quarta-feira, 12 de março de 2025

Para Refletirmos

 


PARA REFLETIRMOS

O destino tem um senso de humor peculiar. Às vezes, cruel. Um dia, você é aclamado por sua genialidade pessoal, aplaudido por multidões que jamais o conhecerão de verdade.

No outro, você é apenas uma pessoa idosa, frágil e esquecida, sentada em uma casa grande demais para sua solidão, esperando que o telefone toque. Mas o telefone não toca.

A fama, o bom nome, essa entidade volátil que um dia ilumina e no outro apaga, já não lhe pertencia mais. O mundo seguiu em frente, como sempre segue, e você que outrora fora protagonista tornou-se figurante de sua própria existência.

A fama é barulhenta, mas o esquecimento é sepulcral.

No fundo, todo ser humano carrega um pedido silencioso de amparo, um desejo secreto de que alguém esteja lá quando as luzes se apagarem.

Não para impedir o inevitável, mas para ser testemunha de sua travessia. É preciso ter quem nos segure, quem nos nomeie, quem nos lembre de que existimos antes que o tempo nos dissolva.