sábado, 20 de fevereiro de 2016

Bizarrices do Evangelho Mercantilista

igreja bizarra

Infelizmente, boa parte dos programas evangélicos de tevê é mercantilista, não apresentando conteúdo evangelístico.

Sua ênfase recai no triunfalismo e na prosperidade meramente financeira, como se isso fosse a prioridade do cristão.

Seus apresentadores se valem de mensagens “proféticas” e testemunhos de pessoas que teriam recebido vitórias financeiras, mediante os quais sensibilizam os telespectadores a lhes enviarem vultosas contribuições.

Infelizmente, existem Igrejas divorciadas do Deus da assembleia, nas quais o tempo outrora destinado à exposição da Palavra do Senhor ora tem sido suprimido ou reduzido por causa de shows de dança e coreografia ou peças teatrais.

Em tais igrejas, as pregações sobre a obra expiatória do Senhor Jesus e as ministrações do Espírito Santo cederam espaço à falaciosa Teologia da Prosperidade, ao famigerado “reteté” ou a inúmeras invencionices pseudo-evangélicas.

Nas igrejas que não têm mais compromisso com o Deus da assembleia, a exposição das Escrituras sob a unção do Espírito não é mais prioritária. E os pregadores dessas igrejas precisam animar auditório e recorrer a práticas bizarras, que eles chamam de “atos proféticos”. Em algumas igrejas, o culto não é mais para Deus da assembleia e faz-se de tudo um pouco para agradar as pessoas, sobretudo os jovens, e massagear seus egos. Capoeira, gospel funk, festa junina, e outras formas de entretenimento têm sido adotadas como estratégias de “evangelização”.

As bizarrices pseudopentecostais é muito longa: campanha do embelezamento; transferência de unção mediante contato entre pés e mãos; derramamento de jarras de azeite sobre a cabeça do pregador; comercialização de produtos “abençoadores”, como perfume, creme hidratante e sabonete líquido com o “cheiro de Cristo”, chocolate ungido para quem tem prisão de ventre, caneta ungida para passar em concursos, vassoura ungida com o “óleo de fogo” do monte Carmelo, etc.

O que essas práticas bizarras têm a ver com o evangelho? Nada!

Elas, na verdade, estão associadas às falsas boas-novas mercantilistas, mencionadas pelo pregador Paulo (2 Co 2:17).

Esta referência bíblica alude à conduta dos falsos propagadores do evangelho, que, com a intenção de ganhar dinheiro, estavam dispostos a tudo, inclusive a falsificar as Escrituras. E, considerando, também, que “o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie males” (1 Tm 6:10), não resta dúvida de que a mercantilização da fé, ou seja, a Teologia da Prosperidade nas suas mais variadas formas, é a maior causa da proliferação de heresias e modismos por parte de apóstolos, bispos e pastores gananciosos.

As bizarrices existem porque há obreiros fraudulentos que se aproveitam da simplicidade e da ingenuidade das pessoas para ganharem dinheiro de modo fácil. Eles sabem que existem igrejas sérias, bem estruturadas, capazes de formar discípulos de Jesus, mas fundam suas próprias “igrejas negócios”.

Pr. Ciro Zibordi

Pb. João Placoná