quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Ritmos musicais e danças nas Igrejas



No mundo, a música é usada como ferramenta ampla de conhecimento e de transformação do homem. Mas não podemos descartar a possibilidade inversa.

A música pode sim alterar a consciência e levar ao sentimento de êxtase, independentemente de a letra ser cristã ou mundana. Ela, em si, tem poder. E, de modo nenhum, pode ser considerada neutra.

Longe de ser apenas uma experiência estética, o exercício da música é também uma experiência fisiológica, biológica, psicológica e mental, com o poder de fazer o ser humano sentir.

Tanto que, no sentido positivo, a musicoterapia — como disciplina paramédica — tem o estatuto de colaborar com a saúde física e mental do indivíduo. Ela é um poderoso agente de estimulação motora, sensorial, emocional e intelectual, segundo a psicologia.

Nesse caso, como descartar os seus efeitos negativos? É ingenuidade pensar que letras cristãs anulam o poder da música.

Em primeiro lugar precisamos desmistificar o argumento evangelístico utilizado por aqueles que defendem tais ritmos.

Não há qualquer estudo sério ou levantamento preciso que aponte estatísticas reais de almas sendo ganhas para Cristo através desses ritmos.

É bem verdade que grandes aglomerações são avistadas. É verdade também que muitas pessoas são atraídas. Como também é verdade que a esmagadora maioria o faz sem nenhuma compreensão real do evangelho e nenhum compromisso de obediência a Cristo. 

O número daqueles que abandonam a igreja pouco tempo depois é proporcional ao dos que chegam por meio desses métodos.

Essa falta de consolidação é uma prova clara da ausência da mão de Deus e isso se deve a uma gritante verdade: aqueles que defendem e usam ritmos musicais mundanos com adaptações evangélicas, não o fazem por interesse evangelístico, mas sim porque gostam desses ritmos, ouvem e apreciam os artistas seculares que os utilizam, e também porque lucram financeiramente com a prostituição teológica, que defrauda a consciência cristã por meio de todas as mentiras que são utilizadas para enganar os desatentos.

Portanto, ritmos mundanos são introduzidos na igreja por falta de santificação e por excesso de ganância.

É comum ouvirmos os defensores de todos os ritmos alegando que devemos utilizá-los porque Deus é o dono de tudo e o criador de tudo.

Esse é um problema exegético grave, pois o que parece ser um pequeno detalhe promove um abismo de perigosas mentiras nessas dimensões.

A palavra “tudo” significa tudo. Portanto, se crermos que Deus é o criador de tudo, então Ele é o criador das revistas pornográficas, das armas de fogo, das telenovelas e de qualquer outra aberração que pudermos aqui imaginar.

Duvido que seguindo por essa linha de raciocínio, alguém que tenha o mínimo de sensatez possa abrir a boca para dizer que Deus criou o Samba, Pagode, Forró, Rock, Funk, Rap, Hip Hop, Reggae, Lambada, e outros.

O homem é o criador dos ritmos musicais e não Deus. Assim como Deus é o Criador das árvores e não dos móveis feitos de madeira, da mesma forma Ele é o Criador da música, mas não dos ritmos.

Na Bíblia Sagrada no livro de Gênesis 4:21, encontramos pela primeira vez a música sendo usada por um homem chamado “Jubal” – O Pai dos Músicos.

A música sempre existiu no Céu, pois os anjos louvam a Deus desde a Eternidade. Deus na Eternidade começou a ser adorado pelos anjos, que Ele mesmo criou.

Esses seres angelicais limitados usaram (e continuarão usando por toda a Eternidade) a música celestial para exaltar o único Deus Verdadeiro que criou toda a existência – O Senhor Jeová.

Deus foi o criador da música. Mas em que sentido? Vamos entender isso pensando em algumas coisas naturais e coisas inventadas, fazendo uso das naturais:

a) Deus criou o ferro, o manganês, mas foi Deus quem inventou o revólver?
b) Deus criou a cana-de-açúcar, mas foi Deus quem inventou a bebida alcoólica?
c) Deus criou o átomo, mas foi Deus quem inventou a bomba atômica?
d) Deus criou a música, mas foi Deus quem inventou o rock? 

O homem tem a capacidade e a liberdade de inventar coisas. Essa capacidade foi dada por Deus. Contudo, Deus não deu isso para o homem sendo ele pecador e maligno.

Deus o dotou desta capacidade em estado de graça e amor. Deus esperava que tudo quanto o homem produzisse fosse semelhante ao que Ele criou, bom. Ele mesmo disse: “E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gênesis 1:31).

Esperava que tudo quanto o homem fizesse fosse bom. Entretanto, o pecado entrou na humanidade através da ludibriação que Satanás trouxe ao primeiro casal (Gênesis 3:1-6).

Assim, o pecado passou a todos os homens (Romanos 5:12). A intenção do coração do homem não era mais pura. E ele sabia disso porque sentia vergonha.

A vergonha é o sinal da nossa consciência nos acusando de algo errado que fizemos, pensamos ou sentimos (Gênesis 3:8-10). Viu Deus que a intenção do coração do homem sobre a terra, agora era má continuamente (Gênesis 6:5).

Eis a questão: Deus criou o ferro e o manganês, mas não fez o revólver. A mente humana influenciada pelo mal inventou o revólver. Não é diferente com a música ou qualquer coisa que o homem possa inventar.

Ou somos orientados por Deus para inventarmos coisas boas e proveitosas ou somos influenciados pela carne e pelo inimigo para inventarmos coisas ruins e malignas.

Com certeza parte das descobertas científicas que foram realizadas por homens foram orientadas por Deus. Deus criou as leis naturais, os homens apenas as descobriram e colocaram nomes técnicos.

Hoje a música tem sido pervertida por Satanás e seus demônios. O Diabo é um grande especialista em música.

Antes de sua rebelião contra Deus, era o responsável pela execução dos louvores nos Céus (Isaías 14:11-15 e Ezequiel 28:13-15).

Ocultismo, heresias, leviandade e prostituições têm sido manifestados nas músicas da atualidade.

O verdadeiro sentido da música tem sido deturpado por ideologias perversas e vãs filosofias (Colossenses 2:8) causando prejuízo à fé daqueles que temem a Deus.

Podemos perguntar:

Ofereceremos nossos corpos à santidade de Deus, ou à sensualidade das danças e dos ritmos mundanos?

Cultuaremos a Deus carnalmente ou racional e espiritualmente?

Conformaremo-nos com este mundo ou transformaremos nosso entendimento para demonstrarmos a mente de Deus?

“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não esta nele.” (I Jo 2:15; Compare “Ninguém pode servir a dois senhores…” [Mt 6:24] e “Mas os cuidados deste mundo… sufocam a palavra, e fica infrutífera” [Mr 4:19]).

Adotar danças e ritmos musicais do mundo no culto ao Deus puríssimo não seria amar o mundo ou pelo menos admirá-lo e copiá-lo?

“Segui a paz com todos e a santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor.”(Hb 12:14).

Estaríamos seguindo a santidade ao sensualmente dançarmos nos cultos ao Deus Santíssimo?

“Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra… Mortificai pois os vossos membros que estão sobre a terra… A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.” (Cl 3:1-17).

Com músicas e danças extraídas do mundo nas nossas igrejas, estaríamos nós buscando as coisas que são de cima, ou as que são da terra?

Estaríamos mortificando ou exercitando nossa carne? Seria este tipo cântico voltado para satisfazer e fortalecer o espírito ou para a carne? Caracterizar-se-ia por graça no coração ou por balanços da carne?

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?.” (II Co 6:14).

Como casar a mensagem de Deus com um ritmo mundano (rock, funk, lambada, etc. “evangélicos”)???

Não seria isto como tentar beber água pura, mas depositada num recipiente imundo?

Em nossa opinião todos os estilos musicais devem se submeter aos seguintes critérios:

1. Essa música ajuda a ouvir a palavra de Deus com clareza? (som, caráter, letra).
2. Essa música tende a ampliar a visão que você tem de Deus?
3. Essa música encoraja você a uma vida piedosa e disciplinada?
4. Você espera encontrar esse tipo de música no Céu?

A música deve:

1.  Atuar como incentivadora de alegria e não de excitação;
2.  Trazer glória a Deus (1 Coríntios 10:31);
3.  Purificar os pensamentos da pessoa (Filipenses 4:8);
4.  Conter letra que esteja em harmonia com a Bíblia (Isaías 8: 20);
5.  Fugir a exibições teatrais (expressões faciais, sorrisos de deboche e gritos);
6.  Não ser estridente, sentimental, cheia de sopros e distorções de voz.

Para finalizar, Gálatas 6:7-9, que diz: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isto também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.”

Para quem semearíamos, se adotássemos nos cultos a Deus, danças sensuais e ritmos importados do mundo?

Não é a toa que a igreja de hoje encontra-se no estado de letargia, inoperância, heresias e apostasia.

O homem colhe o que planta, porque de Deus não se zomba. Sendo assim, na mesma proporção em que se traz os elementos do mundo para a igreja, cada vez mais o Espírito Santo se distancia desses ambientes, crescendo a manifestação do erro e do pecado.

De fato, pastores comprometidos com a sã doutrina estão em extinção. Isso é o que mais nos motiva a pertencer à minoria.

Sabemos que o mundo mudou, sabemos que até a igreja mudou, mas preferimos nos atualizar todos os dias na imutável Palavra de Deus, que nos renova não pelo exemplo do mundo, mas pelo trabalho regenerador do Santo Espírito de Cristo, que de glória em glória, nos faz um homem melhor.

Essa é a única atualização que nos interessa.

Pr. Reinaldo Ribeiro
Pr. Ciro Zibordi
Pb. João Placoná