sábado, 24 de fevereiro de 2018

Toda verdade sobre as línguas estranhas

dom de linguas

Hoje eu tenho aqui uma tarefa que admito não ser das mais fáceis. Isto porque diz respeito àquele que é considerado o pilar da fé de milhões de cristãos brasileiros, a saber, o Dom de Línguas.

Eu tenho amigos e sou amigo de muitos irmãos pentecostais, a quem amo de forma sincera e a quem também atribuo a virtude da sinceridade. Sei que muitos destes irmãos veem no dom de línguas o grande distintivo, a marca maior de sua lealdade ao Espírito Santo.

Sei também que o movimento pentecostal brasileiro é caracterizado por muitos pontos positivos e excelentes serviços prestados ao reino. Por isso, eu os tenho na mais alta conta, eu os vejo como irmãos em Cristo, com eles coopero sempre que posso em ações conjuntas a favor do evangelho e por todas estas razões terei o máximo respeito nas explanações que farei aqui.

Tudo, porém, a favor da verdade e pelo princípio reformador que rege minha conduta cristã – Sola Scriptura – A Palavra de Deus está acima de tudo e todos.

Nosso tema de hoje questiona qual é a finalidade teologicamente mais aceita para o Dom de Línguas na Bíblia e é claro que esta discussão acaba levando a vários desdobramentos que o tema aborda e eu tentarei deixar meu humilde parecer aqui também.

Esse importante dom mencionado na Bíblia tem sido incompreendido pelos sinceros irmãos da atualidade.

Há mesmo quem afirme que quem não fala em “línguas estranhas” não é batizado com o Espírito Santo (Contrariando totalmente o que está escrito em Efésios 1:13 que afirma somos selados pelo Espírito a partir do momento em que cremos em Jesus e não no momento em que “falamos línguas estranhas”).

Estes mesmos irmãos asseguram inclusive que a única prova de ser batizado com o Espírito Santo é falar “língua estranha” e o cristão que não possui este dom ainda está abaixo do grau de espiritualidade ideal, ou seja, é uma espécie de “cristão de segunda classe”.

Segundo a Bíblia, porém, o dom de línguas é a capacidade de falar outra língua conhecida, em outro idioma (esse é o significado do termo grego para “língua”) com o objetivo de anunciar a boa notícia e salvação por meio de Cristo.

Mateus 28:19, 20 diz que devemos “ensinar as pessoas a guardarem todas as coisas…” Observe que, para ensinar, é indispensável conhecer a língua falada do estrangeiro. “A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso.” 1 Coríntios 12:7. Concluímos, obviamente, que o falar em língua deve ter uma utilidade; deve ser ao menos, inteligível. Lembrando: que tenha um propósito evangelístico.

Esta experiência autêntica aconteceu com os discípulos por ocasião do Pentecostes (A palavra pentecostes é grega e quer dizer “quinquagésimo (dia)”, pois essa festa era comemorada cinquenta dias depois da PÁSCOA). Leia Atos 2:1-11.

O relato mostra que o dom de línguas foi dado para evangelizar. O verso 6 declara que “cada um ouvia falar na sua própria língua” o que cada seguidor de Cristo dizia e o verso 8 confirma: “e como os ouvimos falar cada um em nossa própria língua materna?” Pela terceira vez exclamaram os estrangeiros: “como os ouvimos falar em nossa própria língua as grandezas de Deus?” (verso 11).

Havia, naquele lugar, cerca de 20 nações diferentes. Os apóstolos não tinham tempo e nem uma escola para aprender todos aqueles idiomas. Você percebeu? Houve uma “NECESSIDADE” de pregar o evangelho em um lugar onde havia muita gente (Deus não poderia perder aquela oportunidade!); por isso, o Senhor lhes deu o dom de línguas estrangeiras. Note que os discípulos não falaram palavras ou sílabas sem sentido. Eram compreendidos em outros idiomas.

Há alguns aspectos importantes para analisarmos o dom de línguas em Atos 2:

1) A mensagem de Pedro centralizava-se em Jesus (Atos 2:22-36);

2) O dom de línguas não foi acompanhado por um êxtase sentimental descontrolado. Observe que a mensagem foi compreendida de forma a haver resultados: 3.000 pessoas foram batizadas! (Atos 2:41);

3) Paulo também afirma que as palavras usadas no dom são idiomas que precisam ser entendidos pelos ouvintes para que se convertam a Cristo. Não adianta nada falar num idioma que a pessoa não conheça: “Agora, porém, irmãos, se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos aproveitarei, se vos não falar por meio de revelação, ou de ciência, ou de profecia, ou de doutrina? É assim que instrumentos inanimados, como a flauta ou a cítara, quando emitem sons, se não os derem bem distintos, como se reconhecerá o que se toca na flauta ou cítara? Pois também se a trombeta der som incerto, quem se preparará para a batalha? Assim, vós, se, com a língua, não disserdes palavra compreensível, como se entenderá o que dizeis? Porque estareis como se falásseis ao ar.” (1 Coríntios 14:6-9.) Leia também 1 Coríntios 14: 18, 19, 23.

4) O dom de línguas é um sinal para os descrentes a fim de que ouçam as maravilhas de Deus no idioma deles. Não é um sinal para os crentes, conforme 1 Coríntios 14:22: “De sorte que as línguas constituem um sinal não para os crentes, mas para os incrédulos; mas a profecia não é para os incrédulos, e sim para os que creem.” Portanto, tal dom não deve ser usado para orgulho pessoal. O dom de línguas é concedido para evangelizar outras pessoas de outras nações que não conhecem ao Salvador. Não é uma credencial de espiritualidade superior de um cristão.

A BÍBLIA CLARAMENTE IMPÕE REGRAS PARA O USO DO DOM DE LÍNGUAS:

1) No máximo três pessoas devem falar, de forma sucessiva e organizada, um de cada vez – 1 Coríntios 14:27;

2) Deve haver tradutor (intérprete) – 1 Coríntios 14:28;

3) Precisa ser entendido por todos – Atos 2:9-12;

4) Cumprir o papel de edificar a igreja estando subordinado ao dom de profecia (1 Coríntios 14:1, 5, 26).

5) Ser enriquecido pelo amor aos irmãos – 1 Coríntios 13:1 e 9.

Muitos cristãos de hoje ferem essas cinco regras frontalmente. Na esmagadora maioria das congregações pentecostais e neopentecostais há um certo número de pessoas e todos querem falar em línguas ao mesmo tempo.

Não pode haver intérpretes porque são muitos os que falam e que não sabem o que estão falando. Tudo isso pela motivação de seus próprios líderes, que induzem seus fiéis a acreditarem que um culto sem barulho e sem línguas seria um culto sem a presença do Espírito Santo.

Mas o que se observa é uma grande confusão e barulho, que comprometem o testemunho para com os de fora. Além de uma sucessão de línguas fingidas e forjadas por aqueles que não querem carregar a marca de serem reconhecidos como cristãos inferiores.

OUTROS ASPECTOS IMPORTANTES A SEREM AVALIADOS SOBRE O DOM

1. A gritaria não pode fazer parte da manifestação de qualquer dom – Efésios 40:30, 31;

2. A pessoa tomada pelo Espírito Santo tem paz e domínio próprio (Gálatas 5:22, 23), ou seja, não cai no chão, não pula, não rodopia, não sapateia, não grita, não sofre unção de riso ou de choro, não imita animais e nem se comporta como desequilibrado mental. Se há presença espiritual nesses episódios, seguramente não podem ser atribuídas ao Espírito Santo de Deus.

3. O dom de línguas não provoca desordem na igreja. Em 1 Coríntios 14:33, 40 é dito que “Deus não é de confusão e sim de ordem e paz.” A obra de Deus sempre se caracteriza pela calma e a dignidade. O barulho choca os sentidos. Por favor, leia  Mateus 6:6 e Gálatas 5:22, 23).

4. O Espírito Santo somente é concedido aos que obedecem a Deus (Atos 5:32). Será que os que se dizem possuidores do Espírito Santo guardam todos os mandamentos de Deus? (ver Tiago 2:10). A pessoa que conhece a Palavra e de livre vontade desobedece a Deus, não tem o Espírito Santo, mesmo que possa parecer! “O que desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.” Provérbios 28:9.

5. O fato de alguém falar em línguas não é prova de que tenha sido batizado(a) pelo Espírito Santo. A Bíblia apresenta diversas pessoas que receberam o Espírito Santo e, contudo, não falaram em línguas, pois não era necessário. São elas:

• Os samaritanos (Atos 8:17); • Maria (Lucas 1:35); • Estevão (Atos 6:5; 7:55); • Saul, o primeiro rei de Israel (l Samuel 10:10); • Gideão, juiz de Israel (Juízes 6:34); • Sansão, outro juiz (Juízes 15:14); • Zacarias, pai de João Batista (Lucas 1:67); • Bezalel, em tempos remotos (Êxodo 31:1-3); • João Batista e sua mãe (Lucas 1:15 e 41); • Os sete diáconos (Atos 6:1-7); • Jesus Cristo (Lucas 3:22).

Vemos que Jesus nunca falou em línguas. Mas eu creio firmemente que Ele o tinha! Ele não usou esse dom porque não havia uma necessidade evangelística para tal.

Exigir que todos os irmãos falem em línguas é querer dirigir o Espírito. É ir contra a soberania do Senhor, pois somente Deus Espírito Santo é quem distribui os dons como Ele quer: “Porém é um só e o mesmo Espírito quem faz tudo isso. Ele dá um dom diferente para cada pessoa, conforme ele quer.” 1 Coríntios 12:11.

6. O termo “língua dos anjos” só aparece em l Coríntios 13:1, quando Paulo afirma: “Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.” O apóstolo está apenas usando uma hipérbole, destacando que, mais importante que falar a língua dos homens e dos anjos, é ter amor. Ele não está afirmando que essa manifestação estranha de língua angelical fizesse parte de nossa pregação (Leia Gênesis 18 e Apocalipse 22:8, 9, onde os próprios anjos falaram idiomas humanos para que pudessem ser compreendidos! Leia também Gênesis 19:15; Lucas 2:8-14; 1:16-18). Não há nenhum registro em toda Bíblia, mesmo antes da criação do homem de alguma língua dos anjos.

7. Em Marcos 16:17 é dito: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios: falarão novas línguas.” O que significa “falar uma nova língua” na Bíblia? O texto original grego responde. Há duas palavras gregas diferentes para descrever o termo “novas” línguas: neós e kainós. • Neós é algo novo que não existia antes.  • Kainós é algo novo que já existia.

A palavra empregada em Lucas 16:17 é kainós, indicando assim que as “novas línguas” faladas pelos discípulos de Jesus seriam novas apenas para eles que não as conheciam, mas elas já existiam!

A língua falada é um sistema de linguagem em que os seres humanos, dotados de inteligência, se comunicam e se entendem perfeitamente. As “línguas estranhas” faladas em muitos cultos de hoje nada têm em comum com as mais de 3.000 línguas e dialetos existentes na Terra.

Por conseguinte, não possuem importância evangelística e nem servem para identificar quem é cristão consagrado ou não (lembre-se Efésios 1:13).

A teoria de que o genuíno dom de línguas se manifesta hoje na forma de línguas estáticas, não faladas atualmente por qualquer povo ou nação, carece de fundamento bíblico.

As várias alusões, na Versão Almeida Revista e Corrigida, a “línguas estranhas” (1 Coríntios 14) não aparecem no texto original grego (O termo línguas estranhas foi acrescentado pelo tradutor para tentar “facilitar” a compreensão do texto. Entretanto, dificultou mais ainda, dando apoio à ideia de que o dom de línguas bíblico é algo ininteligível) onde a expressão usada é simplesmente “línguas”. Não sei se você sabia disso, mas somente nesta versão aparece o termo ‘Línguas estranhas.”

Portanto, se estou falando a você em Francês (língua estrangeira) e você não sabe nada de Francês, para você estou falando língua estranha, pois não pode ser entendida. Mas isso não quer dizer que o Francês é um idioma que não pode ser entendível por ninguém. Daí surge a necessidade do intérprete.

MAS O QUE A BÍBLIA QUER DIZER AO AFIRMAR QUE QUANDO ORAMOS EM ESPÍRITO ESTAMOS FALANDO EM MISTÉRIOS?

Por mais que muitos acreditem que orar no Espírito seja o mesmo que orar em línguas, eu muito honestamente não consigo enxergar isso quando analiso a Palavra mais de perto e quando interpreto a Bíblia não com minhas opiniões religiosas, mas comparando com aquilo que a própria Bíblia afirma.

Orar no Espírito é mencionado três vezes na Bíblia. 1 Coríntios 14:15 diz: “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente”. Efésios 6:18 diz: “com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”. Judas 20 diz: “Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo”. Então, o que significa exatamente orar no Espírito?

A palavra grega traduzida “orar em” pode ter vários significados diferentes. Pode significar “por meio de”, “com a ajuda de”, “na esfera de” e “em conexão ao”. Orar no Espírito não se refere às palavras que estamos dizendo. Na verdade, refere-se a como estamos orando. Orar no Espírito é orar de acordo com a liderança do Espírito. É orar por coisas que o Espírito nos leva a mencionar. Romanos 8:26 diz: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis”.

Alguns, com base em 1 Coríntios 14:15, igualam orar no Espírito com orar em línguas. Ao discutir o dom de línguas, Paulo menciona “Orarei com o espírito”. 1 Coríntios capítulo 14 declara que quando uma pessoa ora em línguas, ela não sabe o que está dizendo porque está falando em uma língua desconhecida.

Além disso, ninguém pode entender o que está sendo dito, a menos que haja um intérprete. Em Efésios 6:18, Paulo nos ensina: “com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”. Como podemos orar com toda oração e súplica por todos os santos se ninguém, incluindo aquele que estiver fazendo a oração, entende o que está sendo dito?

Portanto, orar no Espírito deve ser entendido como orar no poder do Espírito, de acordo com a liderança e vontade do Espírito, não como orar em línguas.

QUAL FOI A LÍNGUA FALADA POR CORNÉLIO QUANDO LHES SOBREVEIO O ESPÍRITO SANTO?

Esta costuma ser a grande carta na manga para aqueles que insistem na tese de que exista uma tal língua estranha e misteriosa. Mas a Palavra possui uma explicação bem mais razoável.

O texto diz respeito a Atos 10:44-47. Muitos afirmam que seriam línguas dos anjos, pois não havia estrangeiros entre eles e, portanto, não haveria necessidade de línguas de outras nações. Eu vejo nesse texto apenas uma confirmação de tudo quanto tenho dito até aqui sobre o fato de que as línguas são na verdade idiomas estrangeiros e com o propósito evangelístico. Pedro estava acompanhado por aqueles que eram da circuncisão, ou seja, de judeus convertidos, os quais não acreditavam que o Espírito Santo pudesse ser derramado sobre gentios. Estes irmãos já tinham presenciado o milagre do Pentecostes registrado em Atos 2. Todos nós sabemos que o milagre que houve ali foi justamente a presença de línguas estrangeiras sendo entendidas em seu próprio idioma. Logo, o que eles viram ocorrer em Cornélio foi a mesma coisa e por isso ficaram espantados e disseram que ele tinha recebido o Espírito Santo. Logo em seguida o texto diz que Cornélio foi batizado, provando mais uma vez que o propósito das línguas é evangelístico e missiológico, como claramente aprendemos em Atos 2; Atos 10, 19 e 1 Coríntios 12-14.

Importante ressaltar para concluir que não tenho nenhuma má vontade em aceitar o dom de línguas tal como pensam nossos irmãos pentecostais. Eu passei meus primeiros dez anos de fé dentro do movimento pentecostal, mas todos que me conhecem sabem que sempre fui um grande questionador das cenas que eu assistia no ambiente que frequentava.

Todos também sabem do meu forte apreço pelo estudo sistemático da Palavra de Deus. Logo, foi este aprofundamento que me trouxe aqui. E é bom que se diga coisa: Tal aprofundamento em nada comprometeu minhas convicções do poder e da graça do Senhor. Não sou um teólogo de linha cessacionista.

Creio no poder de Deus, creio nos dons espirituais, creio no mistério da fé com suas nuances que suplantam o entendimento humano, creio que o Deus de ontem é o mesmo de hoje e que Ele pode fazer e faz tudo quanto a Palavra registra.

Todavia, creio conforme a Bíblia e não segundo os rudimentos e as tradições do homem.

Pr. Reinaldo Ribeiro

Pb. João Placoná

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Faremos milagres maiores do que Jesus fez?






















Já ouvi de diversas pessoas a frase “Jesus disse que faríamos obras maiores do que as Dele”.

De fato, existe um texto em João 14.12, onde Jesus diz: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai”.

Normalmente essa frase é dita por pessoas que veem com bons olhos igrejas com foco na teologia da prosperidade e também nos milagres como evidência de que Deus está agindo em determinado lugar.

Assim, qualquer líder que não demonstre o famoso “poder” não é visto como sendo um homem de Deus, já que Jesus disse, segundo interpretam, que Seus servos fariam obras maiores do que as Dele.

No texto, Jesus diz que aquele que crê Nele faria “as obras que ele faz e outras maiores”. Alguns têm interpretado essa fala de Jesus focando no fato de que nós, servos de Cristo, iremos fazer milagres maiores do que aqueles que Jesus fez. Mas será isso mesmo o que o texto quer comunicar? Vejamos:

(1) Já que o texto fala de obras, vamos relembrar algumas das obras realizadas por Jesus:
 a) Devolveu a visão a cegos;
b) Fez paralíticos andarem;
c) Ressuscitou um morto que já estava em decomposição havia quatro dias;
d) Transformou água em vinho;
e) Curou leprosos;
f) Controlou uma tempestade;
g) Curou um mudo;
h) Alimentou uma multidão com cinco pães e dois peixes e em outra ocasião alimentou outra multidão com sete pães e alguns peixinhos;
i) Andou sobre o mar;
j) Curou uma orelha decepada;
k) Ressuscitou após morrer;  etc.

(2) Olhando para as obras de Jesus citadas anteriormente eu faço uma pergunta objetiva: Alguém após Jesus Cristo e seus apóstolos conseguiu fazer obras – no sentido de milagres e coisas extraordinárias – maiores do que as que Ele fez?

Sinceramente não conheci no que estudei de história até hoje e nem vejo na atualidade qualquer homem, servo de Deus, que se equipare ou que supere Jesus em termos de obras extraordinárias. Você conhece?

(3) Se fazer “obras maiores do que as de Jesus” definitivamente não está ligado a milagres extraordinários como demonstramos no ponto anterior, o que Jesus quis dizer com “fará também as obras que eu faço e outras maiores fará”?

Fica evidente pela compreensão do texto e contexto que Jesus tinha em mente a extensão da obra de Deus e não o tamanho e qualidade dos sinais que operava que, diga-se de passagem, só Ele mesmo para operar coisas tão grandiosas e únicas.

Jesus, enquanto homem estava limitado a Sua encarnação, já que Ele iria morrer como profetizou várias vezes aos Seus discípulos. Ou seja, o tempo de Jesus como ser humano aqui na terra era limitado, logo, suas obras como homem também eram.

Sabemos que seu ministério foi de apenas 3 anos. Por esse fato, Jesus justifica a questão das obras maiores, dizendo: “porque eu vou para junto do Pai” (João 14.12).

As “obras maiores” que os discípulos fariam, citadas por Jesus, estão ligadas a Sua partida. Logo depois, na sequência do capítulo 14 de João, Jesus promete o Consolador, o Espírito Santo, que dará continuidade a obra de Deus através dos Seus servos.

(4) Assim, podemos concluir que as “obras maiores” que Jesus disse que Seus servos fariam foram a expansão do reino de Deus. Jesus teve um ministério bem restrito em termos territoriais.

Mas logo após a sua morte vemos que os discípulos alcançaram quase todo o mundo da época pregando o evangelho do reino e, claro, hoje nós também fomos alcançados por aquele evangelho iniciado no território de Israel por Jesus.

Nesse sentido, nós podemos ver que os servos de Cristo, equipados com o Consolador, o Espírito Santo da promessa, fizeram obras maiores – em extensão – do que as de Jesus!

A evolução tecnológica da comunicação ajudou em muito nessa tarefa.

Outro exemplo comum de interpretação que ignora o contexto é João 14:13-14. Ler este versículo fora de contexto parece indicar que receberemos qualquer coisa de Deus contanto que usemos a fórmula "em nome de Jesus" no final da oração.

Ao aplicar as regras de hermenêutica adequadas a esta passagem, vemos Jesus falando aos Seus discípulos no Cenáculo na noite de Sua traição.

O público imediato é os discípulos. Em essência, isso é uma promessa aos discípulos de Jesus de que Deus proveria os recursos necessários para que terminassem a sua tarefa.

É uma passagem de conforto porque Jesus logo iria deixá-los. Existe uma aplicação aos cristãos do século 21?

É claro! Ao orar de acordo com a vontade de Deus (em nome de Jesus), Deus nos dará aquilo de que precisamos para realizar a Sua vontade em e através de nós.

Ainda hoje Deus é capaz de curar, caso contrário eu não oraria por um filho doente.

A questão é que as curas e sinais do início da Igreja tinham um objetivo muito claro, que era de comprovar que Deus estava começando algo novo e os sinais eram uma espécie de selo e comprovação.

Mas quem já crê e é salvo não precisa de comprovação, portanto a cura passa a ser uma misericórdia de Deus se Ele achar que a pessoa deve ser curada. Não é uma regra, como acontecia quando o Senhor curava através dos apóstolos e eram TODOS curados.

Pb. André Sanchez
Pb. João Placoná

























terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Pela ordem: Deus / Família / Trabalho / Igreja

ordem

A escala de valores de muitos cristãos está desordenada. Alguns estão vivendo de modo desordenado porque não fazem a menor ideia do que as Escrituras ensinam a respeito do assunto; outros porque mesmo tendo os valores e prioridades devidamente ordenados no conceito mental, não conseguem tê-los na prática.

Acabam deixando que aquilo que é urgente tome o lugar daquilo que é importante.

A primeira coisa a ser feita ao ordenarmos nossos passos, é conhecer a escala de valores do ponto de vista de Deus, aquilo que a Bíblia ensina. Depois, é lutar por fazê-la funcionar!

DEUS EM PRIMEIRO LUGAR

Não há nada, absolutamente nada que possa ocupar o primeiro lugar de nossas vidas, a não ser Deus. O mandamento dado a Moisés foi lembrado e enfatizado pelo próprio Senhor Jesus:

“Aproximou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, percebendo que lhes havia respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? Respondeu Jesus: O primeiro é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. E o segundo é este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que esses.” (Marcos 12.28-31)

Amar ao Senhor de todo o nosso coração, alma, entendimento e forças, é colocá-lo em primeiro lugar nas nossas vidas. Jesus deixou bem claro a qualquer que quisesse segui-lo como discípulo, que deveria reconhecê-lo em primeiro lugar em suas vidas, na frente das pessoas que normalmente nos são as mais amadas e queridas:

“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo. Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.26,27 e 33)

O Senhor deve estar na frente dos pais, cônjuges, filhos e qualquer outro familiar. Deve ser o primeiro valor em nossa lista ou escala de prioridades.

Deve vir antes de nossa própria vida. Deve vir antes de nossos bens ou qualquer outra coisa. Quando falamos sobre o Deus vir antes, não é porque as coisas que nos dispomos a renunciar não têm mais lugar em nossas vidas e sim que elas vêm depois.

Por exemplo, se o meu cônjuge, incomodado com minha fé me dá um ultimato e me manda escolher entre ele ou Deus, me disponho a sacrificá-lo e ficar com Deus, pois Deus é o maior valor de minha vida.

Mas, se mesmo não sendo cristão, meu cônjuge não se importa que eu busque ao Senhor, então ele passa a ser meu segundo maior valor ou prioridade (1 Co 7.12,13). O primeiro lugar de nossa vida, indiscutivelmente é de Deus:

“Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6.33)

Isto não quer dizer que as outras coisas não cabem em nossas vidas, mas que elas vêm DEPOIS de Deus.

FAMÍLIA EM SEGUNDO LUGAR

Muita gente tem errado ao pensar que a igreja ou o ministério vem depois de Deus.

É como um caso que ouvimos. Uma senhora do interior de São Paulo disse que Deus a chamou para uma missão e desapareceu de casa por mais de um mês.

Quando os irmãos da congregação perceberam o que estava acontecendo, tiveram que cuidar dos filhos desta mulher que não tinham o que comer e nem vestir.

O marido estava furioso porque roupas chegaram a apodrecer no tanque enquanto a família aguardava ansiosa o término da “missão”.

Isto é um absurdo! Uma mulher destas nunca leu a Bíblia! Até no caso de diminuir a intensidade do contato físico para se dedicar à oração, o casal deve estar em acordo (1 Co 7.5).

Mas aquela mulher não consultou seu marido, ela apenas disse: – “Deus me chamou e eu estou indo”. E ainda por cima dizia que o marido era “carnal” a ponto de não discernir a voz de Deus…

Veja o que as Sagradas Escrituras ensinam acerca do lugar da família na nossa escala de valores:

“Mas, se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, tem negado a fé, e é pior que um incrédulo.” (1 Timóteo 5.8)

Não há dúvida que a família é nossa segunda prioridade depois de Deus.

Se alguém negligenciar sua família por causa da igreja, do ministério, ou de qualquer outra coisa, por mais “espiritual” que pareça, está contra a Palavra de Deus! Paulo disse que tal pessoa está negando a fé e é pior do que um incrédulo!

Agora veja, Paulo estava falando com os crentes que iam à igreja, mas estavam negligenciando o lar. Logo, concluímos que a família vem antes da igreja na nossa escala de valores.

Há outro texto que mostra claramente a família como uma prioridade antes da igreja e do ministério. É o conselho pastoral que Paulo queria estender a todos os ministros debaixo da supervisão de Timóteo:

“É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, … que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)” (1 Timóteo 3.2,4 e 5)

Observe que o homem de Deus deve ser exemplar quanto à sua família. Fiel à sua esposa, e governando bem sua casa e seus filhos, caso contrário não poderá cuidar da igreja e ministério.

A Palavra de Deus não deixa a menor sombra de dúvida quanto ao lugar que nossa família deve ter na nossa escala de valores.

Mas, muitos cristãos têm negligenciado a sua família. Muitos pais que não dão tempo e atenção aos seus filhos se queixam de vê-los desviados, mas não se apercebem que estão andando em desordem.

Há esposas perdendo seus maridos e vice-versa, porque não os colocaram no lugar certo na escala de valores. É hora de ordenarmos nossos passos e darmos a atenção, honra e dedicação devida à família.

TRABALHO EM TERCEIRO LUGAR

É impressionante a facilidade com que nos levamos aos extremos. De um lado, temos na igreja, pessoas que são viciadas em trabalho e cujas vidas não estão em ordem, pois desrespeitaram a escala bíblica de valores, pondo o trabalho em primeiro lugar. De outro, temos aqueles que relegaram ao trabalho o último lugar na sua escala de valores, ou que nem mesmo colocam o trabalho em suas prioridades!

Quando a Bíblia fala daquele que não cuida da sua família sendo pior do o descrente (1 Tm.5.8), está falando, no contexto, sobre sustento material, sobre provisão das necessidades físicas.

Um cristão que não leva a sério o trabalho, a ponto de deixar sua família passar necessidade, está violando dois valores importantíssimos que vem logo depois de Deus!

O trabalho é uma ordem bíblica. É o meio de o homem sustentar sua casa e viver dignamente. Além disto, por meio do seu ganho ele também poderá servir ao reino de Deus e ao necessitado:

“Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado”. (Efésios 4.28)

A Palavra de Deus também diz que aquele que não trabalha está andando desordenadamente, fora do plano divino:

“Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: Se alguém não quer trabalhar, também não coma. Pois, de fato, estamos informados de que entre vós há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes se intrometem na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranquilamente, comam o seu próprio pão.” (2 Tessalonicenses 3.10-12)

O mandamento de Deus é claro: quem não trabalha, não deve ser sustentado pelos outros! Cada homem tem a obrigação e responsabilidade de se envolver com o trabalho; isto não apenas o proverá quanto às suas necessidades, mas ocupará corretamente o seu tempo, livrando-o de outros problemas. Paulo se orgulhava de nunca ter sido um peso para ninguém, e de suas próprias mãos (seu trabalho) terem lhe provido o sustento (At 20.34).

Mesmo quando Deus chama alguém para o ministério de tempo integral (o que também é trabalho), deve-se ter a sensibilidade de reconhecer que em determinados momentos, devido à falta de recursos, nada há de errado em se trabalhar secularmente até que a condição de sustento mude; foi isto que aconteceu com Paulo em Corinto (At 18.1-5).

Na vida dos que se dedicam de tempo integral, o ministério se enquadra na prioridade “trabalho”. Jesus ao enviar seus discípulos para pregar e ministrar ao povo aplicou a eles o termo “trabalhadores” e mencionou seu direito de salário, que é a recompensa legítima do trabalhador (Mt 10.7-10).

Alguns estudantes crentes não sabem onde devem colocar seus estudos nestas escala. Considerando que o estudo é um meio de profissionalização e preparo para melhores trabalhos, deve ser colocado no mesmo lugar que o trabalho.

Algumas famílias conseguem manter seus filhos somente estudando sem que trabalhem, mas a maioria não. Portanto devemos aconselhar e encorajar nossos jovens que enfrentem a correria de exercer as duas atividades, pois independentemente da necessidade financeira o trabalho engrandece e amadurece a pessoa.

IGREJA EM QUARTO LUGAR

Para muitos parece falta de espiritualidade deixar a igreja depois da família e do trabalho, mas esta é a forma correta de encarar nossas prioridades.

Mas note que estamos falando de valores e sua ordem, e não sobre a escolha de quais destes fatores terão lugar ou não em nossas vidas.

Todos eles devem ter lugar em nossas vidas. O fato de a família vir antes que a igreja, não me dá o direito de não ir à igreja.

Isto significa apenas que eu não devo negligenciar minha casa por causa da igreja, mas não me dá o direito de abandonar a igreja.

Muitas pessoas não vão aos cultos para passear com a família, e isto é errado.

Devemos passear com nossos familiares, mas isto deve ser programado a fim de não coincidir com outros valores, como o horário do culto na igreja.

Não podemos deixar de nos envolver com a igreja:

“Não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia”. (Hebreus 10.25)

É necessário que o crente em Jesus seja fiel em frequentar sua igreja. Não apenas porque ali ele é edificado e fortalecido, mas principalmente porque esta é forma de andarmos debaixo de cobertura espiritual.

Precisamos uns dos outros; precisamos do relacionamento com os irmãos! A Bíblia diz que o que vive isolado insurge-se contra a verdadeira sabedoria (Pv 18.1).

Embora vindo depois da família e do trabalho, a igreja é um valor precioso que deve vir antes de qualquer outra coisa ligada à vida social.

ATIVISMO RELIGIOSO NÃO É A MESMA COISA QUE FAZER A OBRA DE DEUS

Muitos têm se confundido na obra de Deus, achando que ativismo religioso, ou seja, ficar correndo de um lado para o outro, se enchendo de atividades é fazer a obra de Deus.

Ativismo religioso nada mais é que preencher o tempo com atividades religiosas que nem sempre significa que você está fazendo a obra de Deus.

Quantas pessoas, por exemplo, entram em diversos ministérios apenas para “tapar um buraco” mesmo sem ter qualquer dom naquela área?

Isso é ativismo religioso. Quantos frequentam a igreja de domingo a domingo apenas por achar que precisam estar presentes em tudo?

Isso é ativismo religioso. Quantos não conseguem tirar uma única folga para se dedicar a família de forma completa porque tem o tempo todo tomado por programações?

Isso é ativismo religioso. E ativismo religioso não é fazer a obra de Deus, é fazer uma obra humana achando que é para Deus.

Se dermos o valor devido a cada uma destas atividades, mantendo-as e respeitando-as nessa ordem na escala de valores em nosso dia-a-dia, deixaremos de ter muitos dos problemas que já nos têm incomodado.

Pr. Luciano Subirá

Pb. André Sanchez

Pb. João Placoná

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Um crente poderá apostatar da fé?


apostasia

A resposta rápida é não, de maneira alguma. Muitos não entendem que um verdadeiro crente é alguém que foi eleito e predestinado por Deus antes da fundação do mundo e que só chegou a Cristo porque o Pai o deu ao Filho para ser salvo.

Ou seja, sem você saber existe toda uma história que aconteceu nos bastidores envolvendo o Pai, o Filho e o Espírito Santo até que você chegasse a ouvir o evangelho, crer em Jesus e ser selado com o Espírito Santo.

Sua história de salvação começou muito antes de existir o Universo ou qualquer ser humano.

Veja que declaração preciosa Paulo nos dá por revelação: "Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado, em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça." (Ef 1:4-7).

Sim, eu sei que uma declaração assim gera uma série de perguntas, muitas das quais eu mesmo nem saberia ou me atreveria a responder, porque fazem parte das "as riquezas incompreensíveis de Cristo" (Ef 3:8).

O cristão aceita a Palavra de Deus pela fé, não por conseguir destrinchá-la e provar cada vírgula dela. É como almoçar: eu e você não fazemos ideia dos processos químicos e físicos envolvidos na degustação e digestão, mas almoçamos mesmo assim.

Então quando você entende que a sua salvação começou nos tabernáculos eternos antes mesmo de existir espaço, matéria e tempo, fica mais fácil aceitar que é tudo pela fé. "As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam." (1 Co 2:9). "Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora... Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia." (Jo 6:37, 44).

Acredito que estas passagens sejam suficiente para uma alma simples entender que sua salvação não foi uma escolha de sua parte, mas de Deus.

Mesmo porque, do homem natural é dito que "Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus." (Rm 3:11). Então quando alguma partícula qualquer da Palavra de Deus alcançou seus ouvidos, o Espírito Santo lhe capacitou a ouvir. "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus." (Rm 10:17).

Se você deixou de ser um morto em delitos e pecados aos olhos de Deus, e passou a ansiar por salvação, isso foi por ter nascido do alto, de Deus, pelo Espírito e pela água da Palavra.

É disso que Jesus fala a Nicodemos no capítulo 3 de João. Capacitado assim a sentir o peso de seus pecados e clamar por perdão, você ouviu o evangelho claro que se resume em Cristo morreu, Cristo ressuscitou, Cristo subiu ao céu e Cristo voltará. Então creu e recebeu o selo do Espírito Santo que é a garantia de sua salvação.

"Cristo... Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória." (Ef 1:13-14).

Achei importante dar este preâmbulo, pois existem muitos cristãos que acreditam poder perder a salvação se não perseverarem ou fizerem qualquer coisa que faça deles merecedores.

Ora, se fizermos qualquer coisa para obter ou manter nossa salvação ela já não é por graça, mas por esforço. Se isso ficou bem claro para você, passamos para sua dúvida, que é saber se um crente genuíno poderia apostatar da fé.

Pedro, no segundo capítulo de sua segunda epístola, falava de apóstatas, em especial daqueles que se posicionam como líderes na cristandade sem nunca terem realmente se convertido a Cristo, mas que assumiam tal posição para satisfazer a própria carne. "Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição." (2 Pe 2:1).

Repare que eles se introduziriam entre os verdadeiros cristãos para disseminar "heresias destruidoras". Quando você lê "...até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou" entenda que isto é no sentido de Jesus ter pago por seu resgate também, apesar de eles mesmos nunca terem se beneficiado disso.

É como quando um governo paga o resgate de dez reféns da guerrilha e quando vai buscá-los só encontram oito ou nove, porque um ou dois decidiram ficar morando com os guerrilheiros. O governo os resgatou com o montante pago também por eles, mas não quiseram aceitar a libertação.

Pedro continua dizendo que "muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade" (2 Pe 2:2).

Acaso não é isso o que mais se vê em nossos dias, a difamação do "caminho da verdade"? Fale do evangelho da graça de Deus a um incrédulo e ele logo jogará na sua cara toda a sordidez praticada por esses falsos mestres e pregadores de prosperidade ávidos por riquezas e prazeres da carne.

Hoje é difícil apresentar a Verdade a pessoas que acham que a mensagem pura do Evangelho é a mesma coisa que a manipulação desses pregadores do rádio, TV e velhos cinemas transformados em "igrejas".

É disso que fala também o versículo seguinte: "Também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme." (2 Pe 2:3).

Depois de falar do juízo que lhes espera, Pedro volta ao assunto do que é realmente o interesse desses homens e mulheres, que nada têm de misericórdia cristã, mas querem apenas comer a gordura de suas presas para satisfazer suas "imundas paixões". Se você já viu algum deles tratando Satanás com impropérios saberá que é disto que Pedro fala.

"Especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas paixões e menosprezam qualquer governo. Atrevidos, arrogantes, não temem difamar autoridades superiores, ao passo que anjos, embora maiores em força e poder, não proferem contra elas juízo infamante na presença do Senhor. Esses, todavia, como brutos irracionais, naturalmente feitos para presa e destruição, falando mal daquilo em que são ignorantes, na sua destruição também hão de ser destruídos." (2 Pe 2:10-12).

Nos versículos seguintes Pedro mostra que esses falsos mestres estão confortavelmente instalados na cristandade "enquanto banqueteiam junto convosco", se regalando em "suas próprias mistificações".

O dicionário define "mistificação" como "ato ou efeito de enganar alguém, de induzi-lo a crer em uma mentira; ludíbrio, farsa, embuste". É exatamente o que você mais vê nos movimentos atuais de renovação carismática, pentecostalismo e teologia da prosperidade. A sentença Pedro revela a seguir:

"...recebendo injustiça por salário da injustiça que praticam. Considerando como prazer a sua luxúria carnal em pleno dia, quais nódoas e deformidades, eles se regalam nas suas próprias mistificações, enquanto banqueteiam junto convosco." (2 Pe 2:13).

Se de um lado você tem os falsos mestres, com suas consciências naturais cauterizadas e buscando diferentes maneiras de enganar, por outro você tem seus seguidores, "almas inconstantes", que pulam de um lado para outro sempre buscando novidades e novos mestres, como sentindo "coceira nos ouvidos".

Pedro descreve os falsos mestres como "tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas inconstantes, tendo coração exercitado na avareza, filhos malditos; abandonando o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça (recebeu, porém, castigo da sua transgressão, a saber, um mudo animal de carga, falando com voz humana, refreou a insensatez do profeta )." (2 Pe 2:14-16).

A referência a Balaão é significativa, pois ele foi o que se vendeu para fazer desviar os filhos de Israel. Quando não conseguiu fazer isso profetizando contra Israel, porque Deus não lhe permitiu, conseguiu desviar o povo de outro modo, fazendo com que os filhos de Israel se prostituíssem com mulheres idólatras e seguissem seus costumes. Leia a história toda em sua Bíblia em Número, capítulos 22 a 25 e também em Números 31:16.

Mais uma vez Pedro fala dos que os seguem, que são pessoas encantadas e atraídas pela as "palavras jactanciosas de vaidade" (você já viu como esses pregadores se jactam de serem os maiores, os mais ricos, os mais capazes e poderosos?). Suas técnicas de manipulação são escravizadoras e por isso conseguem oprimir e manter em suas algemas os que lhes dão ouvidos.

"Esses tais são como fonte sem água, como névoas impelidas por temporal. Para eles está reservada a negridão das trevas; porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam prestes a fugir dos que andam no erro, prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor." (2 Pe 2:17-19).

Agora Pedro fala de uma característica deles, que é a de terem CONHECIDO o Senhor, mas nem por isso terem se convertido de fato. Conhecimento é algo que se adquire estudando e armazenando informação no cérebro, porém a verdadeira fé é obra do Espírito de Deus no coração, como eu expliquei no início.

"Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o CONHECIMENTO do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro. Pois melhor lhes fora nunca tivessem CONHECIDO o caminho da justiça do que, após CONHECÊ-LO, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado. Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal." (2 Pe 2:20-22).

Depois de uma descrição assim tão explícita você já deve ter percebido que um apóstata jamais seria alguém que um dia foi salvo por Cristo, pois um verdadeiro crente jamais irá apostatar, já que é nascido de Deus.

Nada pode mudar essa sua nova posição de filho de Deus e nada pode invalidar o sangue que limpou seus pecados. Um apóstata, por outro lado, é alguém que apenas CONHECEU a verdade em seu cérebro, mas não creu em seu íntimo.

Para este existe a possibilidade de apostatar ou abandonar a verdade, já que ela nunca foi realmente dele. Outra característica deles é a de pregarem e praticarem tantas mentiras que acabam acreditando nelas, o que pode ser descrito como uma cauterização da consciência.

"Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras e que tem cauterizada a própria consciência." (1 Tm 4:1-2).

A passagem que fala de consciências cauterizadas está se referindo a apóstatas, não a crente. Mas um crente pode também ficar habituado a pecar, mas no final sua consciência nunca lhe deixará sossegado porque o Espírito que habita nele será entristecido.

Isto é o que faz a diferença entre um crente e um incrédulo: ser habitação do Espírito Santo, que tem ciúme do crente e irá sempre incomodar sua consciência quando caminhar de modo desagradável a Deus. É disso que fala Tiago na passagem a seguir:

"Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós? Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração. Afligi-vos, lamentai e chorai. Converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria, em tristeza. Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará." (Tg 4:4-10).

Mario Persona

Pb. João Placoná

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Por que ler a Bíblia é fundamental?

leia a Bíblia

“Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra, e luz para o meu caminho.”

(Salmo 119.105)

Deus nos deixou Sua Palavra, a Bíblia Sagrada, para que, por meio dela Seu povo viesse a alimentar-se espiritualmente.

Da mesma forma como enviava o pão dos céus (Maná) aos israelitas quando peregrinavam em direção à terra prometida, hoje o Senhor continua enviando alimento espiritual, através de Sua Palavra enquanto peregrinamos nesta terra em direção ao lar celestial.

Mas, por que é tão fundamental lermos Sua Palavra a cada dia?

1. Ela nos torna cristãos mais fortes

Ninguém deseja ser fraco, quer seja física ou espiritualmente. Os “jovens” de 1 João 2.14 já não eram mais “filhinhos”, eram fortes, porque a Palavra de Deus permanecia neles e eles haviam vencido o maligno. Isto significa que haviam se alimentado da Palavra de Deus e não estavam mais sendo constantemente derrotados pelo pecado e pelas tentações.

Existe somente um modo para se crescer e fortalecer-se espiritualmente: a leitura e o estudo da Palavra de Deus.

Geralmente as pessoas que fracassam espiritualmente têm um denominador em comum: a negligência da leitura da Palavra de Deus.

Todos estes fracassos (e consequente infelicidade) poderiam ter sido evitados, se houvessem aprendido a ler e estudar a Palavra de Deus constantemente.

2. Ela nos fornece certeza da salvação

A primeira necessidade de um cristão é adquirir certeza absoluta de sua salvação. Ela às vezes parece boa demais para ser verdade.

Por isso uma das primeiras dificuldades que um novo convertido encontra depois que se afasta um pouco da pessoa que o conduziu a Cristo é abrigar algumas dúvidas a respeito da salvação.

As promessas e garantias que são feitas por Deus serão de pouco valor, se permanecerem encerradas entre as páginas da Bíblia. Os cristãos precisam tê-las gravadas em suas mentes. E foi para isto que a Bíblia foi escrita. Notemos 1 João 5.13: “Escrevi-lhes estas coisas, a vocês que creem no nome do Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna.”

3. Ela nos possibilita confiança e poder na oração

Quando você se torna um cristão, passa a ter um relacionamento com Deus, e esse relacionamento inclui um diálogo.

Mas como sabemos que Ele nos ouve? Porque Ele afirma em sua Palavra, em inúmeros textos. A passagem de 1 João 5.14,15 ensina que podemos orar com a confiança de que Ele nos ouve.

Em João 15.7 o Senhor Jesus promete: “Se vocês permanecerem em mim e as minhas palavras em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será concedido”.

Isto significa que a leitura da Palavra de Deus (que é o modo pelo qual a Palavra de Deus permanece em nós) nos concede poder na oração, pois ao estudarmos Sua Palavra, ficamos familiarizados com a vontade de Deus, e consequentemente aprendemos a orar com eficácia.

4. A purificação dos pecados

A Palavra de Deus tem efeito purificador na vida do cristão. O Senhor Jesus disse: “Vocês já estão limpos, pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15.3). Em outra ocasião o Senhor orou assim: “Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). A Bíblia tem o poder de purificar aquele que a estuda.

Se você é um cristão inexperiente, precisa saber o que é e o que não é pecado aos olhos de Deus.

Deus não nos abandona à mercê de nossos pensamentos. Ele diz: “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra” (Sl 119.9)

O estudo bíblico nos purifica e nos adverte contra o pecado.

Ou a Bíblia nos afasta do pecado ou o pecado nos afasta da Bíblia.

5. Ela produzirá paz

Uma das evidências da nova vida com Deus é a paz que sentimos no coração, mesmo quando as circunstâncias ao nosso redor só inspiram preocupações e temores. O Senhor Jesus disse: “Eu lhes disse estas coisas para que em mim vocês tenham paz...” (Jo 16.33).

O que torna esta afirmação mais relevante é o fato de que o Senhor deu esta mensagem a seus discípulos pouco antes do tumulto que culminou com sua crucificação.

Ele desejava que seus discípulos tivessem paz mediante suas palavras, exatamente quando estavam para enfrentar aquela crise iminente. Há quase dois mil anos o povo de Deus tem se fortalecido para as crises da vida, lendo e estudando a Bíblia.

6. Ela nos capacita para testemunharmos de nossa fé

A maioria das pessoas que encontramos desconhece quase que totalmente os conceitos bíblicos. Muitas têm dúvidas ou indagações, e precisam de orientação de alguém que conheça a Bíblia.

Atualmente a maioria dos cristãos é superficial com relação ao conhecimento da Palavra de Deus, desta forma, isto gera também um testemunho superficial.

É dever de todo cristão ter um conhecimento básico da Palavra de Deus e saber explicá-la. Como sua Palavra nos diz: “...estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vocês, fazendo-o todavia com mansidão e temor” (1 Pe 3.15,16).

O único modo de responder ao que nos indaga, ao cético, ao que zomba ou ao pesquisador sincero que busca o conhecimento da verdade, é nos prepararmos por meio da leitura e estudo diário da Bíblia.

Ninguém pode transmitir aos outros aquilo que não sabe. Precisamos dar fruto, e testemunhar de Cristo aos outros, mas isto é totalmente impossível quando não temos, pelo menos, um conhecimento elementar da Palavra de Deus.

A Bíblia afirma que o Espírito Santo nos fará lembrar da Palavra de Deus no momento oportuno (Jo 14.26), porém como o Espírito nos lembrará daquilo que não lemos?

7. É a melhor orientação para as decisões da vida.

Todo mundo quer ter êxito na vida. Por esse motivo os livros que ensinam como vencer na vida são tão populares hoje em dia. Ninguém leria um livro que ensinasse a fracassar.

Há uma interessante passagem bíblica em Josué 1.8: “Não cesses de falar deste livro da lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo a tudo quanto nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho e serás bem sucedido”.

A meditação diária da Palavra de Deus produz sucesso. E certamente assim aconteceu com Josué.

A Bíblia também nos orienta a tomarmos decisões com sabedoria, conforme o Salmo 119.105: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho”. Os princípios de Deus nos servem de guia, quando temos de tomar decisões.

Examinando o Salmo 1, encontramos a fórmula para uma vida bem sucedida: “bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta à roda dos escarnecedores. Antes o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita dia e noite. Ele é como árvore plantada junto à corrente de águas, que no devido tempo, dá o seu fruto, cujas folhas não caem. Tudo o que fizer prosperará”.

Infelizmente a maioria das pessoas anda “ocupada demais” para revigorar sua mente com a Palavra de Deus. Não sabem o que perdem e deixam de experimentar o que de outra maneira jamais poderá obter.

Que o Senhor nos ajude a conhecer e andar em Sua Palavra a cada dia!

Pr. Reinaldo Ribeiro

Pb. João Placoná

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Ele te conhece muito bem


sonda-me

SENHOR, tu me sondaste, e me conheces.

Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.

Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.

Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces.

Tu me cercaste por detrás e por diante, e puseste sobre mim a tua mão.

Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir.
Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?

Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também.

Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.

Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim.

Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa;
Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe.

Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.

Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra.

Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia. E quão preciosos me são, ó Deus, os teus ensamentos! Quão grandes são as somas deles!

Se as contasse, seriam em maior número do que a areia; quando acordo ainda estou contigo.

Ó Deus, tu matarás decerto o ímpio; apartai-vos, portanto de mim, homens de sangue. Pois falam malvadamente contra ti; e os teus inimigos tomam o teu nome em vão.

Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam, e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti?

Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos.

Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos.

E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.

Então! Como você viu, Ele te conhece muito bem. E você? Conhece-O?

Salmos 139:1-24

Pb. João Placoná

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Por que existem tantas religiões?


religiões

Todas as religiões levam a Deus?

A existência de tantas religiões e a afirmação de que todas as religiões levam a Deus com certeza confundem muitas pessoas que estão sinceramente procurando pela verdade sobre Deus, o que acaba levando-as a perder as esperanças de poder alcançar a verdade absoluta no assunto.

Ou então acabam adotando a posição universalista de que todas as religiões levam a Deus. Naturalmente, os céticos apontam para a existência de muitas religiões como prova de que não se pode conhecer a Deus ou então de que Ele não existe.

Romanos 1:19-21 contém a explicação bíblica para a existência de tantas religiões.

A verdade de Deus é vista e conhecida por todos os seres humanos porque Deus fez com que fosse assim. Em vez de aceitar a verdade sobre Deus e se submeter a ela, a maioria dos seres humanos a rejeita e procura a sua própria forma de compreender a Deus. Entretanto, isso não causa o esclarecimento sobre Deus, mas à futilidade de pensamento. Aqui é onde encontramos a base das "muitas religiões".

Muitas pessoas não querem acreditar em um Deus que exija retidão e moralidade, por isso acabam inventando um "deus" que não tenha essas exigências.

Muitas pessoas não querem acreditar em um Deus que declare ser impossível merecer ir ao céu através de boas obras. Por isso inventam um "deus" que permita que certas pessoas entrem no céu se seguirem certos passos, certas regras e/ou obedecerem a certas leis, pelo menos da melhor forma possível.

Muitas pessoas não querem um relacionamento com um Deus soberano e onipotente, por isso imaginam Deus como sendo uma força mística, ao invés de uma autoridade pessoal e soberana.

A existência de tantas religiões não é um argumento contra a própria existência de Deus ou um argumento de que a verdade sobre Deus não seja clara.

Ao contrário, a existência de tantas religiões é a demonstração de que a humanidade tem rejeitado o Deus verdadeiro.

A humanidade O substituiu com deuses que a agrada mais. Este é um empreendimento perigoso. O desejo de recriar Deus em nossa própria imagem vem da natureza pecaminosa dentro de nós, uma natureza que "ceifará a corrupção" (Gálatas 6:7-8).

Todas as religiões levam a Deus? Sim.

Todas (com exceção de apenas uma) levam ao Seu julgamento. Apenas uma – o Cristianismo- leva ao Seu perdão e vida eterna.

Qualquer que seja a religião adotada, todos teremos um encontro com Deus depois da morte (Hebreus 9:27).

Todas as religiões levam a Deus, mas apenas uma religião resultará na Sua aceitação porque apenas através do Seu plano divino de salvação através de Jesus Cristo alguém pode se aproximar dEle com confiança.

A decisão de aceitar a verdade sobre Deus é muito importante por um simples motivo: a eternidade é um tempo muito longo para estar errado. É por isso que ter um pensamento correto sobre Deus é tão importante.

GotQuestions.org/Português

Pb. João Placoná

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Um cristão pode perder a salvação?


perda da salvação

Antes de responder a essa pergunta, o termo “cristão” precisa ser definido.

Um “cristão” não é uma pessoa que fez uma oração, foi para frente do santuário ou cresceu em uma família cristã.

Embora cada uma dessas coisas possa fazer parte da experiência cristã, não é isso o que “faz” um cristão.

Um cristão é alguém que recebeu a Cristo através da fé e confiou nEle como o seu único Salvador (João 3:16; Atos 16:31; Efésios 2:8-9).

Então, com essa definição em mente, pode um cristão perder a salvação?

Talvez o melhor jeito de responder a essa pergunta tão crucial seja examinar o que a Bíblia diz que acontece no momento da salvação e estudar o que perder a salvação significaria. Aqui são alguns exemplos:

Um cristão é uma nova criação. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; {criatura; ou criação} as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5:17).

Esse versículo está falando de uma pessoa se tornando uma criatura completamente nova como resultado de estar “em Cristo”.

Para um cristão perder salvação, a nova criação teria que ser cancelada e revertida.

Um cristão é redimido. “sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula” (1 Pedro 1:18-19).

A palavra “redimido” (resgatado) se refere a uma compra sendo feita, um preço sendo pago. Para um cristão perder a salvação, Deus mesmo teria que revocar a Sua compra pela qual pagou com o precioso sangue de Cristo.

Um cristão é justificado. “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1). “Justificar” significa “declarar justo”. Todo aquele que recebe a Jesus como Salvador é “declarado justo” por Deus. Para um cristão perder salvação, Deus teria que voltar com a Sua palavra e “des-declarar” o que tinha previamente declarado.

Um cristão tem a promessa da vida eterna. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).

A vida eterna é uma promessa de eternidade (para sempre) com Deus no Céu. Deus promete: “acredite e você terá vida eterna”.

Para um cristão perder salvação, a vida eterna teria que ser retirada. Se um cristão tem a promessa de que viverá para sempre, como então Deus pode quebrar essa promessa e retirar a vida eterna?

Um cristão tem a garantia da glorificação. “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Romanos 8:30).

Como aprendemos em Romanos 5:1, a justificação é declarada no momento de fé.

De acordo com Romanos 8:30, a glorificação é garantida a todos que Deus justifica.

Esse termo se refere a um cristão recebendo um corpo de ressurreição perfeito no Céu.

Se um cristão puder perder a salvação, então Romanos 8:30 está errado porque Deus não pode garantir a glorificação para todo aquele que Ele predestinou, chamou e justificou.

Muitas outras ilustrações do que ocorre no momento de salvação podem ser compartilhadas. Até essas poucas que compartilhamos, no entanto, deixam bem claro que um cristão não pode perder a sua salvação.

A maioria, se não tudo, do que a Bíblia diz que acontece com uma pessoa quando ela recebe a Jesus Cristo como Salvador seria eliminado se a salvação pudesse ser perdida.

A salvação não pode ser revertida. Um cristão não pode deixar de ser uma nova criatura. A redenção não pode ser desfeita. A vida eterna não pode ser perdida e ainda ser considerada eterna.

Se um cristão pudesse perder a salvação, Deus teria que voltar com Sua palavra e mudar de ideia – duas coisas que a Bíblia diz que Deus nunca faz.

As objeções mais frequentes à crença de que um cristão não pode perder a salvação são as seguintes:

(1) o que dizer sobre aqueles que são cristãos e estão vivendo continuamente em um estilo de vida imoral? – e –

(2) o que dizer daqueles que são cristãos, mas no futuro chegam a rejeitar a fé e negar a Cristo?

O problema com essas duas objeções é a suposição “são cristãos”. (1) A Bíblia diz que um cristão verdadeiro não vai viver continuamente em um estilo de vida imoral (1 João 3:6). (2)

A Bíblia declara que qualquer um que abandone a fé está demonstrando que ele/ela nunca foi um cristão verdadeiro (1 João 2:19).

Não, um cristão não pode perder a salvação.

Nada pode separar um cristão do amor de Deus (Romanos 8:38-39). Nada pode remover um cristão da mão de Deus (João 10:28-29). Deus está disposto e é capaz de garantir e manter a salvação que nos prometeu. Judas 24-25: “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!”

GotQuestions.org/Português

Pb. João Placoná

Não desista de sua caminhada










Enfrentamos muitas dificuldades na vida, e, nesse caminho muitas pessoas prometem estar conosco custe o que custar!

Porém nem todos estão preparados para trilhar no mesmo caminho espinhoso que o nosso, isso é um fato.

Sabemos que Jesus estará conosco todos os dias até a consumação dos séculos! Poderá faltar a presença de todos, mas a presença de Cristo não irá faltar! Pois Jesus faz morada no coração de todo aquele que crê!

Quem sabe você tem pensado ultimamente em quanto as coisas estão difíceis para você, tem pensado em como a sua vida tem encontrado tantos obstáculos, de maneira que você tem pensado em desistir.

E como diz um dito popular, tem pensado em chutar o balde, quem sabe neste exato momento você tem pensado em desistir da sua caminhada com Cristo, tem pensado em sair da igreja e ir para o mundo, tenho uma mensagem de Deus para você!

Olhando para as circunstâncias a sua volta você tem duas decisões a tomar:

1 – Fazer desses problemas um motivo para desistir.

2 – Fazer dos mesmos problemas um motivo para ficar mais forte!

E aí qual é a sua decisão?

E claro que aconselho você a opção 2, pois desistir de sua caminhada com Cristo, não lhe trará nenhum benefício, muito pelo contrário, trará penas desilusões e tristezas, pois se caminhando com Jesus, esta difícil, caminhar sem Ele, a situação é infinitamente pior.

Faça da dificuldade que você esta atravessando um degrau para subir na vida, faça desta mesma dificuldade mais um tijolo para edificar a sua casa espiritual, faça desta dificuldade um motivo para glorificar a Deus, e ainda que você diga:
Mas eu não tenho como glorificar a Deus pelo o que eu estou passando, pode ser é verdade, mas você pode glorificar a Deus, pois em meio a essa luta, você esta de pé, tendo a certeza que com Jesus, você irá dar a volta por cima!

Medite nestas palavras

O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O SENHOR é a força da minha vida; de quem me recearei? Salmos 27:1 –

Não tenha medo por que Deus é a tua luz, Ele é a força da sua vida! Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Salmos 46:1 –

Se você está angustiado, confie em Deus como o seu refúgio e fortaleza, pois ele está sempre pronto para te socorrer.

Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça. Isaías 41:10 –

Veja aqui quantos motivos para não desistir: Deus esta com você, a presença dEle te acompanha, ele é o teu Deus.

Não há outro Deus mais forte do que Ele, e fora dele não há salvador, quando você esta fraco Ele te fortalece e te poe de pé.

E se precisas de ajuda, saiba que ainda que ninguém mais te ajude, Ele é o teu ajudador, Deus te ajuda a vencer, e quando você pensa que não vai mais conseguir, quando você pensa que vai cair e que não aguenta mais, Ele te sustenta.

Portanto não desista, pois você tem valor, continue caminhando com Cristo, pois ele, mesmo tendo que sangrar até morrer por você, Ele foi até o fim, pois Ele sabia que um dia você estaria caminhando ao lado Dele, Jesus te ama profundamente, Ele ama caminhar ao seu lado!

Vai em frente, Deus é com você!

Conselheiro Cristão

Pb. João Placoná