quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O Arrebatamento da Igreja - Parte II

Arrebatamento 2

Continuação da Parte  I

XI. NO ARREBATAMENTO HAVERÁ OS SEGUINTES EVENTOS

“Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor (1ª Ts 4.16-17).

Na 1ª fase de Sua vinda para dar-se o arrebatamento, o Senhor virá até as nuvens em grande velocidade de forma secreta (Mt 24-27), como a velocidade do relâmpago.

De acordo com a primeira Epístola de Paulo aos Tessalonicenses, o arrebatamento da Igreja de Cristo dar-se-á da seguinte forma:

1. O próprio Senhor Jesus Cristo.

“Porque o mesmo Senhor… descerá do céu” (v. 16). O apostolo Paulo da ênfase ao senhorio de Jesus conquistado no Calvário quando diz: “o mesmo Senhor”. Os vivos em Cristo e os mortos salvos receberão a ordem de comando do próprio Senhor Jesus Cristo.

2. Voz do arcanjo. Ressoada a trombeta de Deus, descerá o Senhor Jesus dos céus com alarido e com voz de arcanjo (1ª Ts 4.16), Ele vem com Seu eficaz poder (Fl 3.20-21).

A tradução do texto diverge na forma, mas não anula o fato conforme está escrito: “à voz do arcanjo” ou “com voz de arcanjo” (v. 16). O texto de Daniel indica que o arcanjo Miguel participará do evento da segunda vinda de Cristo (Dn 12.1), mui especialmente da segunda fase quando Cristo, rodeado de exércitos celestiais, descerá sobre a terra, no monte das Oliveiras (Zc 14.3,4; Ap 1.6,7). Porém no evento do arrebatamento da Igreja, a participação do arcanjo será efetuada pela voz de comando e chamamento, a qual será ouvida apenas pelos remidos.

3. Os mortos em Cristo.

Naquele dia, quando o Senhor voltar para o arrebatamento, os mortos em Cristo ouvirão a voz de chamamento da trombeta do Senhor pelo arcanjo, e “num abrir e fechar de olhos” (1 Co 15.51-52), estarão na presença do Senhor nos ares, com corpos glorificados. A palavra “mortos” diz respeito aos santos que ressuscitarão com corpos transformados em corpo espiritual (soma pneumatikon), enquanto que, os corpos dos ímpios permanecerão em suas sepulturas ate o dia do Juízo Final (Ap 20.12). Assim como Cristo ressuscitou corporalmente, também, os crentes salvos ressuscitarão corporalmente (Lc 24.39; At 7.55,56).

4. Transformação dos vivos.

Os que estivermos vivos seremos transformados, arrebatados e levados todos ao encontro do Senhor “nos arres” (v. .17). Este poder abrange “duma extremidade a outra”. Onde estiver um crente seja no sepulcro ou vivo, até ali chegará o poder de Deus, para arrebatá-los. O Senhor Jesus que não será visto pelos habitantes da terra, estará nos ares, um espaço acima das nuvens, esperando a Sua Igreja.

5. O encontro com o Senhor nos ares.

Nenhum escritor ou artista, por mais hábil, jamais poderá imaginar e avaliar a grandeza do cenário que envolverá o encontro da Igreja, a “noiva do Cordeiro”, Jesus Cristo nosso Salvador. A idéia do crente ser por Deus arrebatado não é nova (Ez 3.12, 14; Hb 11.15; At 8.39-40).

6. Num corpo incorruptível. A Igreja será transformada e revestidos da eternidade e arrebatados “E assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem celestial. A carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus. Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados. Pois a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Pois convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade” (1ª Co 15.49-53). Corpo como dos anjos (Mt 22.30). Semelhante ao do Cristo ressurreto (1ª Jo 3.26). Livres de limitações terrenas (Jo 20.19). Num corpo de glória (espiritual) não precisamos de portas para entrar, pode estar tudo fechado. Assim Jesus entrou, assim nós também seremos.

7. Será um dia como os outros. Muitos dos remidos do Senhor estarão envolvidos na Sua seara e em oração, outros trabalhando normalmente misturados com os ímpios, outros estarão nas igrejas, outros viajando, alguns andando pelas ruas, alguns dormindo por causa do fuso horário, enfim, será um dia que todos nós estaremos ocupados com alguma coisa e vai ser bem nesta hora que ninguém estiver esperando que será dada à ordem do Senhor de tocar a trombeta do arrebatamento.

Esse encontro de ressuscitados e transformados nas nuvens, será um dos mais belos e alegres eventos. Será de maneira gloriosa com muito poder e alegria, pois veremos o Senhor que tanto amamos. A partir daí, pela ordem do Senhor, todos juntos, subirão ao encontro dEle nos ares, quando tomarão o seu destino que é o céu. Acabam-se sofrimento, angústia, tristeza, choro, hipocrisias, frio, calor, perigos etc. Agora estamos plenamente seguros nas mãos de Cristo. E quem nos arrebatará das Suas santas mãos?

O evento constituir-se-á num dos maiores milagres de todos os tempos, por abranger, de maneira simultaneamente, diversos fatos que ultrapassam todos os procedentes históricos do conhecimento humano.

XII.  A IGREJA NÃO SERÁ SURPREENDIDA

1. Deus revelara que Elias seria arrebatado. O Espírito de Deus revelara a Elias (2º Rs 2.3-9), a Eliseu (2º Rs 2.3-5) e aos profetas (2º Rs 2.3-5) que Elias seria arrebatado. Podiam dizer: “eu sei”. O aviso do Espírito Santo foi muito claro, pois um acontecimento como este, não era conhecido antes, mas todos entenderam nitidamente o que estava por acontecer.

Elias sabia que seria arrebatado, mas nem para Eliseu ele podia avisar a hora exata, mas somente que ficasse na expectativa (2º Rs 2.10). Porém ele estava esperando, preparado para qualquer momento subir. Assim também será absolutamente impossível sondar ou descobrir o dia em que Jesus há de voltar nas nuvens (Mc 13.32).

Elias vivia sempre preparado e não carecia de um tempo para um especial preparo, pois para ele o serviço a Deus era a expressão de uma vida em íntima comunhão com Deus. Assim podemos nós também esperar Jesus trabalhando e cuidando dos nossos deveres. Jesus falou dos que serão levados na Sua vinda, que uns estarão no campo, outros estarão moendo e outros dormindo na cama (Lc 17.34-36). Ele disse também que devemos fazer as obras daquele que nos enviou enquanto é dia (Jo 9.4). Quando Ele ensinava através da parábola, a respeito do Senhor que dava minas para que os seus servos negociassem com elas, disse: “Negociai até que eu venha...” (Lc 19.13).

2. O arrebatamento de Elias. Enquanto Elias e Eliseu estavam “andando e falando”, veio um carro de fogo e cavalos de fogo (2º Rs 2.11) e os levou. O Senhor tem muitos carros (Sl 68.17), que são seres espirituais para arrebatarem o profeta Elias (ver também: Ez 1.1-28; 10.122).

3. Elias é um tipo da Igreja. Assim como o Espírito Santo fez Simeão chegar para o lugar onde Jesus estava, na Sua primeira vinda (Lc 2.25-29), assim também Ele nos fará subir para o encontro com Jesus na Sua segunda vinda. Seremos arrebatados (1ª Ts 4.16) para o encontro com Jesus (1ª Ts 4.17), assim como foi o profeta Elias. Teremos então alcançado o fim da nossa fé, a completude de nossa salvação (1ª Pe 1.9). Amem!

4. O arrebatamento antes da Tribulação. Paulo prescreve a igreja tessalônica dizendo: “Mas, irmãos, acerca dos tempos e das épocas, não necessitais de que se vos escreva. Pois vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite. Mas vós, irmãos, já não estais nas trevas, para que esse dia vos surpreenda como um ladrão. Todos vós sois filhos da luz, e filhos do dia. Nós não somos da noite, nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios. Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação;” (1ª Ts 5.1-2; 4-6, 8).

O dia do Senhor que Paulo refere-se aqui, é o “Dia do Senhor”, o dia da ira e do julgamento que serão derramados sobre o mundo durante a grande tribulação.

“Pois vós...” (os crentes) os filhos da luz os quais não serão surpreendidos por este dia. No evangelho segundo joão Jesus diz: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue nunca andará na escuridão, mas terá a luz da vida” (João 8.12). Quem estiver ligado a Ele não está em trevas, ou seja, estamos com Ele na luz aguardando a sua volta  que nos livra da ira futura (1ª Ts 1.10).

5. O Espírito Santo é quem nos avisará. “É como se um homem, que, partindo para longe deixasse sua casa, desse autoridade aos seus servos, a cada um a sua obra, e mandasse ao porteiro que vigiasse” (Mc 13.34).

“... desse autoridade aos seus servos” Os servos somos nós a Igreja que servimos o nosso Senhor Jesus aqui nesta terra. O porteiro é o Espírito Santo. Ele é o sentinela que vai anunciar a chegada do Noivo: “Mas, à meia-noite ouviu-se um grito: Aí vem o noivo, saí ao seu encontro” (Mt 25.6). Esse grande personagem que diz: “Aí vem o noivo, saí ao encontro”, é o Espírito Santo de Deus, é Ele quem convence homem do pecado e do juízo, é o nosso penhor e quem adorna a Noiva para Seu Noivo.

XIII.  QUEM SERÁ LEVADO NO DIA DO ARREBATAMENTO?

Deus não está preso em dominação. A Bíblia declara que: “Ele veio purificar para si um povo especial, zeloso e de boas obras” (Tt 2.14).

1. Os que nasceram de novo. “Em verdade em verdade te digo que quem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3).

O novo nascimento é uma transformação de vida e de mente (Rm 12.1-2). Só vai subir quem nasceu de novo, e vive uma vida de testemunho e luta pelo Reino de Deus na Terra.

Aqueles que nasceram de novo, arrependeram-se de seus pecados e esperam a volta de Cristo com certeza subiram ao encontro do Senhor Jesus.

2. Os que esperam Jesus.

“Assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez, para levar os pecados de muitos, aparecerá a segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação” (Hb 9.28). Na parábola das 10 virgens Jesus diz: “Chegou o noivo. As virgens que estavam preparadas entravam com Ele para as bodas. E fechou-se a porta” (Mt 25.10).

3. Os que ouviram a Palavra do Senhor e creram (Jo 5.24-29).

4. Os que confessaram a fé em Jesus Cristo (Rm 10.9-13).

5. Os que lavaram as vestiduras no sangue do Cordeiro (Ap 22.14).

6. Os que amaram a vinda de Cristo (2ª Tm 4.8; Ct 8.14).

XIV.  QUEM VAI FICAR NO DIA DO ARREBATAMENTO

Os que ouviram, mas não creram (incrédulos), os infiéis, os ateus, todos os que praticaram o pecado. Aqueles que andaram segundo as paixões carnais:

“Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo” (1ª João 2.16).

Concupiscência da carne: Qualquer pecado e desejo da carne: paixões carnais, imoralidades, glutonaria, bebedice, materialismo manifesto pelos prazeres extravagantes, pelos sentimentos, pelo endeusamento das gratificações mundanas e perversas (Gl 5.19-21; 1ª Co 6.9-10).

Concupiscência dos olhos: Cobiça, avidez, ambição desenfreada por riquezas, desejo incontido por aquilo que vê, convicto que ficará plenamente satisfeito quando tiver o objeto da sua avareza, sendo isso um engano.

Soberba da vida: Arrogância de viver, orgulho, jactância, insolência, presunção; o homem que pensa e fala muito de si mesmo e seus bens e benefícios, suas riquezas, seus feitos, sendo estes quase sempre falatórios e exageros seus; um petulante convencido e vaidoso.

No livro do Apocalipse o apóstolo João ao encerrar o livro das revelações para o fim diz: “Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, aos homicidas, e aos fornicários, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte no lago de fogo e enxofre, que é a segunda morte” (Ap 21.8). “Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras, e todo aquele que ama e comete a mentira” (Ap 22.15).

1.      O que vai ficar no dia do arrebatamento.

As vestes materiais dos salvos (Ap 19.7-8). Bens materiais dos crentes (santos). Os templos e casas de oração, casas de moradia, carros e tudo o que a igreja precisou usar neste mundo.

X.     O QUE ACONTECERÁ NA TERRA APÓS O ARREBATAMENTO

Com o arrebatamento da Igreja, que será a qualquer momento, terminará na terra o dia da graça de Deus, quando densas trevas do mal cobrirão o mundo (Sf 1.14-17). Então iniciará a grande tribulação que será um período de sete anos, que refere-se a última semana da revelação de Daniel sobre as setenta semanas quando o profeta estava no cativeiro Babilônico.

Após o arrebatamento o mundo ficará em confusão e colapso. Entrará um grande desespero no mundo pelo fato de desaparecerem os parentes, haverá desastres dos mais terríveis, haverá aviões e automóveis descontrolados, os metrôs ficarão sem maquinistas, o colapso será de ordem mundial, o povo correrá pelas ruas como loucos arrancando os cabelos, a notícia será dada através de rádios e televisão, todos os meios de comunicação serão usados para dar a última notícia. O terror, o medo, toma conta de todos. Muitas indústrias ficarão fechadas e prejudicadas pelo fato de estarem faltando muitos de seus funcionários.

A terra entrará em pânico total com o desaparecimento dos filhos de Deus, e em meio a desordem surgirá um ser que aparentemente solucionará os problemas mundiais trazendo a falsa paz para o mundo. Apostasia total e generalizada entre os homens (2ª Ts 2.3). Retorno total dos judeus à sua terra (Is 11.11-12; Os 3.5). Reconstrução do templo de Jerusalém, o qual será destruído pelo Anticristo, durante a grande tribulação, ao ser-lhe recusada adoração pelos judeus (2ª Ts 2.4; Ml 24.15; Ap 11.1-2).

Após a Igreja ser arrebatada, começará na terra um período de sofrimento e de assolação, conhecido como GRANDE TRIBULAÇÃO.

Pr. Elias Ribas

Pb. João Placoná