No mundo, a música é usada como ferramenta ampla de
conhecimento e de transformação do homem. Mas não podemos descartar a
possibilidade inversa.
A música pode sim alterar a consciência e levar ao
sentimento de êxtase, independentemente de a letra ser cristã ou mundana. Ela,
em si, tem poder. E, de modo nenhum, pode ser considerada neutra.
Longe de ser apenas uma experiência estética, o
exercício da música é também uma experiência fisiológica, biológica,
psicológica e mental, com o poder de fazer o ser humano sentir.
Tanto que, no sentido positivo, a musicoterapia —
como disciplina paramédica — tem o estatuto de colaborar com a saúde física e
mental do indivíduo. Ela é um poderoso agente de estimulação motora, sensorial,
emocional e intelectual, segundo a psicologia.
Nesse caso, como descartar os seus efeitos
negativos? É ingenuidade pensar que letras cristãs anulam o poder da música.
Em primeiro lugar precisamos desmistificar o
argumento evangelístico utilizado por aqueles que defendem tais ritmos.
Não há qualquer estudo sério ou levantamento
preciso que aponte estatísticas reais de almas sendo ganhas para Cristo através
desses ritmos.
É bem verdade que grandes aglomerações são
avistadas. É verdade também que muitas pessoas são atraídas. Como também é
verdade que a esmagadora maioria o faz sem nenhuma compreensão real do
evangelho e nenhum compromisso de obediência a Cristo.
O número daqueles que abandonam a igreja pouco
tempo depois é proporcional ao dos que chegam por meio desses métodos.
Essa falta de consolidação é uma prova clara da
ausência da mão de Deus e isso se deve a uma gritante verdade: aqueles que
defendem e usam ritmos musicais mundanos com adaptações evangélicas, não o
fazem por interesse evangelístico, mas sim porque gostam desses ritmos, ouvem e
apreciam os artistas seculares que os utilizam, e também porque lucram
financeiramente com a prostituição teológica, que defrauda a consciência cristã
por meio de todas as mentiras que são utilizadas para enganar os desatentos.
Portanto, ritmos mundanos são introduzidos na
igreja por falta de santificação e por excesso de ganância.
É comum ouvirmos os defensores de todos os ritmos
alegando que devemos utilizá-los porque Deus é o dono de tudo e o criador de
tudo.
Esse é um problema exegético grave, pois o que
parece ser um pequeno detalhe promove um abismo de perigosas mentiras nessas
dimensões.
A palavra “tudo” significa tudo. Portanto, se
crermos que Deus é o criador de tudo, então Ele é o criador das revistas
pornográficas, das armas de fogo, das telenovelas e de qualquer outra aberração
que pudermos aqui imaginar.
Duvido que seguindo por essa linha de raciocínio,
alguém que tenha o mínimo de sensatez possa abrir a boca para dizer que Deus
criou o Samba, Pagode, Forró, Rock, Funk, Rap, Hip Hop, Reggae, Lambada, e outros.
O homem é o criador dos ritmos musicais e não Deus.
Assim como Deus é o Criador das árvores e não dos móveis feitos de madeira, da
mesma forma Ele é o Criador da música, mas não dos ritmos.
Na Bíblia Sagrada no livro de Gênesis 4:21,
encontramos pela primeira vez a música sendo usada por um homem chamado “Jubal”
– O Pai dos Músicos.
A música sempre existiu no Céu, pois os anjos
louvam a Deus desde a Eternidade. Deus na Eternidade começou a ser adorado
pelos anjos, que Ele mesmo criou.
Esses seres angelicais limitados usaram (e
continuarão usando por toda a Eternidade) a música celestial para exaltar o
único Deus Verdadeiro que criou toda a existência – O Senhor Jeová.
Deus foi o criador da música. Mas em que sentido?
Vamos entender isso pensando em algumas coisas naturais e coisas inventadas,
fazendo uso das naturais:
a) Deus criou o ferro, o manganês, mas foi Deus
quem inventou o revólver?
b) Deus criou a cana-de-açúcar, mas foi Deus quem inventou a bebida alcoólica?
c) Deus criou o átomo, mas foi Deus quem inventou a bomba atômica?
d) Deus criou a música, mas foi Deus quem inventou o rock?
b) Deus criou a cana-de-açúcar, mas foi Deus quem inventou a bebida alcoólica?
c) Deus criou o átomo, mas foi Deus quem inventou a bomba atômica?
d) Deus criou a música, mas foi Deus quem inventou o rock?
O homem tem a capacidade e a liberdade de inventar
coisas. Essa capacidade foi dada por Deus. Contudo, Deus não deu isso para o
homem sendo ele pecador e maligno.
Deus o dotou desta capacidade em estado de graça e
amor. Deus esperava que tudo quanto o homem produzisse fosse semelhante ao que
Ele criou, bom. Ele mesmo disse: “E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era
muito bom” (Gênesis 1:31).
Esperava que tudo quanto o homem fizesse fosse bom.
Entretanto, o pecado entrou na humanidade através da ludibriação que Satanás
trouxe ao primeiro casal (Gênesis 3:1-6).
Assim, o pecado passou a todos os homens (Romanos
5:12). A intenção do coração do homem não era mais pura. E ele sabia disso
porque sentia vergonha.
A vergonha é o sinal da nossa consciência nos
acusando de algo errado que fizemos, pensamos ou sentimos (Gênesis 3:8-10). Viu
Deus que a intenção do coração do homem sobre a terra, agora era má
continuamente (Gênesis 6:5).
Eis a questão: Deus criou o ferro e o manganês, mas
não fez o revólver. A mente humana influenciada pelo mal inventou o revólver.
Não é diferente com a música ou qualquer coisa que o homem possa inventar.
Ou somos orientados por Deus para inventarmos
coisas boas e proveitosas ou somos influenciados pela carne e pelo inimigo para
inventarmos coisas ruins e malignas.
Com certeza parte das descobertas científicas que
foram realizadas por homens foram orientadas por Deus. Deus criou as leis
naturais, os homens apenas as descobriram e colocaram nomes técnicos.
Hoje a música tem sido pervertida por Satanás e
seus demônios. O Diabo é um grande especialista em música.
Antes de sua rebelião contra Deus, era o
responsável pela execução dos louvores nos Céus (Isaías 14:11-15 e Ezequiel
28:13-15).
Ocultismo, heresias, leviandade e prostituições têm
sido manifestados nas músicas da atualidade.
O verdadeiro sentido da música tem sido deturpado
por ideologias perversas e vãs filosofias (Colossenses 2:8) causando prejuízo à
fé daqueles que temem a Deus.
Podemos perguntar:
Ofereceremos nossos corpos à santidade de Deus, ou
à sensualidade das danças e dos ritmos mundanos?
Cultuaremos a Deus carnalmente ou racional e
espiritualmente?
Conformaremo-nos com este mundo ou transformaremos
nosso entendimento para demonstrarmos a mente de Deus?
“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se
alguém ama o mundo, o amor do Pai não esta nele.” (I Jo 2:15; Compare “Ninguém
pode servir a dois senhores…” [Mt 6:24] e “Mas os cuidados deste mundo… sufocam
a palavra, e fica infrutífera” [Mr 4:19]).
Adotar danças e ritmos musicais do mundo no culto
ao Deus puríssimo não seria amar o mundo ou pelo menos admirá-lo e copiá-lo?
“Segui a paz com todos e a santidade, sem a qual
ninguém verá o Senhor.”(Hb 12:14).
Estaríamos seguindo a santidade ao sensualmente
dançarmos nos cultos ao Deus Santíssimo?
“Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que
são da terra… Mortificai pois os vossos membros que estão sobre a terra… A
palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria,
ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos, e cânticos espirituais,
cantando ao Senhor com graça em vosso coração.” (Cl 3:1-17).
Com músicas e danças extraídas do mundo nas nossas
igrejas, estaríamos nós buscando as coisas que são de cima, ou as que são da
terra?
Estaríamos mortificando ou exercitando nossa carne?
Seria este tipo cântico voltado para satisfazer e fortalecer o espírito ou para
a carne? Caracterizar-se-ia por graça no coração ou por balanços da carne?
“Não vos prendais a um jugo desigual com os
infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem
a luz com as trevas?.” (II Co 6:14).
Como casar a mensagem de Deus com um ritmo mundano
(rock, funk, lambada, etc. “evangélicos”)???
Não seria isto como tentar beber água pura, mas
depositada num recipiente imundo?
Em
nossa opinião todos os estilos musicais devem se submeter aos seguintes
critérios:
1.
Essa música ajuda a ouvir a palavra de Deus com clareza? (som, caráter, letra).
2. Essa música tende a ampliar a visão que você tem de Deus?
2. Essa música tende a ampliar a visão que você tem de Deus?
3.
Essa música encoraja você a uma vida piedosa e disciplinada?
4.
Você espera encontrar esse tipo de música no Céu?
A
música deve:
1. Atuar como incentivadora
de alegria e não de excitação;
2. Trazer glória a Deus (1
Coríntios 10:31);
3. Purificar os pensamentos
da pessoa (Filipenses 4:8);
4. Conter letra que esteja
em harmonia com a Bíblia (Isaías 8: 20);
5. Fugir a exibições
teatrais (expressões faciais, sorrisos de deboche e gritos);
6.
Não
ser estridente, sentimental, cheia de sopros e distorções de voz.
Para finalizar, Gálatas 6:7-9, que diz: “Não erreis:
Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isto também
ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o
que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos
de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.”
Para quem semearíamos, se adotássemos nos cultos a
Deus, danças sensuais e ritmos importados do mundo?
Não é a toa que a igreja de hoje encontra-se no
estado de letargia, inoperância, heresias e apostasia.
O homem colhe o que planta, porque de Deus não se
zomba. Sendo assim, na mesma proporção em que se traz os elementos do mundo
para a igreja, cada vez mais o Espírito Santo se distancia desses ambientes,
crescendo a manifestação do erro e do pecado.
De fato, pastores comprometidos com a sã doutrina
estão em extinção. Isso é o que mais nos motiva a pertencer à minoria.
Sabemos que o mundo mudou, sabemos que até a igreja
mudou, mas preferimos nos atualizar todos os dias na imutável Palavra de Deus,
que nos renova não pelo exemplo do mundo, mas pelo trabalho regenerador do Santo Espírito de Cristo,
que de glória em glória, nos faz um homem melhor.
Essa é a única atualização que nos interessa.
Pr. Reinaldo Ribeiro
Pr. Ciro Zibordi
Pb. João Placoná