quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

O destino final dos mortos

Inferno ou Paraiso

A Palavra de Deus nos garante que não será em vão a nossa esperança em Jesus Cristo, pois pela fé já temos assegurado um futuro glorioso ao seu lado.

Para os ímpios, que não se arrependeram, é reservado o sofrimento e a condenação eterna, pois suas escolhas enganosas os levaram a desprezar a salvação de Deus.

I. O ESTADO INTERMEDIÁRIO

1. O que é? É o estado entre a morte física e a ressurreição, tanto dos salvos, como dos ímpios. Os salvos terão um destino diferente dos ímpios: “Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” (Jo 5.28,29). A Palavra de Deus afirma que não existe purgatório e que também não há o “sono da alma”, nem tampouco a reencarnação, como creem alguns. Depois da morte segue-se o juízo divino.

2. O Sheol e o Paraíso. Sheol é um termo hebraico que pode significar sepultura ou “lugar ou estado dos mortos”. No Novo Testamento, Sheol é traduzido por Hades. Normalmente o Hades é visto como um lugar destinado aos ímpios. Deus livra o justo do Sheol ou da sepultura (Sl 49.15). O Sheol (inferno) é lugar de punição para os ímpios que não se arrependeram dos seus pecados e não entregaram suas vidas a Jesus Cristo (cf. Sl 9.17).

O vocábulo “paraíso” é de origem persa e significa um parque ou jardim de paz e harmonia. Foi usado pelos tradutores da Septuaginta para significar o Jardim do Éden (Gn 2.8). Aparece apenas três vezes no Novo Testamento (Lc 23.43; 2Co 12.4; Ap 2.7).

3. O lugar dos mortos. Os Teólogos entendem que “o lugar dos mortos”, o Hades, estava dividido em duas partes. Estes tomam como base o texto de Lucas 16.19-31, no texto que se refere a Lázaro e ao rico. O primeiro, fiel a Deus, foi levado para o “Seio de Abraão”, ou ao Paraíso, estando em repouso e felicidade. O rico, orgulhoso e incrédulo foi para o Hades, onde experimenta angústia e sofrimento atroz. O lugar ocupado pelos justos que aguardam a ressurreição foi trasladado para as regiões celestiais (Ef 4.8; 2Co 12.2). Desde então, os espíritos dos justos sobem para o céu e os espíritos dos ímpios descem para a condenação (Ap 20.13,14). Segundo os textos bíblicos, o Paraíso estaria em cima (Pv 15.24a) e o Hades embaixo (Pv 15.24b).

II. A SITUAÇÃO DOS MORTOS

Qual é a real situação daqueles que já morreram? O texto de Lucas 16 nos mostra a diferença entre o estado dos ímpios e dos justos após a morte. Vejamos:

1. O estado intermediário dos salvos. Na história do rico e Lázaro (Lc 16), vemos o estado intermediário dos salvos. O justo ao morrer é conduzido pelos anjos até o Paraíso (v.22). Que privilégio, que honra têm os salvos ao morrer, e serem recepcionados pelos anjos. Ao ladrão da cruz Jesus disse: “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.42,43). O espírito e a alma deixam o corpo e permanecem no lugar de espera (Paraíso), aguardando a ressurreição na Vinda de Jesus.

2. Os justos são recebidos pelo Senhor. É o próprio Senhor Jesus quem recebe o espírito dos justos após a morte. Tomemos como exemplo o caso de Estevão que está narrado em Atos 7.59. Para espanto dos ímpios, eles verão Jesus recepcionar gloriosamente os que o aceitaram como Salvador.

Os que morreram em Cristo, bem como os ímpios, vão manter sua identidade pessoal, sua personalidade e consciência depois da morte. Moisés, tendo sido sepultado por Deus, aparece, falando com Jesus no Monte da Transfiguração (Mt 17.3; Lc 9.30-32), ao lado de Elias, que foi arrebatado. Note-se que são os mesmos nomes, Moisés e Elias.

A despeito de tudo o que foi dito, devemos lembrar que, para o salvo, a morte é um ganho: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho”. Paulo tinha o “desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.21,23).

3. O estado intermediário dos ímpios. Eles vão para o Sheol ou Hades, ou seja, o inferno, que é o seu destino final (Sl 9.17). Nesse “estado intermediário”, aguardam seu julgamento final. O Hades é um lugar “embaixo”, ou seja, oposto ao céu (“seio de Abraão”). O rico “ergueu os olhos”, vendo “ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio” (v.23): “Para o sábio, o caminho da vida é para cima, para que ele se desvie do inferno que está embaixo” (Pv 15.24). Fato é que os ímpios sofrerão e estarão conscientes. O rico ímpio estava em “tormentos” (v.23) e clamava pedindo misericórdia (v.24). Os ímpios que morreram sem Cristo estão “em prisão” (1Pe 3.19) e ali eles vão se lembrar dos que ficaram na Terra (v.28). As Escrituras Sagradas afirmam que estes não podem ser consolados por ninguém: “E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá” (v.26). Fica, pois, evidente que aqueles que descem ao Hades não podem se comunicar com os vivos. Eles são lembrados de que em vida tiveram oportunidade de ouvir as Escrituras, mas desprezaram as suas advertências (vv.27-31). Convém ressaltar que a história do rico e de Lázaro é um relato verídico feito por Jesus e não uma parábola, razão pela qual ela cita os nomes dos personagens. Portanto é um texto que pode ser tomado como referencial doutrinário.

Ainda que o trecho aludido acima se refira de um modo específico aos ímpios, o princípio da completa impossibilidade de comunicação entre vivos e mortos também se aplica aos santos no Paraíso.

III. O DESTINO FINAL DOS MORTOS

Após passarem pelo “estado intermediário”, os mortos ressuscitarão. Os salvos irão para a “vida eterna” e os ímpios, “para desprezo eterno” (Jo 5.28,29).

1. O estado final dos salvos. Após a primeira ressurreição (Rm 8.11), os salvos vão para as Bodas do Cordeiro, passarão pelo Tribunal de Cristo, e viverão com Deus por toda a eternidade. Esse é o destino final dos salvos. Seus corpos ressuscitarão e se tornarão incorruptíveis (cf. 1Co 15.42-44). O mesmo corpo que morreu será transformado por Deus e ressuscitará “em glória”, semelhante ao corpo de Jesus ao ressuscitar (Fp 3.21).

2. O estado final dos ímpios. Os ímpios ressuscitarão para “vergonha e desprezo eterno” (Dn 12.2). Seu destino final é o lago de fogo (Ap 20.15), onde “haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 22.13). Ali os ímpios desfrutarão da companhia do Diabo, do Anticristo e do Falso Profeta (Ap 20.10; 21.8). Atualmente, muitos ímpios ficam impunes, mas no inferno estes receberão o castigo eterno por tudo o que fizeram de mal (2Ts 1.9).

CONCLUSÃO

O estudo da Escatologia é um dos mais edificantes para a Igreja em todos os tempos, principalmente no presente século, quando muitos sinais dão a entender que a vinda de Jesus poderá acontecer a qualquer momento. Que você possa prosseguir com o estudo da Escatologia Bíblica. Leia a Palavra de Deus, ore, jejue e esteja aguardando o maior acontecimento escatológico de todos os tempos: O arrebatamento da Igreja do Senhor Jesus Cristo!

Pr. Reinaldo Ribeiro

Pb. João Placoná