domingo, 20 de setembro de 2015

O evangelismo invertido

O atributo da palavra de salvação é apresentar ao coração perdido um caminho novo e alternativo para o resgate de sua alma. Mas, não é isso que temos visto em dias atuais.

A igreja moderna tornou-se "um compartimento gospel do mundo". Foi assimilada, aceitou adaptações e perdeu seu caráter de santificação. Em vez de ganhar o mundo - graças a um horrendo processo de contradições - acabou sendo engolida por ele.

Dentro desse contexto, vemos artistas profissionais fazendo shows e vendendo CDs e não mais levitas ministrando a adoração na presença de Deus.

Vemos igrejas que se estabelecem em ruas de grande movimento e pontos comerciais estratégicos, com vistas a atrair público. Ficou no passado a visão missionária de chegar a uma região, lançar as sementes e ali lutar até ver o crescimento espiritual da Obra de Deus e, como consequência, a salvação das almas.

Vemos também a influência sociológica do mundo moderno determinando mudanças no padrão administrativo da igreja, com o surgimento do feminismo gospel e suas pastoras, assim como com a deflagração das novas "patentes" do egoísmo e vaidade humanos, que tornam a nomenclatura de pastor uma espécie de graduação mínima e dão origem aos bispos, apóstolos e patriarcas da igreja moderna, num show de narcisismo sem precedentes.

Não é a toa que tantos escândalos têm chegado ao conhecimento público e que a camada esclarecida da população passa a rotular de forma pejorativa o universo cristão evangélico.

Não é a toa que já não vemos a autêntica manifestação do poder de Deus, como historicamente registrou-se nos dias de pioneirismo, onde prevalecia a fé e a humildade em suas mais puras e sinceras expressões. A humildade é um dom sublime, que adorna o caráter e agrada a Deus.

Ao contrário do que dizem "os profetas da prosperidade", Jesus não foi um aristocrata endinheirado. A cria de jumenta sobre a qual Ele entrou montado em Jerusalém não era a Ferrari da época. Quão blasfemo e desrespeitoso é esse discurso!

Jesus, Filho de Deus, o próprio Deus, nasceu num estábulo, misturado a bichos, estercos e fenos. Poderia ter vindo numa linhagem abastada, mas veio de uma simples camponesa e um pobre carpinteiro. As raposas tinham seus covis e as aves seus ninhos, mas Ele não tinha nem aonde reclinar a cabeça.

Não obstante, Jesus era homem de gestos e palavras doces. Era conciliador. Não buscava glória e nem aplausos para si.

Nunca se declarou Rei, mesmo sendo o maior de todos. Nunca reivindicou honras para si, mesmo sendo o único e real merecedor de toda honra e toda glória. E nos deixou milhões de exemplos de humildade através da sua forma de agir e conviver em sociedade.

Esse é o verdadeiro cristianismo!

Não cabe arrogância nos arraiais de Deus. A vaidade humana não tem ingerência sobe a realidade da fé. E o fim de todo esse terrível erro será bem oposto a tudo que tem sido prometido nos luxuosos púlpitos pela boca falaciosa e impostora de seus propagadores.

Pr. Reinaldo Ribeiro

Pb. João Placoná