditária?

clip_image001

Esse é um assunto muito polêmico, que tem ocupado espaço em revistas, livros e jornais, bem como tem sido tema de palestras em muitos seminários, principalmente nos que falam de “batalha espiritual”.

A fim de que haja um melhor entendimento sobre o tema, resolvemos estudá-lo na forma de perguntas e respostas.

Deus propõe a respeito da Bíblia uma revelação progressiva Dele mesmo.

Ele começa se revelando no Éden e aos poucos vai completando sua revelação, até chegar a Cristo que é o ápice da revelação de Deus.

Além de Cristo não há revelação. Dentre as dificuldades de compreensão desta revelação progressiva, deparamo-nos com a controvertida “maldição hereditária”.

É comum nos dias atuais, a aplicação por diversas igrejas e crenças deste suposto método de libertação. O pensamento é que os pecados dos ancestrais estão sobre as futuras gerações e seria necessário, portanto, a quebra destas maldições hereditárias. O texto base para apologia deste pensamento encontra-se na Torá.

Analisemos os textos abaixo e à luz da hermenêutica diacrônica vamos entender este assunto.

(Êx 20.5-6) (5 Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. 6 e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos).

(Êx 34:6-7) (V. 6) Tendo o Senhor passado perante Moisés, proclamou: Jeová, Jeová, Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; 7 que usa de beneficência com milhares; que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado; que de maneira alguma terá por inocente o culpado; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração).

(Nm 14:18) (V.18 )O Senhor é tardio em irar-se, e grande em misericórdia; perdoa a iniqüidade e a transgressão; ao culpado não tem por inocente, mas visita a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e a quarta geração).

Deuteronômio 5:9-10 (9 não te encurvarão diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam 10 e uso de misericórdia com milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos).

Observe bem estes textos, em todos eles Deus declara que visita a iniqüidade dos pais nos filhos. Em Ex. 20:5-6 e Dt. 5:9-10, Deus declara que esta maldição é para aqueles que o “odeiam”. Em Ex. 34:6-7 e Nm. 14:18, Deus declara a sua misericórdia e que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado.

O nosso Deus não mudou, a misericórdia do Deus do NT é a mesma do AT. Havendo arrependimento no coração do homem, Deus libera o perdão, liberando o perdão, tudo está cancelado… Na verdade, sempre foi assim.

Antes de continuarmos na progressão da revelação sobre este assunto, o que chamo de hermenêutica diacrônica, vamos refletir sobre duas questões inseridas nestes textos.

A primeira é o fato do decreto de Deus estar diretamente e especificamente ligado na iniqüidade da idolatria.

O segundo é a descrição precisa “daqueles que me odeiam”. Certamente o povo de Deus do tempo da Torá, não compreendeu estes adendos de Deus ao decreto e para resolver este problema de entendimento ele esclarece o assunto revelando a interpretação mais precisa como segue: Dt. 24.16 Não se farão morrer os pais pelos filhos, nem os filhos pelos pais; cada qual morrerá pelo seu próprio pecado.

O livro de Deuteronômio não é apenas a repetição da Lei como muitos afirmam, este livro cuida de interpretar os quatro primeiros livros da Torá com mais exatidão, é o próprio Deus lançando luz na revelação.

Por que Deus escreveria outro livro repetindo as mesmas coisas?

Deuteronômio é o intérprete da Torá. O texto é claro, é direto, é esclarecedor, no entanto, o povo daquela época ainda não absorveu o entendimento da revelação que já progrediu. Tudo bem, Deus entende a estrutura frágil do homem e esclarece mais uma vez.

(Jr 31:29-34) (V.29 Naqueles dias não dirão mais: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram.

(V.30) Pelo contrário, cada um morrerá pela sua própria iniqüidade; de todo homem que comer uvas verdes, é que os dentes se embotarão.

(V.31) Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá, 32 não conforme o pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para tirá-los da terra do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.

(V. 33) Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.

(V.34) E não ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor; pois lhes perdoarei a sua iniqüidade, e não me lembrarei mais dos seus pecados.

Como é possível observar Deus anuncia o renovo do seu decreto, Deus esclarece agora com detalhes completos a sua revelação da Lei, Ele termina dizendo: “não me lembrarei mais dos seus pecados”. Ora, sem pecado, não há maldição. Será que podemos agora descansar do nosso estudo?

Parece que não, o povo ainda encontrou uma dificuldade para entender, mas, o nosso Deus é muito paciente e bondoso e cheio de misericórdia, depois de um tempo, Ele esclarece mais uma vez.

(Ez 18:1-4) (1 De novo veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Que quereis vós dizer, citando na terra de Israel este provérbio: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? 3 Vivo eu, diz e Senhor Deus, não se vos permite mais usar deste provérbio em Israel. 4 Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá).

O povo de Deus já havia criado um provérbio popular para esta situação bíblica, comparando o pecado dos pais a uvas verdes. Deus ordena que cesse imediatamente e para sempre este provérbio, nada mais justo, afinal, este provérbio não nasceu de Deus.

Na revelação progressiva de Deus ao homem, Deus estabelece uma progressão na Lei, Ele esclarece sistematicamente que somente o pecador morrerá a maldição de pai para filho foi cancelada em toda e qualquer possibilidade.

Bom, encerramos o assunto no AT e certamente o povo de Deus entendeu, concorda? Vamos conferir se fato assim ocorre num episódio do NT.

(Jo 9.1-2) (1 E passando Jesus, viu um homem cego de nascença. 2 Perguntaram-lhe os seus discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?).

Talvez, você esteja pensando: Não é possível que este povo depois de todos estes esclarecimentos bíblicos não tenham ainda entendido este assunto.

Caro leitor, deixo-lhes uma pergunta: E hoje? Finalmente a criação entendeu a revelação do Criador? Tudo nos leva a crer que não.

Infelizmente, a falta de entendimento na revelação de Deus sobre este assunto ainda é grande, vamos esclarecer algumas situações.

O reflexo da conduta dos pais nos filhos é um dos equívocos compartilhado por muitos líderes religiosos.

Os pais oferecem uma base de educação aos seus filhos, que em muitos casos, não seguem um padrão moral aceitável, e, os filhos convivendo com tal ensinamento, crescem na prática de certos conceitos, não obstante ensinados por seus pais, o que para eles torna-se totalmente normal.

Em tais casos não há um problema de maldição hereditária, mas de sociabilização familiar, onde o proibido torna-se status. Basta que alguém conviva ao lado de pessoas que usem de torpeza, para que em pouco tempo esteja no mesmo mau hábito.

A sociedade influencia o indivíduo e de certa forma o molda. A Bíblia já alerta: “Não vos enganeis, as más conversações corrompem os bons costumes.” (1 Co 15:33).

A confusão sobre os problemas genéticos também são enormes, muitas vezes o pai tem um problema e o filho geneticamente também o herda.

Pronto, a conclusão do desfecho será: “Maldição hereditária”. Problemas genéticos não são maldições, a impropriedade teológica dos exegéticos descolore a hermenêutica, fere a exegese e leva ao tropeço os pequeninos.

Cristo levou sobre si as maldições, o homem com Cristo está liberto e não há mais condenação sobre ele, as coisas antes de Cristo ficaram para trás, o tempo da ignorância foi perdoado, nada poderá separar o homem do amor de Deus, quando Deus age ninguém pode impedir, certamente maior é aquele que esta em nós e nele podemos tudo.

Devemos estar preparados para dar razão da nossa fé, não baseados em fábulas de velhas caducas, mas na santa e bendita palavra de Deus.

1. Conceitos Heréticos Sobre Maldição Hereditária

Definição de Maldição Hereditária: “A maldição é a autorização dada ao diabo por alguém que exerce autoridade sobre outrem, para causar dano à vida do amaldiçoado… A maldição é a prova mais contundente do poder que têm as palavras. Prognósticos negativos são responsáveis por desvios sensíveis no curso da vida de muitas pessoas, levando-as a viver completamente fora dos propósitos de Deus… As pragas se cumprem.”

Resumindo – Essa teoria antibíblica tem a maldição como uma entidade em si mesma que precisa apenas que alguém desencadeie o processo inicial, que é um pecado cometido por uma pessoa num passado remoto ou recente; depois disso, passa a agir com total independência. Não Lega em conta a responsabilidade pessoal

A maldição, segundo a doutrina em questão, opera cegamente atingindo qualquer um ao seu alcance; vai se transmitindo indefinidamente através do tempo, até que um especialista em quebra de maldições a quebre; usa como meio receptor e transmissor um local, um objeto, uma pessoa, uma família, uma cidade, um país; como uma energia maligna invisível, vai se espalhando [conforme os milhares de "testemunhos" baseados em experiências subjetivas e desmentidas pela Bíblia].

A maldição em certas circunstâncias parece operar por si mesma, como um mal invisível que tem personalidade própria e poder de se autodeterminar; já em outras circunstâncias parece ser uma energia maligna operacionalizada por demônios, que são chamados de “espíritos familiares”. Essa maldição tem que ser quebrada pela intervenção humana num ritual que difere de especialista para especialista.

2. Os diferentes elementos do ritual herege da quebra de maldição:

• Busca de palavras de conhecimento e de revelações extrabíblicas para se descobrir a causa específica das maldições hereditárias. Na busca das causas da maldição, vale até entrevista com demônios.

3. Heresias Específicas da Doutrina da Maldição Hereditária

a) Antropocentrismo e o Poder Onipotente das Palavras Humanas: Anulação da soberania divina e caos na terra.

• O poder divino das palavras humanas – As palavras do Evangelho da Maldição têm poder em si mesmas: São comparadas às sementes, que tem dentro de si mesmas o poder para germinar. – “As palavras são como sementes que, caindo em solo próprio, achando as condições favoráveis, germinam, crescem, frutificam…” “Nossas palavras podem alimentar ou anular a ação de Satanás.” “Convidei-a para orarmos juntos. Pedimos a Deus a solução dos conflitos emocionais e depois, de comum acordo, quebramos e anulamos a maldição das palavras de zombaria”.

• Incoerência – Pedem a Deus a solução do problema e depois como se fossem oniscientes e onipotentes decretam a solução desse mesmo problema.

• Humanismo Mal Disfarçado: O homem é que coloca maldições mediante suas palavras de praga e outro homem, mediante palavras de oração a Deus e repreensão do diabo, quebra essas maldições. Deus entra apenas como ator coadjuvante, com um papel secundário e quase dispensável.

b) Deus Depende das Palavras Humanas Para Agir?

• Um Deus dependente do homem – Este é o Evangelho da Confissão Positiva e do Evangelho da Maldição – “Palavras produzem bênçãos… [ou] maldição… Palavras negativas… dá lugar a opressão demoníaca…
Uma caricatura do Deus da Bíblia – Essa afirmativa deixa Deus dependente das palavras humanas para liberar seu poder. É quase como se Deus precisasse de autorização humana para agir.

Esse não é o Deus da Bíblia, é, sim, uma grotesca caricatura do Deus da Bíblia. De fato, um Deus destronado pelo homem, que proclama as suas pretensões à divindade quando imagina que suas palavras podem fazer tudo acontecer.

Arrependimento, e não quebra de maldição – Em vez de ficar procurando um bode expiatório no passado para lançar a culpa do pecador, deve-se seguir o processo bíblico de levar o pecador a assumir pessoalmente toda a culpa por seu comportamento pecaminoso, iniciando assim um processo genuíno de arrependimento e restauração.

c) O pacto com o diabo à revelia do consentimento da pessoa. Essa doutrina coloca o diabo como centro de todos os problemas humanos. Podemos fazer um pacto com o diabo entregando outra pessoa a ele? Isso sem que aquele que fez o pacto e o que é entregue saber ou fazer isso conscientemente?

d) A Palavra de Deus versus as Palavras do Homem. As palavras humanas têm poder em si mesmas para realizar aquilo que dizem? A resposta é não. As palavras que têm poder em si mesmas são as palavras de Deus, escritas na Bíblia.

Quanto poder têm as palavras humanas? Somente o poder que Deus queira lhes dar conforme o Seu propósito. A palavra humana que tem poder é aquela que é falada em nome de Deus, como no caso dos profetas bíblicos, ou dos pregadores da Palavra escrita na Bíblia.

“Assim veio a Palavra do Senhor por intermédio do profeta Jeú, filho de Hanani, contra Baasa e contra a sua descendência.” 1 Re 16.7 – “disse a Elias: Nisto conheço agora que tu és homem de Deus e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade.” 1 Re 17.24

A palavra que não volta vazia sem cumprir o seu propósito é a palavra de Deus e não a palavra dos homens: “assim será a palavra que sair da minha boca: Não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.” Is 55.11.

O poder e efeito das palavras do homem são como a flor que murcha, mas a palavra de Deus é diferente: “seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente.” Is 40.8. Portanto, não é a palavra dos homens que devemos temer, mas a Palavra de Deus.

Quanto poder tem a “Palavra de Fé” ou pronunciado com fé, conforme Mc 11.21-24? – O que é de errado com a “confissão positiva”?

“Então, Pedro, lembrando-se, falou: Mestre, eis que a figueira que amaldiçoaste secou. Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus; porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz assim será com ele. Por isso, digo-vos que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco.”

Os defensores da Confissão Positiva interpretam mal esse texto, como se Deus estivesse dando total soberania e poder irrestrito às palavras do homem (poder para conseguir qualquer coisa, bastando para isso pronunciar, declarar ou confessar o que se quer), e a chave dessa soberania seria a fé. Mas o que seria essa fé em Mc 11.21-24? É fé centralizada em Deus: “Tende fé em Deus.” (v. 22); é fé que não carece de sinais visíveis (Jo 20.29; 2 Co 5.7).

O que essa fé não é: não é fé na fé – ou seja, como se a fé fosse algo em que se deva confiar. Não se deve confiar no poder da fé, mas na pessoa de Deus (Mc 11.22); não é fé no homem – “Maldito o homem que confia no homem.” – isso é confiar em si mesmo. (Jr 17.5); não é fé que funciona independentemente da vontade de Deus – “E esta é a confiança que temos para com ele: que se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade ele nos ouve.” 1 Jo 5.14.

4. O Caso JUKES-EDWARDS.

A. Da família de JUKES, o ateu, foram pesquisados 560 dos seus descendentes: Desses, 310 morreram em extrema pobreza; 150 tornaram-se criminosos, inclusive 7 assassinos; 100 descendentes foram beberrões; mais da metade das mulheres se prostituiu. Segundo cálculos, os descendentes de Jukes custaram ao Estado, com suas vidas desregradas, Um milhão e duzentos e cinquenta mil dólares.

B. Quanto à família de Jonathan Edwards, cristão praticante, com sua família, foram pesquisados 1394 dos seus descendentes, sendo constatado o seguinte: 295 receberam diplomas universitários, sendo que 23 chegaram a ser reitores de universidades; 65 foram professores universitários; 3 senadores dos Estados unidos; 3 governadores estaduais, e outros, ministros enviados a nações estrangeiras; 130 foram juízes, 100, advogados, sendo um reitor de uma faculdade de Direito, 56 médicos, sendo um reitor da faculdade de medicina; 75 oficiais na carreira militar; 100 missionários e pregadores famosos, bem como autores destacados; cerca de 80 desempenharam alguma função pública;3 foram prefeitos de grandes cidades; um foi superintendente do Tesouro norte-americano; um deles foi vice-presidente dos estados Unidos.

5. REFLETINDO SOBRE O PROBLEMA

5.1. A VISITAÇÃO DA MALDADE

Dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração por parte de Deus, é destinada aos que aborrecem a Deus e não a seus filhos. Com efeito, no versículo 5 de Dt 20, está escrito: “…Eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem. No versículo 6, de Dst 20, lemos “E faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos”.

5.2. NUMA PRIMEIRA OBSERVAÇÃO

Com base nos textos citados, vemos que eles estão inseridos no contexto dos versículos 01 a 05, abrangendo o I e II. Mandamentos da Lei de Moisés, ditada por Deus. O primeiro mandamento, refere-se a não ter outros deuses além do Senhor; o segundo, diz que o seu povo não deve fazer imagem de escultura, não se encurvar a elas nem lhes servir, pois o Senhor visita a maldade dos descendentes dos que transgridem esse mandamento.

5.3. OS NASCIDOS DE NOVO

Os filhos de Deus, salvos pelo sangue de Jesus, já estão livres da maldição da Lei. Em Gl 3.13, lemos: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós: porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”. Esse texto deixa claro que com a morte de Cristo, os que o aceitam ficam livres da maldição que era prevista para aqueles que viviam no pecado, mas o aceitaram como salvador.

Outro texto interessante é o de 2 Co 5.17, que diz: “Eis que se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. As coisas velhas já passaram, graças a Deus.

Que coisas velhas eram essas? Sem dúvida são as coisas herdadas do passado, do velho homem, da velha vida, coisas herdadas da família sem Deus: os maus hábitos, os maus costumes, a idolatria (que é a causa principal da maldição, conf. Ex 20.5), as feitiçarias.

Nada disso pode atingir mais o crente fiel, pois ele está guardado debaixo da proteção de Deus, cf. O Sl 9.1-7. “Não temerás espanto noturno nem seta que voe de dia, nem mortandade que assole ao meio dia; ..mil cairão ao teu lado, dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido..”

Outro texto para análise é o de Ne 13.2, que diz que Balaão saiu para amaldiçoar o povo de Israel, mas “…o nosso Deus converteu a maldição em bênção”. Jo 5.24, lemos que a salvação de Cristo é tão grande, que abrange toda a existência, no passado, no presente e no futuro, se perseverarmos até o fim. No presente: quem crê, TEM a vida eterna; No futuro: “não entrará mais em condenação” No passado: “Já passou da morte para a vida”

5.4. DEUS É O AGENTE DA MALDIÇÃO SOBRE OS QUE O ABORRECEM.

Outro aspecto a se anotar é o seguinte: Em Ex 20.5 e em textos semelhantes, vemos que Deus é o sujeito da visitação da maldade ou da maldição sobre os que lhe desobedecem. Neste caso, perguntamos: Como Deus vai amaldiçoar a descendência daqueles que já aceitaram a Cristo como salvador? Isso não condiz com o caráter de Deus, revelado nas Escrituras.

Ele não pode se contradizer, nem anular sua própria palavra. Se tomarmos com base Dt. 28, vemos, desde o v. 1 até o 14, as bênçãos previstas por Deus para que lhe obedecem. Ora, perguntamos, como podem tais bênçãos ocorrer, se, ao mesmo tempo, por causa de pecados dos antepassados, a maldição persistir sobre a família dos servos de Deus?

Parece-nos que existe uma contradição e um equívoco sobre os que ensinam sobre a maldição hereditária no que concerne aos crentes em Jesus.

5.5 COMO ENTENDER, ENTÃO, CASOS DE DOENÇAS QUE PASSAM DE GERAÇÃO A GERAÇÃO E DE PERTURBAÇÕES MALIGNAS SOBRE FAMÍLIAS DE CRENTES SINCEROS E FIEIS?

Na verdade, há casos em que famílias de crentes em Jesus, formadas por pessoas dedicadas e sinceras, que sofrem problemas os mais diversos, em termos de saúde, e adversidades financeiras e até de perturbações por parte do maligno. Segundo entendemos, as consequências do pecado de um pai podem passar para os seus descendentes.

A. Nos descrentes, sim, como maldição prevista por Deus, ou como consequência natural do pecado sobre a descendência. Um pai alcoólatra, com sífilis, certamente vai transmitir aos seus filhos as consequências do pecado, mas não o pecado em si. Um pai ou uma mãe aidética passa a enfermidade para o filho no ventre.

Esse é um ponto importante: o que se transmite, hereditariamente, são os efeitos do pecado e não o pecado, pois este, segundo a Bíblia, não é hereditário. É de responsabilidade pessoal (Ver Ez 18). A Bíblia diz em Dt 24.16: “Os pais não morrerão pelos filhos, nem os filhos pelos pais: cada qual morrerá pelo seu pecado”.

Vemos aí a justiça de Deus, não permitindo que os filhos, sem culpa, herdem as maldades dos pais, em termos espirituais, a ponto de morrerem por causa de seus antepassados.

A responsabilidade moral e espiritual é individual perante Deus. Em Ezequiel, Cap 18, 20-22: “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele. Mas se o ímpio se converter de todos os seus pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e fizer juízo e justiça, certamente viverá; não morrerá. De todas suas transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela sua justiça que praticou, viverá”.

Com isso, vemos que o pecado não passa de pai para filho. O que pode passar são os efeitos genéticos e também a influência moral dos pais sobre os filhos; estes tendem a seguir os exemplos bons ou maus de seus pais.

B. Nos crentes em Jesus, como consequência natural, genética e que pode ser curadas por Deus. Não tem sentido Deus, que é justo, continuar a amaldiçoar a família de alguém que aceitou a Jesus, sendo nova criatura, para quem “as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. De igual modo, mesmo sem ser maldição de Deus, os efeitos do pecado podem ser transmitidos de pais não crentes para os filhos crentes em Jesus.

Nunca, porém, a maldição, pois quem está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram. Eis que tudo se fez novo. Em Rm 8.1, lemos: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito”. Assim, não mais condenação ou maldição para os que estão em Cristo Jesus.

Em Rm 8.33-39, lemos que o crente pode passar por situações as mais adversas, tais como por tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada, mas, diz Paulo: “Em todas essas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” . Ora, em todas essas coisas, até passando por fome, nudez (que não é nenhuma prosperidade), até nisto, somos mais do que vencedores e não amaldiçoados.

Nem toda doença é fruto do pecado da pessoa nem é maldição. Vemos o caso do cego de nascença, em Jo 9. “E passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus”. Vemos aí um caso o interessante: Nem os ancestrais pecaram, nem o homem cego. A doença ocorrera para que se manifestassem a s obras de Deus. Jesus curou o cego e seu nome foi glorificado.

C. No caso de perturbações malignas, elas têm origem na ação do Inimigo contra o crente e sua família e não como maldição de Deus sobre os descendentes. Tais perturbações podem ser desfeitas pelo poder maravilhoso e na autoridade do Nome de Jesus.

No caso, por exemplo, em que uma fazenda dos crentes era prejudicada pela ação dos espíritos maus, originários na feitiçaria dos índios, antigos proprietários das terras, vemos que se tratavam de ações do maligno e não da maldade visitada por Deus.

Quando oraram ao Senhor, ele desfez o efeito daquelas maldades. No caso dos JUKES, sua descendência foi prejudicada pela maldade dos pais, cujos efeitos passaram para os filhos. Sem dúvida alguma, todos eles aborreceram ao Senhor, conforme está em Ex 20.5. Por isso, Deus visitou a maldade deles nas suas gerações.

É um caso bem típico de maldição familiar herdada. Se um deles houvesse aceitado a Jesus como salvador, tudo se faria novo. As coisas velhas da família seriam anuladas em sua descendência, em termos espirituais. Em termos físicos, poderiam se beneficiar da cura divina ou dos recursos médicos, colocados à disposição do homem pelo próprio Deus.

No caso dos descendentes de Jonathan Edwards, vemos que eles aceitaram a Jesus como Salvador. Como consequência, a influência benéfica do exemplo dos pais se fez sentir sobre os filhos, bem como a bênção e a misericórdia de Deus de geração a geração.

Cremos que a visitação da maldade por Deus, sobre a terceira e quarta geração é para os que aborrecem a Deus, e não para os nascidos de novo; para estes, Deus tem prometido fazer misericórdia a milhares de seus descendentes.

A maldição não é transmitida diretamente e sim os efeitos do pecado sobre os filhos.

Se alguém aceita a Jesus é nascido de novo, sua vida está debaixo da proteção divina, não cabendo mais nenhuma condenação ou maldição.

Que Deus nos abençoe que possamos entender as verdades espirituais à luz da Bíblia e não de especulações doutrinárias sensacionalistas e equivocadas.

Pr. Geraldo Martins Pereira

Pr. Jânio Santos de Oliveira

João Placoná – Presbítero, Bacharel em Teologia, Pregador da Palavra,

Palestrante e Articulista.

A Graça Anulada

Lê-se e ouve-se muito falar de graça (assim como fala-se pelos cotovelos de amor), mas qual a definição de graça?

Seria a graça algo que pudesse servir a múltiplos propósitos, ou é a graça direcionada para apenas um objetivo, ao qual o bom Deus estabeleceu?

Nem vou me alongar quanto à questão da interpretação. Se o Espírito Santo não é suficiente para revelar ao crente mais afoito o significado do que está claramente exposto na Escritura, o que posso fazer além de orar por sua alma?

Também não falarei da graça comum, a qual Deus derramou sobre justos e injustos. O foco aqui é a graça salvadora, e a sua ação na vida do crente.

Tentarei explicar porque muitos que se consideram sob a graça salvadora enganam-se, pois a ira de Deus permanece sobre eles.

Algumas definições:

1) Dicionário Priberam - graça - s. f. 1. Favor. 2. Perdão. 3. Benevolência. 4. Chiste. 5. Gracejo. 6. Dom sobrenatural, como meio de salvação ou satisfação.[1]

2) Dicionário Wyclife - graça – grego “Charis”, significa: 1. Aquilo que causava atração. 2. Consideração favorável sentida em relação a uma pessoa. 3. Um favor. 4. Gratidão. 5. Usada adverbialmente em frases como: “Por amor a alguma coisa”.[2]

3) Dicionário. Internacional de Teologia N.T. [Entre tantas definições da palavra Charis eCharisma, ficarei com a seguinte, a qual é o foco deste texto] – graça – 1. Dom não merecido, da parte de Deus, às suas criaturas.[3]

Graça é o favor imerecido que Deus concede aos eleitos, os quais estão mortos em seus delitos e pecados e são vivificados pelo Espírito; os quais são inimigos de Deus e se tornam seus amigos; os quais estão condenados e são absolvidos; os quais estão destituídos da Sua glória e passam a ser participantes dela; os quais mereciam perecer no fogo do Inferno e são perdoados, e viverão a eternidade no Céu.

A graça é algo que recebemos sem merecer, fruto da misericórdia de Deus, a expressão do Seu amor pelos eleitos, que não nos dá o que merecemos: a morte definitiva.

Pelo sangue derramado do Seu Filho Jesus Cristo, os eleitos são resgatados da condenação do pecado, regenerados pelo poder do Espírito Santo, feitos membros do Corpo de Cristo, salvos e restituídos à comunhão com Deus.

Quando não havia esperança, Deus providenciou a esperança. Quando não havia saída, Deus providenciou a saída. Quando estávamos cegos, Deus abriu-nos os olhos. Quando surdos, fez-nos ouvir. Quando havia apenas uma disposição no nosso coração, o pecado, Ele nos santificou, tornando-nos mais alvos do que neve. Quando estávamos em guerra, Ele nos deu a paz. Tudo isso realizado por Cristo na cruz do Calvário, quando pelo Seu sangue, fomos lavados e remidos, transformados de criaturas caídas em filhos adotivos de Deus. Coerdeiros do Reino de Cristo, da herança incorruptível: a vida eterna.

Vale dizer que todos os nossos pecados, passados, presentes e futuros, foram infalivelmente perdoados; e de que nada, absolutamente nada, nem mesmo a minha vontade, poderá retirar-me da condição de salvo, fazer-me perder o que Cristo me deu e pagou com alto preço.

O padrão divino de graça é tão alto e eficaz, que a despeito de tudo o que o homem pode fazer em sua rebeldia, o eleito estará segura e eternamente salvo.

Porém, quer dizer que o eleito poderá fazer o que bem quiser, ou seja, cometer quantos pecados quiser, por já estar salvo? Paulo diz: “Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Rm 6.1-2).

Esse tipo de pensamento é uma afronta a Deus, é uma blasfêmia, a prova de que essa pessoa nunca experimentou a salvação, a regeneração espiritual, não possui a mente de Cristo, e está morto em suas ofensas. Porque “sabemos isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado” (Rm 6.6).

O novo homem foi crucificado com Cristo, para que não viva pela carne, nem dê vazão às suas paixões e concupiscências (Gl 5.24).

O novo homem está em Cristo, e Cristo nele, para que dê muitos frutos, para sermos o louvor da Sua glória (Jo 15.5, Ef 1.12).

O novo homem está firme na liberdade com que Cristo libertou, não estando debaixo do jugo do pecado, sendo agora servo da justiça (Gl 5.1, Rm 6.18).

O novo homem foi criado para as boas obras, “as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10).

O novo homem não se utiliza do fato de estar debaixo da graça e não da lei para pecar (Rm 6.15).

O novo homem aprende e é ensinado pela verdade em Jesus (Ef 4.20-21).

O novo homem não se corrompe mais pelas concupiscências do engano (Ef.4.22).

O novo homem já está despido do velho homem com os seus efeitos, e já está vestido do novo, “que se renova pelo conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.10-11), e segundo Deus, é criado em justiça e santidade (Ef 4.24).

O eleito tem então, pela graça, as seguintes provisões: 1. A justificação (Rm 3.24). 2. A capacitação (Cl 1.29). 3. Uma nova posição (1Pe 2.5,9). 4. Uma herança (Ef 1.3, 14).

Pelo que já foi dito, está mais do que evidente que a salvação é pela graça (Ef. 2.8-9), não há a menor possibilidade de alguém ser salvo por suas próprias obras, pois a salvação, como plano elaborado e executado, tem apenas um arquiteto e construtor, o próprio Deus. O qual operou a salvação nos eleitos de duas formas: 1. Através da expiação de Cristo na cruz. 2. E pela graça irresistível, Deus regenera o pecador, levando-o inevitavelmente a Cristo, a fim de que se arrependa e seja salvo.

Como se vê, a graça divina é invencível, e nunca deixará de produzir os efeitos a que foi destinada: a salvação dos eleitos; libertando-os de sua vontade natural iníqua, e moldando-os eficazmente para serem conforme a imagem de Jesus Cristo (Rm 8.29).

Outro benefício produzido pela graça na vida do crente é a santificação. E o que é santidade?

Ela é designada no hebraico pela palavra qadosh e qodesh, e no grego porhagios e hagiosyne, que significam cortar, separar; revelando-nos a posição ou relação existente entre Deus e suas criaturas.

A ideia da distinção que há entre o comum, o profano e o impuro da criação, com o que é puro e perfeito, a natureza divina.

A santidade é o próprio Deus, é o que o caracteriza, e ela inclui todos os seus outros atributos, os quais são coordenados e aplicados por ela, fazendo com que tudo aquilo que O revela seja santo (a graça, o amor, a justiça, a ira, etc).

Logo, Deus sendo santo está isento do pecado, e a santidade assume o caráter de nos separar do pecado e nos conformar ao Seu padrão moral.

Assim, a exortação bíblica é para que o eleito seja santo como Deus é santo (Lv 20.26, 1Pe 1.16).

Porém, qual o critério de santidade?

A santidade de Deus é revelada na lei moral cravada no coração do homem, e pela revelação especial, a Escritura. Especialmente, ela se revela na lei dada a Israel. Como aio, a Lei Moral nos revelou o pecado e a necessidade de arrependimento, para que sejamos novamente reatados à comunhão com Deus, pela fé em Cristo.

São duas ações que levará o eleito à santidade: 1. Na conversão, ele é santificado de maneira posicional em relação a Deus, ou seja, recebemos a santidade de Cristo que nos é imputada, como uma virtude que passamos a ter exclusivamente pela graça salvadora. 2. A obediência aos Seus mandamentos, como a prova do nosso amor pela graça recebida e repousada sobre nós.

O eleito desde sempre é santo por Cristo. Mas o eleito se santifica progressivamente, como fruto da boa obra de Deus iniciada e aperfeiçoada em sua vida (Fp 1.6), no tempo.

Nem a santificação posicional, nem a santificação pela obediência podem ser indissociadas. Uma não subsiste sem a outra, e ainda que a segunda necessite da primeira, elas estão entranhadas da mesma forma que irmãos siameses não podem viver separados (como uma ideia geral, não particular).

Uma é consequência da outra, e ambas são causas de si mesmas. O que não quer dizer que são autoexistentes, mas subsistem pela vontade direta e perfeita de Deus; provém dEle, para que aprovemos as coisas excelentes, para que sejamos sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo (Fp 1.10).

Ele nos elegeu em Cristo antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos irrepreensíveis diante dEle (Ef. 1.4); e a santidade do crente repousa nessa posição, e em sua entrega progressiva, minuto a minuto, à vontade divina e à disposição de andar nos Seus santos caminhos.

O fato de ainda permanecermos com a natureza caída, não nos exime do dever de obedecer aos princípios morais bíblicos, nem de trilhá-los, muito menos de ignorá-los em favor dos nossos deleites e paixões carnais.

Ainda que a perfeição dependa da remoção final da natureza ímpia, o cristão deve seguir em frente, rumo à perfeição, como imitador de Cristo, o qual é perfeito e santo.

Para isso, é fundamental o estudo da Palavra, através da qual conheceremos Deus e Sua santidade, conheceremos a Sua vontade santa, tomaremos contato com Sua Lei santa, aprenderemos a viver em santidade, a desejá-la e buscá-la, para que através de nossas vidas Deus seja glorificado, e pela ação do Espírito Santo, sejamos santificados.

Infelizmente, o que se tem visto é a banalização da graça. Muitos, utilizando-se indevidamente da palavra, têm se entregado a todo o tipo de pecado; têm se regozijado em sua carne; têm rejeitado a verdade, e vivido intensamente a mentira, sem nenhum sinal de arrependimento, sem nenhuma mudança de vida; fazem-se pior do que a porca lavada na imundície da lama (1Pe 2.22).

Negam Cristo e sua eficácia, trazendo sobre si mesmos a condenação. Eles propagam a vergonha herética do antinominialismo, de que o cristão não precisa se submeter ao padrão moral previsto na lei mosaica, bastando a fé, pois a graça se encarrega de deixar “livre” o caminho para o pecado sistêmico. E isso tem outro nome, chama-se depravação autônoma e deliberada de se rebelar contra Deus.

Ele ouve a palavra, mas a despreza. Acomodando-a e distorcendo-a em seu arcabouço de iniqüidade. “Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era” (Tg 1.23-24).

Ou ainda é como “aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda” (Mt 7.26-27).

Ele é o tolo que acha possível enganar Deus. Em seu erro, acredita que Deus se deixará escarnecer, e de que não colherá aquilo que plantou. Na mais profunda ignorância, esforça-se em semear diligentemente na sua carne, na ilusão de não ceifar a corrupção, e ganhar a vida eterna.

O pensamento dele é façamos males, para que venham bens; porque não estamos debaixo da lei, mas da graça, por isso, pequemos. Ao que Paulo respondeu: “A condenação desses é justa” (Rm 3.8). E assim, pela desobediência, o mal não é restringido neles, não têm os seus pecados revelados, não agradam a Deus, pelo contrário, ofendem-nO, apascentando a si mesmos sem temor (Jd 12); e como meninos levados em roda por toda a sorte de enganos dos homens (Ef 4.14), são incapazes de discernir tanto o bem como o mal (Hb 5.14), negando o Senhor e “trazendo sobre si mesmos repentina perdição” (2Pe 2.1), prometendo liberdade, acabam sendo escravos da corrupção, “porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo” (2Pe 2.19), “para os quais a escuridão das trevas eternamente se reserva” (2Pe 2.17).

Com isso, o objetivo deles é o de disseminar na igreja a dissensão e a rejeição à lei de Deus, invadindo a igreja com a fragilidade do pecado, debilitando-a, levando-a ao caminho inverso da santidade: a pecaminosidade.

O exemplo máximo do que esse tipo de pensamento pode fazer, e aonde chegar, é o estabelecido pela igreja emergente. Eles são sutis em suas mensagens, especialmente por rejeitarem o Evangelho da Cruz, ao qual Paulo disse estar crucificado para o mundo, e o mundo para ele, e do qual ele se gloria (Gl 6.14).

Outras sutilezas são impregnadas paulatinamente nessa doutrina, como a não inspiração e inerrância da Escritura. E assim, pouco a pouco, desviam-se cada vez mais da verdade, uma espécie de desconstrução bíblica, em que a mente pós-moderna e caída se prende a um tipo de tortura mental, em que a dúvida e a incerteza são as plataformas de sua doutrina falida e diabólica, na qual a sua confiança está na carne ao invés de depositada no Senhor (Fp 3.3).

Daí, para se afastar definitivamente do padrão bíblico de santidade, e se entregar ao padrão mundano da imoralidade, é um pulo.

Começa-se a defender o adultério, o divórcio, a homossexualidade, a masturbação, o aborto, o paganismo ecumênico, e todo tipo de degradação existente, onde o homem ocupa todo o seu coração com a própria desordem, e não há lugar para Cristo.

Ao contrário de Paulo, não se quer perder todas as coisas, e considerá-las esterco, para ganhar a Cristo (Fp 3.8).

O que se tem é o evangelho diluído, moderno e cativante, de um estilo elegante e hábil, propositalmente despojado, chegando mesmo a ser fascinante, contudo, ineficaz para a salvação, terrivelmente letal, através do qual é anulada qualquer possibilidade de esperança.

Por que assim como os fariseus esperavam a justificação pela Lei, aqueles que não a usam legitimamente, rejeitando-a, serão julgados pela Lei. Ao não entenderem o que dizem nem o que afirmam dizer, colocaram-se debaixo da Lei. Para eles, não há graça, porque as suas palavras os roerão como gangrena.

“Mas o Senhor conhece os que são seus” (2Tm 2.19).

Jorge Fernandes

João Placoná – Presbítero, Bacharel em Teologia, Pregador da Palavra, Palestrante e Articulista.