domingo, 19 de novembro de 2017

Mulheres Pastoras? Com a palavra a Bíblia.

pastoras

Se alguém me perguntar se as mulheres podem servir no ministério, minha resposta será sempre: “Sim, claro”! “Todos os crentes são chamados a servir e a ministrar uns aos outros.”

Mas eu responderia de forma diferente se a pergunta fosse: “Existe alguma função do Ministério em que as mulheres não podem servir?” Eu diria que o Novo Testamento ensina claramente que as mulheres não devem servir como pastores (que o Novo Testamento também chama de superintendentes ou anciãos/presbíteros).

Fica claro no Novo Testamento que os termos pastor, superintendente, e presbítero referem-se ao mesmo cargo (Atos 20.17,28; Tito 1.5,7; I Pedro 5.1-2), e para o restante deste artigo vou usar os termos “presbítero” e “pastor” designar essa função.

A proibição de Paulo em I Timóteo 2.12

O texto fundamental que estabelece que as mulheres não devam servir como presbíteros é I Timóteo 2.11-15. Nós lemos no versículo 12: “Eu não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade sobre homem.” Nesta passagem, Paulo proíbe as mulheres de se envolverem em duas atividades que caracterizam o ministério dos presbíteros: o ensino e o exercício da autoridade. Vemos isso nas qualificações para o cargo, entre outros lugares: os presbíteros devem ter a capacidade para ensinar (ITm 3.2; 5.17, Tito 1.9, cf. Atos 20.17-34) e liderar a igreja (ITm 3.4-5;).

As mulheres são proibidas de ensinar aos homens e de exercer autoridade sobre eles e, portanto, segue-se que elas não devem servir como presbíteros.

Essa proibição vigora ainda hoje?

É evidente na Bíblia o mandamento para que a mulher não ensine a homens ou exerçam autoridade sobre eles.

A questão é: este escrito vigora ainda hoje?

Muitos afirmam que Paulo proibiu as mulheres de servirem como presbíteros, porque as mulheres nos dias de Paulo eram iletradas e, portanto, não tinham a capacidade de ensinar bem aos homens.

Argumenta-se ainda que as mulheres fossem responsáveis pela falsa doutrina que estava atrapalhando a congregação para a qual Paulo escreveu a carta de I Timóteo (ITm 1.3, 6.3). De acordo com essa leitura, Paulo apoiaria mulheres servirem como “pastoras”, após serem devidamente instruídas a ensinar a sã doutrina. Mas como veremos adiante, essa proposta é totalmente infundada.

A proibição é fundamentada na criação e não em circunstância

Estas tentativas de relativizar a proibição de Paulo devem ser julgadas falidas.

Paulo poderia ter facilmente escrito: “Eu não quero que as mulheres ensinem ou exerçam autoridade sobre os homens porque elas são ignorantes”, ou “Eu não quero que as mulheres ensinem ou exerçam autoridade sobre os homens porque elas estão espalhando falsos ensinamentos.”

No entanto, qual o motivo que Paulo realmente dá para o seu mandamento no versículo 12? O raciocínio de Paulo para o mandamento está no versículo seguinte: “Pois primeiro foi formado Adão, depois Eva” (v. 13). Paulo nada diz sobre a falta de educação ou sobre mulheres estarem promulgando falso ensino. Em vez disso, ele apela para a ordem da criação, para a boa e perfeita vontade de Deus ao formar os seres humanos.

É imperioso observar que a referência à criação indica que o mandamento é uma palavra transcultural, uma proibição que é obrigatória para a igreja de todos os tempos e em todos os lugares. Ao dar esta proibição, Paulo não apela para a criação caída, às consequências que dizem respeito à vida humana como um resultado do pecado. Ao contrário, ele fundamenta a proibição na criação totalmente boa que existia antes de o pecado entrar no mundo.

O argumento da criação não pode ser descartado como culturalmente limitado.

Além disso, o Novo Testamento contém muitos recursos semelhantes aos da ordem da criação. Por exemplo, a homossexualidade não está de acordo com a vontade de Deus, porque é “contrário à natureza” (Rm 1.26), isto é, porque viola o que Deus pretendia quando ele fez o ser humano como homem e mulher (Gn 1.26-27).

Da mesma forma, Jesus ensina que o divórcio não é o ideal divino uma vez que, na criação, Deus fez um homem e uma mulher, o que significa que um homem deve ser casado com uma mulher “até que a morte nos separe” (Mt 19.3-12).

Assim, também, o alimento deve ser recebido com gratidão, pois é um dom da mão criadora de Deus (1Tm 4.3-5).

Em I Timóteo 2.11-15, Paulo especificamente fundamenta sua proibição das mulheres de ensinar e exercer autoridade, na ordem da criação, ou seja, que Adão foi feito primeiro e depois Eva (Gn 2.4-25).

A narrativa de Gênesis é cuidadosamente calculada, e Paulo, sob a inspiração do Espírito Santo, ajuda-nos a ver o significado de Eva ter sido criada depois de Adão.

Críticos ocasionalmente objetam que o argumento não é válido uma vez que os animais foram criados antes dos seres humanos. Mas eles perdem o ponto focado por Paulo. Somente os seres humanos são criados à imagem de Deus (Gn 1.26-27), e, portanto, Paulo comunica a importância de Deus criar o homem antes da mulher, ou seja, que o homem é responsável por liderar.

Paulo dá uma segunda razão pela qual as mulheres não deveriam ensinar ou exercer autoridade sobre os homens em I Timóteo 2.14: “Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.” A argumentação de Paulo aqui não é que as mulheres são mais propensas a serem enganadas do que os homens, porque em outro lugar, ele elogia as mulheres como professoras de mulheres e crianças (Tito 2.3, II Tm 1.5; 3.14-15), o que ele não recomendaria, se as mulheres, por natureza, estivessem propensas a serem enganadas. É provável que Paulo estivesse pensando mais uma vez no relato da criação, pois a serpente subverteu a ordem criada ao enganar Eva e não Adão (assim subvertendo a liderança masculina), embora, provavelmente, Adão estava com Eva quando ocorreu a tentação (Gn 3:6). O versículo 14 não ensina nada sobre as mulheres serem iletradas, o engano é uma categoria moral, já a falta de educação é sanada com a instrução.

O engano de Eva não pode ser atribuído à fraqueza intelectual, mas foi devido à sua rebeldia, o desejo de ser independente de Deus. Além disso, a referência ao engano aqui não indica que as mulheres de Éfeso desempenhavam um papel fundamental na difusão de ensino falso, pois os falsos mestres nomeados em I Timóteo são todos homens (I Tm. 1.20).

Na verdade, se as mulheres tivessem sido proibidas de ensinar porque eram defensoras da falsa doutrina, temos a estranha e muito improvável situação de que todas as mulheres cristãs de Éfeso foram enganadas pelo falso ensino.

Pelo contrário, o ponto de Paulo é que a tentação de Satanás sobre Eva, em vez de sobre Adão, subvertia a liderança masculina, pois ele tentou e enganou a mulher, mesmo estando Adão presente com Eva quando a tentação ocorreu.

Na verdade, apesar de Eva ter sido enganada pela serpente primeiro, a principal responsabilidade pelo pecado caiu sobre os ombros de Adão. Isto é evidente em Gênesis 3, pois o Senhor fala primeiro com Adão sobre o pecado do primeiro casal, e isso é confirmado por Romanos 5.12-19, onde o pecado da raça humana é atribuída a Adão e não a Eva.

Em resumo, I Timóteo 2.12 proíbe as mulheres de ensinar ou exercer autoridade sobre os homens na igreja. Este mandamento é fundamentado na ordem da criação e é confirmado pela inversão de papéis que ocorreu após a queda. Não é, portanto, um contexto cultural ou uma proibição limitada e deve ser um padrão aplicado às igrejas de hoje.

O testemunho em outras partes das Escrituras

O que aprendemos sobre os papéis do homem e da mulher na criação

O que vemos acerca dos papéis de homens e mulheres no resto da Escritura confirma esta leitura de I Timóteo 2:11-15. O livro do Gênesis nos dá seis elementos que evidenciam a responsabilidade dada aos maridos na liderança do casamento:

1) Deus criou Adão primeiro e depois Eva,

2) Deus deu o mandamento de não comer da árvore a Adão e não a Eva;

3) Adão foi quem deu nome à “mulher” tal como ele deu nome aos animais, significando a sua autoridade (Gn 2.19-23)

4) Eva é designada como auxiliadora de Adão (Gn 2.18);

5) A serpente enganou Eva e não Adão, assim subvertendo a liderança masculina (Gn. 3.1-6)

6) Deus veio a Adão em primeiro lugar, mesmo tendo Eva pecado primeiro (Gn 3.9, cf. Rm. 5.12-19).

O que aprendemos nos ensinamentos bíblicos sobre o casamento

Tal leitura do Gênesis se encaixa perfeitamente com o que encontramos sobre o casamento no Novo Testamento. Maridos têm a responsabilidade primária de liderança e as esposas são chamadas a se sujeitar à liderança de seus maridos (Ef 5.22-33; Cl 3.18-19; I Pe 3.1-7). O convite à esposa para submeter-se não está fundamentado em meras normas culturais, pois uma mulher é convidada a sujeitar-se ao marido como a Igreja é convidada a submeter-se a Cristo (Ef 5.22-24).

Paulo designa o casamento como um “mistério” (Ef 5.32), e o mistério é que o casamento espelha o relacionamento de Cristo com a Igreja. O mandato para homens servirem como pastores (e não mulheres), então, se encaixa com o padrão bíblico de liderança masculina e autoridade dentro do casamento.

É fundamental observar que um papel diferente para as mulheres não significa que sejam inferiores aos homens. Mulheres e homens são igualmente criados à imagem de Deus (Gênesis 1.26-27). Eles têm acesso igual à salvação em Cristo (Gl 3.28), e eles são coerdeiros da grande salvação que é nossa em Jesus Cristo (I Pe 3.7).

Os escritores bíblicos não difamam a dignidade, inteligência e personalidade das mulheres. Vemos isso mais claramente quando reconhecemos que, como Cristo se submete ao Pai (I Coríntios 15.28), assim as mulheres se submetem aos seus maridos. Cristo é de igual dignidade e valor com o Pai, e por isso a sua submissão não pode ser entendida como sinalização de sua inferioridade.

O que aprendemos em outras passagens sobre mulheres na igreja

O texto de I Timóteo 2.11-15 não é o único texto que exige um papel diferente para homens e mulheres na igreja. Em I Coríntios 14.33-36, Paulo ensina que as mulheres não devem falar na igreja.

Esta passagem não proíbe as mulheres de falar qualquer coisa na congregação, Paulo até incentiva as mulheres a orar e profetizar na igreja (I Coríntios 11.5).

O princípio de I Coríntios 14.33-36 apenas ressalta que as mulheres não devem falar de tal maneira que se rebelem contra a liderança masculina ou tomem para si autoridade indevida, e este princípio corresponde com o ensino de I Timóteo 2.11-15 de que as mulheres não deveriam ensinar nem exercer autoridade sobre os homens.

Outro texto que aponta na mesma direção é o de I Coríntios 11.2-16. Já vimos que Paulo nessa passagem permite que as mulheres orem e profetizem na assembleia. É imperativo ver que a profecia não é o mesmo dom do ensino.

Estes dons são distintos no Novo Testamento (I Coríntios. 12.28). Mulheres serviram como profetas no Antigo Testamento, mas nunca como sacerdotisas. Da mesma forma, serviram como profetas no Novo Testamento, mas nunca como "presbíteras" ou "anciãs".

Além disso, I Coríntios 11.2-16 deixa claro que, ao profetizarem, elas deviam se adornar de tal maneira que demonstrasse que elas estavam submissas a uma liderança masculina (I Coríntios 11.3). Isso se encaixa com o que temos visto em I Tm 2.11-15.

Ali constatamos que as mulheres não são as líderes da congregação, e, portanto, não devem ser reconhecidas como professoras e cabeças de toda a congregação. A questão fundamental em I Coríntios 11.2-16 não é o adorno das mulheres. Estudiosos não têm certeza, neste caso, se o adorno descrito representa um véu ou uma forma específica de usar o cabelo. Tal adorno era necessário na época de Paulo porque significava que as mulheres eram submissas à liderança masculina na igreja. Hoje, a forma como uma mulher usa o seu cabelo, ou se ela usa um véu, não significa que ela seja submissa à liderança masculina.

Assim, devemos aplicar o princípio (mesmo não aplicando a prática cultural da época) no mundo de hoje: as mulheres devem ser submissas à liderança masculina, o que se manifesta em não servirem como "pastoras" e mestras dos homens.

Conclusão

As Escrituras ensinam claramente sobre o papel singular das mulheres na igreja e na família. Elas são iguais aos homens em dignidade e valor, mas elas têm um papel diferente durante esta jornada na terra. Deus lhes deu muitos dons diferentes e específicos, com os quais podem ministrar para a igreja e para o mundo, mas elas não foram criadas para servir como "pastoras".

O Senhor não deu seus mandamentos para punir as mulheres, mas para que possam servi-lo com alegria segundo a Sua vontade e não de acordo com os modismos e normas do mundo.

Evidentemente seria muito cômodo assumir aqui uma postura mais contextualizada com o senso comum, pois em nossos dias a ideia de impedir o pastorado feminino é quase um voto vencido e praticamente todos os ministérios já se renderam aos púlpitos cor de rosa.

Todavia não entendemos que o evangelho tenha compromisso com as tendências sociológicas de uma época, quaisquer que sejam elas. Mulheres em nossa sociedade lideram lares, gerenciam empresas, administram indústrias e até governam países.

Entretanto, a Igreja de Jesus não é uma casa, uma empresa, uma indústria ou um país e no que pese quaisquer argumentos favoráveis para o primeiro caso, eles não se aplicam necessariamente à lógica do reino de Deus.

Mesmo ciente, pois, da impopularidade que esse posicionamento nos atrai, temos a alegria de assumir o preço a ser pago pela manutenção de uma consciência tranquila diante daquilo que por meio de uma exegese séria e isenta, temos aprendido na Palavra de Deus e que no presente texto de forma tão farta nos propomos a apresentar.

Nossa mais sincera oração é para que a luz do conhecimento que liberta invada cada alma e nos permita compreender que não estamos acima da verdade. Pelo contrário, a ela nos cabe reverente submissão, ainda que frustre e desaponte nossa ótica pessoal.

Pr. Reinaldo Ribeiro

Pb. João Placoná

domingo, 12 de novembro de 2017

Jesus levou... nossas enfermidades - Os crentes não devem ficar doentes?

sarados

É muito comum ouvirmos alguns crentes afirmarem que o cristão que está doente não deve aceitar essa condição porque Jesus levou lá na cruz todas as nossas enfermidades e, por isso, o crente não deve ficar doente.

O texto que é usualmente usado para essa afirmação é Isaías 53.4: “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.”.

Segundo muitos esse texto seria o embasamento de que o crente que está doente está em pecado ou está com uma fé “pequena”, por isso, precisa exercer a sua fé com mais firmeza, pois essa doença foi levada por Cristo lá na cruz e não deveria acontecer na vida desse crente.

Temos dificuldades de crer nesse conceito por alguns motivos que expomos abaixo:

(1) Qual seria o significado de “enfermidades” no texto de Isaías 53.4? No hebraico a palavra é “choliy”, que significa “doença”. Mas será que o texto está falando de doenças físicas?

Creio que a obra de Jesus pode sim repercutir positivamente em nosso físico, porém, o contexto parece nos indicar que os benefícios curativos da morte de Cristo tem um alvo muito mais espiritual que físico.

O versículo cinco desse mesmo texto de Isaías diz: “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.”.

Note que as “doenças” citadas no contexto são as transgressões e iniquidades, que apontam para o ser humano afundado no pecado. Jesus foi traspassado e moído por causa dessas doenças (nossos pecados) e não de doenças físicas.

Note ainda que essa obra curativa de Jesus sobre essas nossas doenças nos tornou “sarados”.

A ênfase aqui não é em problemas de saúde do nosso físico, mas do nosso espírito. Jesus nos sarou das consequências de nossa pior doença (pecado).

Jesus não morreu na cruz para que nós não tivéssemos mais uma dor de cabeça ou uma dor na coluna ou outra doença.

É claro que aquilo que está em nosso espírito pode repercutir no físico, mas isso não significa que a obra de Jesus foi para nos livrar de todas as doenças físicas e que nunca deveríamos ficar doentes fisicamente.

(2) Considerando que Jesus tenha levado nossas doenças físicas lá na cruz como alguns dizem, como podemos harmonizar esse pensamento com o fato de que milhares de crentes ficam doentes todos os dias (e até morrem em decorrência dessas doenças) no mundo inteiro? E ainda o fato de vários crentes terem ficado doentes na Bíblia Sagrada (Paulo, Timóteo, Lázaro, Trófimo, etc)?

Servos de Deus ficam doentes o tempo todo e nem por isso estão longe de Deus.

Ora, seria a obra que Jesus fez na cruz fraca ou mal feita a ponto de não fazer efeito na vida de seus servos? Essa obra de Jesus estaria apoiada em nossas obras e não nos méritos Dele?

O texto de Isaías é enfático ao dizer que “pelas suas pisaduras fomos sarados.”. Não há margem alguma para pensarmos que algum crentes verdadeiros são sarados e outros não. Ou que crentes podem ficar sarados em alguns momentos e em outros não.

Em nosso entendimento o texto de Isaías só consegue estar harmonizado com a salvação pela fé, que não é por obras do ser humano, e que é operada totalmente e plenamente por Deus (Efésios 2.8) . Só assim o “fomos sarados” se cumpre sem dúvida alguma e plenamente na vida do ser humano.

A obra de Jesus citada por Isaías é a de remissão de nossos pecados, nossa maior doença.

(3) Assim concluímos que o argumento de que Jesus levou todas as nossas doenças físicas lá na cruz e que não podemos ficar doentes, não tem embasamento no texto de Isaías.

Devemos sim buscar a cura nos meios que Deus coloca diante de nós, na medicina, por exemplo, e, por que não também no agir sobrenatural de Deus quando necessário.

Porém, não podemos afirmar que se um crente está doente isso signifique que a obra de Jesus não esteja sendo feita na vida dele.

Muitos crentes verdadeiros, inclusive, morrerão vítimas de doenças e morrerão plenamente na presença de Jesus sem qualquer prejuízo da obra de Cristo na cruz.

Pb. André Sanchez

Pb. João Placoná

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Salvos pela obra?

salvo

A nossa salvação e nosso direito de estarmos diante de Deus, isto é, a nossa justiça, não estão baseados no número de boas obras que fizemos, fazemos ou iremos fazer, mas na graça de Deus.

Ainda que você mantivesse toda a lei não poderia ser justo diante de Deus, pois como lemos: ninguém pode ser justo diante de Deus pelas obras da lei. E também diz que "todos pecaram".

Mesmo se você nunca tivesse pecado em sua vida (que eu tenho certeza que não é verdade), há ainda o pecado de Adão que passa de geração em geração.

Mas, louvado seja Deus, que uma outra forma tenha sido providenciada pela qual podemos ser justos diante dEle.

Esta forma é chamada de graça. Sim, alguém tinha que trabalhar para que todos esses dons estivessem livremente disponíveis para nós.

No entanto, este alguém não era nem você nem eu, mas o Senhor Jesus Cristo. Romanos 3 nos fala sobre as realizações de Jesus Cristo:

Romanos 3:23-26: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue, para demonstração da sua justiça por ter ele na sua paciência, deixado de lado os delitos outrora cometidos; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e também justificador daquele que tem fé em Jesus.”

A redenção está em CRISTO JESUS, não no que você e eu conseguimos realizar.

Isto é muito importante se quisermos compreender a relação que temos com Deus.

Nosso relacionamento é baseado na graça de Deus e nas realizações de Jesus Cristo, não em nosso valor, obras ou realizações.

Somos justos diante de Deus 24 horas por dia. A razão é que este direito foi-nos dado pela graça. Foi dado a nós como um resultado do favor imerecido e amor que Deus tem para nós.

É a "justiça de Deus", não a nossa justiça, ou justiça-própria. Este "de" indica a fonte dessa justiça. Esta fonte não é nem você nem eu, mas Deus.

Somos salvos (para) boas obras e não (pelas) boas obras. A árvore sadia (salva) deve produzir bons frutos (obras).

Isso é o natural, é o comum, é o apropriado, é o mandado de Deus aos Seus salvos: As obras não são necessárias para que uma pessoa seja salva, mas as obras são necessárias na vida de alguém que foi salvo, são frutos preciosos que devem brotar de um coração que agora tem Deus, que agora reconhece o Senhor e Sua santa palavra.

Se essas obras não brotam diariamente desse coração, deve-se questionar se realmente houve uma obra de salvação naquela vida! Infelizmente algumas pessoas que não fazem questão de cultivar esforços positivos (boas obras) em suas vidas.

Pb. João Placoná

domingo, 5 de novembro de 2017

Católicos vs. Protestantes: por que há tanta hostilidade?

CATOLICOS X PROTESTANTES

Esta é uma pergunta simples, mas de resposta complicada, pois há vários graus e motivos para hostilidade entre quaisquer dois grupos religiosos. Esta batalha particular tem suas raízes na história.

Graus de reação vão desde desacordo amigável (como refletido nos vários diálogos ecumênicos produzidos entre os dois grupos), às perseguições abertas e assassinato de protestantes nas mãos de Roma.

Os ensinamentos da Reforma que identificam o papa como a Besta do Apocalipse e/ou o Catolicismo Romano como o Mistério de Babilônia ainda são comuns entre os protestantes. Claramente, qualquer um com esta visão não vai simpatizar com Roma tão cedo.

Hoje, por exemplo, a maioria da hostilidade vem da natureza humana ao lidar com discórdias fundamentais a respeito de verdades eternas. Os ânimos se exaltam nos assuntos mais importantes da vida, e a fé que se abraça (ou pelo menos, assim deveria ser) é a coisa mais importante.

Muitos protestantes pensam que os católicos romanos ensinam um evangelho de obras que não pode salvar, ao passo que os católicos romanos pensam que os protestantes ensinam um “Cristianismo fácil”, que requer nada mais do que uma explosão emocional causada por uma pregação manipuladora.

Os protestantes culpam os católicos por adorar a Maria e os católicos pensam que os protestantes são aparentemente insensíveis demais para entender as distinções que Roma fez em relação a isto. Tais posicionamentos são frequentemente difíceis de vencer.

Atrás dos pontos de discórdia sobre o papel da fé e obras, os sacramentos, o cânone da Escritura, o papel sacerdotal, orações a santos e todos os pontos que dizem respeito à Maria e ao papa, etc., esconde-se a maior ruptura entre o Catolicismo Romano e o Protestantismo: o ponto que diz respeito à autoridade. Como se responde a esta questão da autoridade é o que vai, geralmente, resolver tudo o mais. Veja mais sobre o assunto em IDÓLATRA – To be or not to be.

No que diz respeito a decidir questões teológicas sobre dogmas católicos definidos, não há muito a se discutir no lado católico, pois uma vez que Roma se pronuncia, está decidido.

Este é um problema quando se tenta debater com um católico romano: a razão e as Escrituras não são a autoridade final dos católicos; eles se recolhem à “zona de conforto” da autoridade católica romana.

Assim, muitos dos argumentos entre um protestante e um católico vão girar em torno da “interpretação pessoal” que se tem a respeito das Escrituras como contra os “ensinamentos oficiais da Igreja Católica Romana”.

Os católicos afirmam que, com sucesso evitam os problemas legítimos da interpretação pessoal por sua confiança nas suas tradições. Mas isto simplesmente faz a pergunta retroceder um passo.

A verdade é que tanto a Igreja Católica Romana quanto a Protestante devem, no final, confiar em suas habilidades de raciocínio (para escolher sua autoridade) e seus dotes de interpretação (para entender o que ensina a autoridade) para que determinem no que irão acreditar.

Os protestantes simplesmente são mais inclinados a admitir que este seja o caso. Ambos os lados podem também ser ardentemente leais à fé de suas famílias ou da igreja na qual cresceram sem pensar muito em argumentos doutrinários.

Obviamente há muitas razões possíveis, e apesar de não devermos nos dividir sobre questões secundárias, ambos os lados concordam que devemos nos dividir no que diz respeito a questões primárias.

Além disto, podemos discordar e adorar onde nos achamos em maior sintonia.

No que diz respeito ao Catolicismo Romano e Protestantismo, as diferenças são simplesmente grandes demais para serem ignoradas. Contudo, isto não dá direito a caricaturas ou julgamentos ignorantes: ambos os lados precisam ser honestos em suas análises e tentar não ir além daquilo que Deus já revelou.

Mais uma vez chamo a atenção do querido leitor para visitar nosso artigo IDÓLATRA – To be or not to be lá há maiores esclarecimentos dobre este assunto.

GotQuestions – Português

Pb. João Placoná