quarta-feira, 2 de março de 2016

Prosperidade segundo a falsa e a verdadeira teologia.

prosperidade

“Determina!”, “Profetiza!”, “Receba!” Mesmo que você nunca tenha participado de uma marcha para Jesus ou frequentado os misteriosos encontros do G12/M12, eu tenho certeza que você já ouviu essas repetitivas expressões pronunciadas aos gritos pelos pregadores do movimento da fé, também conhecido como “teologia” da prosperidade.

Trata-se de oratória repetitiva com prévia intenção de exercer manipulação mental, gerar histeria, despertar a ambição material no ouvinte e por fim beneficiar financeiramente o astuto pregador.

A chamada teologia da prosperidade é umas mais absurdas e diabólicas heresias que já se instalaram no meio cristão.

Algo discrepante e até mesmo desrespeitoso à essência do evangelho e que por não achar o menor apoio bíblico, causa-nos profundo espanto o fato de ser tão largamente aceita justamente pelo povo que afirma viver e seguir as Escrituras.

No evangelho da prosperidade, também conhecido como a religião “Palavra da Fé”, o fiel é encorajado a usar a Deus, enquanto a verdade do Cristianismo bíblico é justamente o contrário – Deus usa o fiel.

A Palavra da Fé ou Teologia da Prosperidade enxerga o Espírito Santo como um poder a ser usado para qualquer coisa que o crente queira alcançar.

O Movimento do Evangelho da Prosperidade muito se parece com a ganância tão destrutiva que infiltrou a igreja primitiva. Paulo e os outros apóstolos não tentaram conciliar sua teologia com a dos falsos mestres que tentaram propagar tal heresia. Eles os identificaram como mestres falsos e perigosos e muito encorajaram os Cristãos a evitá-los.

Paulo advertiu Timóteo sobre: "Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão." (1 Timóteo 6:5; 9-11)

Paulo disse que avareza é idolatria (Efésios 5:5) e instruiu os crentes de Efésios a evitarem qualquer pessoa que trouxesse uma mensagem de imoralidade ou avareza (Efésios 5:6-7).

O ensino de prosperidade impede que Deus trabalhe sozinho, quer dizer, Deus não é o Senhor de tudo porque Ele não pode trabalhar até darmos a Ele a autoridade para assim fazer.

Fé, de acordo com a doutrina da Palavra da Fé, não é confiança subserviente a Deus; fé é uma fórmula pela qual manipulamos as leis espirituais, as quais os professores da prosperidade acreditam que governam o universo.

Assim como o nome "Palavra da Fé" implica, esse movimento ensina que a fé é só uma questão do que dizemos, mais do que em quem confiamos ou quais verdades adotamos e afirmamos em nossos corações.

Qualquer semelhança com os princípios esotéricos da neolinguística não é mera coincidência, pois flagrantemente é de lá que se inspiram os adeptos deste plágio místico.

Um termo favorito no movimento Palavra da Fé é "confissão positiva". Refere-se ao ensino de que palavras têm poder criativo.

O que você diz, assim os mestres da Palavra da Fé afirmam, determina tudo o que acontece com você. Suas confissões, especialmente os favores que você exige de Deus, devem ser afirmados positivamente e sem qualquer dúvida de que vão acontecer. Então Deus tem a responsabilidade de responder a tal pedido (como se o homem pudesse exigir qualquer coisa de Deus!).

Portanto, a habilidade de Deus de nos abençoar supostamente depende da nossa fé. Tiago 4:13-16 claramente contradiz esse ensinamento: "Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos; Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo. Mas agora vos gloriais em vossas presunções; toda a glória tal como esta é maligna".

Longe de enfatizar a importância de riquezas, a Bíblia nos adverte contra ir atrás de bens. Os crentes, principalmente os líderes da igreja (1 Timóteo 3:3), devem se livrar do amor ao dinheiro (Hebreus 13:5).

O amor ao dinheiro leva a várias formas de mal (1 Timóteo 6:10). Jesus advertiu: " Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui" (Lucas 12:15).

Em grande contraste à ênfase da Palavra da Fé em ganhar dinheiro e ter muitas posses nessa vida, Jesus disse: "Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam" (Mateus 6:19).

A contradição irreconciliável entre o ensino do evangelho da prosperidade e o evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo é resumido nas palavras de Jesus em Mateus 6:24: "Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro."

Nesses dias em que muitas portas se abrem com o discurso de que representam o nome de Jesus, devemos ter a sobriedade de perceber que por muitas delas jamais devemos entrar. E para aqueles que já entraram, mas que percebem pela clara e simples exposição bíblica, que estão sendo ludibriados, nosso conselho é: Saia de lá.

Pois todos aqueles que buscam a glória deste mundo e justificam sua fé visando apenas “comer o melhor desta terra”, estejam certos de que por aqui mesmo terão deixado o ponto final do seu destino. Mas para aqueles cujos olhos da fé se voltam para o alto, para aqueles cuja verdadeira prosperidade consiste em ter paz e salvação em Cristo – estes muito em breve se reunirão para o encontro nos ares com o Salvador, onde com toda certeza, nenhum falso profeta dessa falsa teologia estará presente!

Pr. Reinaldo Ribeiro

Pb. João Placoná