sábado, 22 de abril de 2017

O dízimo foi abolido ou permanece?

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Ficamos pensando como seria bom e produtivo se pudéssemos ter um debate acerca de dízimos e ofertas sem que isso nos trouxesse qualquer embaraço ou constrangimento.

Como seria útil ao reino um levantamento de nossos recursos terrenos aplicados à Obra, sem que isso suscitasse na opinião pública, suspeitas, acusações ou mesmo piadas sujas e de comprometimento ético ou moral contrários à igreja.

Mas a verdade é que isto já foi assim um dia e não faz tanto tempo. Esta presente geração de cristãos já nasceu enlameada pela influência da apostasia pré-anticristã e até mesmo já se acostumou com o antinatural, convivendo em diálogo pacífico com realidades inaceitáveis, contra as quais todo cristão comprometido com o santo evangelho deve protestar, combater e repudiar.

Talvez você que nos lê agora tenha apenas dez, quinze anos ou menos no evangelho e não saiba do que falaremos aqui, mas a verdade é que já existiu uma época neste país e na igreja deste país em que a imagem da igreja não estava associada a poder, riquezas e ostentações.

Sim, houve uma época em que igrejas históricas, renovadas ou pentecostais se igualavam no respeito pelos padrões morais estabelecidos pelas Escrituras.

Época em que a melhor casa do bairro não era a do pastor, em que pastores não transitavam em carros importados e nem viajavam de jatos particulares.

Houve uma época em que igrejas não pagavam milhões por horários na TV e muito menos compravam emissoras de TV.

Houve uma época em que ninguém ousava ensinar que dízimo é investimento e nem uma forma de barganhar bênçãos com Deus.

Houve uma época em que as vassouras da igreja serviam para varrê-la e não para serem vendidas como amuletos ungidos antidemoníacos para os lares.

Houve uma época em que líderes cristãos não patrocinavam orgias regadas a prostituições e whiskies importados.

Houve uma época em que pastores não vestiam ternos de grife italiano.

Houve uma época em que nenhum pastor se atreveria a ser chamado de apóstolo e nenhuma igreja se envolvia em escândalos financeiros. Época em que as igrejas tinham seu departamento próprio de tesouraria e conselho fiscal, que de forma transparente geriam e prestavam contas dos recursos recolhidos e isso não era oficio de pastor.

Houve uma época em que não havia disputa entre as denominações, em que grupos cristãos se recusavam a pescar em aquários alheios, época onde as igrejas sentiriam vergonha de serem erguidas com requintes de luxo e ostentação.

Os templos suntuosos de hoje são um ultraje aos humildes santuários de adoração daquela época. Quem viveu o que estamos afirmando sabe que as multidões em transe ensandecido que gritam nos palácios religiosos de hoje jamais sentiram aquela unção e presença de Deus que sentíamos nas humildes igrejinhas do passado, a começar pela singeleza dos hinos tradicionais que cantávamos para Deus e culminando com as pregações sempre bíblicas e cristocêntricas – muito diferentes da retórica mercadológica e neurolinguística dos pregadores atuais.

Houve um tempo em que os pregadores do evangelho gastavam seus recursos e sua saúde física para irem de encontro aos seus ouvintes. Tempo em que você estaria ofendendo um homem de Deus se oferecesse dinheiro e hotel para que ele fosse pegar na sua igreja.

Houve um tempo em que nenhum levita ou adorador aceitaria ser chamado de cantor, em que era fácil identifica-los em nosso meio com suas maletinhas cheias de playbacks, trajados com decência e sempre com a Bíblia na mão, prontos para darem aquela Palavra temperada com sal antes de cantarem hinos inspirados e ricos de conteúdo bíblico. Era uma época em que se cantava para Deus e não para o bolso.

Sim meus irmãos, houve uma época, e não faz tanto tempo assim – há talvez 25 ou 30 anos – em que as coisas de Deus eram feitas e tratadas com decência.

Portanto, falamos aqui não em nome de uma utopia, mas em nome de um padrão de comportamento que não teria se tornado apenas lembranças do passado, se pessoas sem escrúpulos e desprovidas de caráter não tivessem invadido os púlpitos de nossas igrejas.

Logo, antes de levantarmos uma discussão acerca do certo e do errado quanto ao recolhimento de dízimos, tenhamos em mente que a grande diferença está no perfil humano que hoje se encontra por trás deste grande número de cassinos religiosos, que por respeito a quem faz a Obra com honestidade e zelo santo, nos recusamos a chamar de igrejas.

A palavra dízimo é encontrada pela Primeira vez na Bíblia em (Gn 14). Significa colheita ou ceifa. Naquele contexto em seu inicio, percebemos que foi uma atitude voluntária,  quando depois de uma guerra, Abraão ofereceu a um sacerdote chamado Melquisedeque. Jacó, seu neto, também se comprometeu voluntariamente a dar dízimos.

Esse dízimo nunca foi dinheiro e sim cereais. E é bom lembrar que já havia naquela época moedas cunhadas com valor monetário. Portanto, se o princípio originário do dízimo envolve-se dinheiro, entendemos que tanto Abraão como Jacó possuíam muito e dariam sem problema algum, só que não é assim que observamos no relato bíblico.

Não há a presença de dinheiro neste processo, sendo este preceito totalmente diferente da prática religiosa estabelecida na ordem levítica da lei de Moisés, onde o Dízimo significa a décima parte de algo, entregue voluntariamente ou através de taxa ou imposto, para ajudar organizações religiosas judaicas segundo a Lei de Moises (Lv 27, 30, 32), (Malaquias 3:10), (Hb 7:5). Segundo a ordem levítica o dizimo era dado exclusivamente aos levitas (I Co 15:2), (Hb 7.5), (Hb 7.11)

Seu início se deu porque dentre as 12 tribos de Israel,  a mais pobre era a tribo de Levi. Então as tribos mais prosperas deveriam repartir mantimentos com a tribo menos favorecida justamente porque elas tinham colheitas em abundancia e não necessitavam de tantos mantimentos. Guardar tudo para elas mesmas significaria acumular tesouro o que é terminantemente proibido por Deus.

A tribo de Levi por sua vez também ofertava a viúvas, órfãos e necessitados (Dt 26:12), repartiam com os estrangeiros, já que Israel no passado também já foi estrangeira, significando assim amor ao próximo.

Naquela localidade e época, o conceito de benção era chuva para a colheita, maldição era seca, o devorador eram os gafanhotos, tudo isso definitivamente nada tem a ver a associação do devorador com o demônio nem benção com prosperidade financeira, como ensinam os púlpitos equivocados ou fraudulentos de hoje. Em toda Bíblia não existe uma única citação que ampare este tipo de heresia.

Segundo a LEI apenas os LEVITAS poderiam recolher o dizimo. Os lideres religiosos de hoje que recolhem o dizimo, não são da tribo de Levi, não são Judeus e não fazem parte da Lei de Moisés. 

Este costume existiu de Abraão, até Levi (Hb 7:9), nessa passagem Paulo explica que, o dizimo termina em Levi e por ser Cristo sacerdote segundo a Ordem de Melquisedec, este ab-rogou (aboliu) o sacerdócio levítico com todas as suas leis, dízimos e costumes, conforme narra  Paulo na carta endereçada aos Hebreus (Hb 7, 1 - 28). Ali Paulo arremata: "Com efeito, mudado que seja o sacerdócio, é necessário que se mude também a lei" (Hb 7.12). E ainda: "O mandamento precedente é, na verdade, ab-rogado pela sua fraqueza e inutilidade" (Hb 7:18). OBS: SACERDOTE SÃO LÍDERES RELIGIOSOS DA TRIBO DE LEVI.

Quem entende que o velho testamento e seus preceitos foram abolidos por Cristo segundo o Apostolo Paulo (II Co 3:14), mas mesmo assim apoiam o uso do dizimo, citando a passagem do Novo Testamento onde Jesus critica os Escribas e Fariseus que lembram apenas do dizimo e esqueciam os outros preceitos da lei (Mt 23:23), precisam compreender que segundo a lei de Móisés no antigo testamento, aqueles dois homens que Jesus criticou, eram obrigados a dar o dizimo, o cominho e hortelã porque eram Judeus e ainda estavam sob o manto da lei de Moisés e não da graça, que tem seu inicio com a morte de  Jesus. E isto se deu quando Ele bradou “Esta consumado”. Naquele momento Cristo adentrou a nova aliança da graça, que estamos hoje.

Portanto,  neste contexto Jesus está lançando uma forte exortação sobre aqueles religiosos que só lembravam-se do dízimo e esqueciam-se dos outros preceitos da Lei. Jesus estava provando que eles que tanto usavam a lei para acusá-lo, não estavam cumprindo sequer essa lei de que faziam uso em seus argumentos.

Assim, definitivamente Ele não está ali orientando aos Gentios (nós) a praticar o preceito do dízimo veterotestamentário. Cristo e Seus discípulos jamais orientaram para que permanecêssemos no preceito do dizimo.

Dessas questões, o que Jesus de fato preservou foi a caridade, ou seja, ajudar o necessitado e ofertar ao próximo. (Is 1:17), (Tg 1:27).

Importante também considerar que atender a viúva e o órfão ou o necessitado de qualquer instância, não é nenhuma transferência de responsabilidade. Não significa fazer o líder ter esta obrigação, dando a ele pra ele dar aos outros.

Não é assim que funciona. É você quem deve assumir essa postura de amor ao próximo. Isso é pessoal, é um hábito que devemos ter e que deve ser observado e honrado apenas por Deus e mais ninguém.

Assim, meus amados, concluímos então neste primeiro momento de análise do tema em questão que o dizimo nos moldes estabelecidos pela Velha Aliança e que é tão respaldado desta forma em nossos dias, não é mais uma prática desse tempo, não é um atributo para os Gentios, pois o líder que recebe dízimos e os administra não pertence à tribo de Levi.

Permanecer no preceito da lei é o mesmo que negar o sacrifício da cruz de Cristo, que segundo a própria lei, seria abolida, na vinda do Salvador Messias.

Permanecer no preceito da Lei é o mesmo que negar a eficácia da cruz de Cristo. Quem usa Malaquias 3:10 e aterroriza os incautos com ameaças de maldição e ainda por cima ofende o povo de Deus, chamando de ladrões aqueles que não seguem esta prática à risca, deveriam também guardar o sábado e outros aspectos cerimoniais da lei.

Escolher a manutenção do dízimo e abolir os demais cerimonialismos judaicos é um ato no mínimo suspeito e aponta para sintomas de desonestidade ou, na mais leve das hipóteses, de grave ignorância teológica.

O dizimo segundo os moldes do AT pode ser recolhido de acordo com a palavra do homem, mas não de acordo com a Escritura no Novo Testamento, e quem defende esta prática nestes moldes é tão judaizante quanto aqueles que foram combatidos pelos Apóstolos no primeiro século.

Mas após, todas estas considerações, muitos certamente irão descambar para a pragmática dedução de que somos contra o recolhimento de dízimos e ofertas. Estão enganados!

Somos contra a farra maldosa e criminosa que se estabeleceu e que gerou em nosso meio uma indústria milionária, que transformou igrejas em multinacionais religiosas e pastores em caciques de impérios financeiros.

Somos contra o estelionato que usurpa o nome de dízimo, mas que dízimo nunca foi e que é patrocinado por ateus travestidos de pastores e por maçons que aplicaram seu olhar empresarial sobre a Obra de Deus, tornando-a o braço mais lucrativo de seus negócios.

A lei foi abolida, mas seus princípios são eternos. Se formos literalistas e rasos neste entendimento, seremos forçados a dizer que o VT não é Palavra de Deus e que somente o NT deve ser recebido como autoridade de fé e prática.

Mas nenhum cristão com o mínimo de responsabilidade teológica pode defender uma barbaridade desse nível.

Nós não guardamos o sábado, por exemplo, mas o princípio do descansar em Deus – que se cumpre em Cristo reinando em nossas vidas – representa a manutenção do princípio sabático.

O raciocínio quanto ao dízimo é o mesmo. Não há base bíblica para estabelecermos um tributo religioso de 10% dentro de nossas igrejas.

Nenhum pastor pode administrar recursos financeiros, pois não é sacerdote levítico, nenhum irmão em dificuldades financeiras e que por esta razão não consegue contribuir com uma alíquota estabelecida deve ser acusado de estar roubando a Deus, nem mesmo a obrigatoriedade de uma entrega necessariamente em dinheiro e com taxa prefixada pode existir em nosso meio. Isso tudo foi abolido com a lei.

O que é prevalece é o princípio do dízimo, que consiste no gesto voluntário e não opressor de apoiar a Obra de Deus com os necessários recursos deste mundo.

O termo dízimo poderia ser retirado sem nenhum problema da vida cristã, contudo sua manutenção não representa nenhum pecado, na medida em que sua aplicação respeite os princípios de fato cristãos e bíblicos.

Hoje, dizimar nada mais é do que contribuir com a Obra e isto se insere na proporcionalidade financeira de cada um, na segurança de que esta entrega não comprometerá a estrutura do sustento familiar de ninguém e na certeza de que o dinheiro entregue na igreja não compra a benção dos céus.

Já ouvimos líderes religiosos usando o termo “investimento” quando pedem dinheiro aos seus fiéis. Isso é um crime, uma blasfêmia, uma heresia que nosso universo semântico não consegue traduzir.

Dizimar, em nossos dias, implica em ato de amor, de liberalidade e de desapego à ganância materialista.

Quem dizima numa igreja séria está contribuindo com Missões e desta forma se torna instrumento para a salvação de outras vidas. Não está dando dinheiro para pastores. Está dividindo suas próprias bênçãos com os menos favorecidos – e isto é princípio fundamental da fé cristã.

Os dízimos e as ofertas nestes moldes que falamos (e não no da Velha Aliança, que gera ameaças e opressões da parte de alguns líderes desonestos) é o modelo mais ético, decente e coerente para a sobrevivência da igreja.

Toda instituição séria sobrevive de seus próprios membros e não de recursos externos e escusos. Tudo que a igreja faz deve ser financiado e gerido por receitas levantadas deliberadamente por seus próprios fiéis.

Suas edificações (que devem ser sempre modestas e necessárias), suas aquisições, seus projetos, o sustento de seus obreiros e suas campanhas missionárias devem ser garantidas pelos dízimos e ofertas levantados voluntariamente por aqueles que compõem a comunidade da fé.

Ao fazerem isto, estes colaboradores não estão assegurando nenhum lote no céu, não estão ganhando imunidade contra pobreza ou doenças, não estão negociando barganhas com Deus de qualquer espécie e muito menos estão fazendo nenhum indecente investimento para lucrarem valores maiores mais adiante. Este ensino é diabólico, criminoso, impostor, blasfemo e digno do nojo e do repúdio de todo autêntico filho de Deus.

Uma igreja que não se mantém decentemente por meio de seus dízimos e ofertas será tentada a angariar outros meios de sobrevivência e assim acabará sucumbindo à triste lógica dos nossos dias, onde verdadeiras empresas com nome de igrejas abrem e fecham portas às milhares todos os dias por todo país.

Sem falar que também serão formidáveis currais eleitorais para políticos nefastos compradores de votos.

Igrejas sérias recolhem dízimos de forma bíblica e ética, sem oprimir seus fiéis e sem mentir no verdadeiro valor e significado desta prática.

Temos orgulho em pastorear igrejas que recolhem seus dízimos e ofertas sem nenhum peso de consciência.

Há trinta anos não havia nenhuma polêmica em torno deste assunto, porque predomina o compromisso com Deus e com a moralidade bíblica. Hoje, temos empresários comandando igrejas e por isso o dízimo se tornou uma pauta maldita para muitos.

Voltemos á simplicidade do evangelho, sejamos honestos e decentes e todo dinheiro que circular em nossas igrejas será objeto de benção e não argumento de escândalo.

Pr. Reinaldo Ribeiro

Pb. João Placoná

domingo, 9 de abril de 2017

O que é a Semana Santa?


A Semana da Paixão (também conhecida como Semana Santa) é o tempo desde o Domingo de Ramos até o Domingo de Páscoa (domingo da Ressurreição). Semana Santa é assim chamada por causa da paixão com que Jesus voluntariamente foi à cruz para pagar pelos pecados de Seu povo.

Semana Santa é descrita em Mateus capítulos 21-27; Marcos capítulos 11-15; Lucas capítulos 19-23 e João capítulos 12-19.

A Semana Santa começa com a entrada triunfal de Jesus no Domingo de Ramos, montado em um jumento, assim como profetizado em Zacarias 9:9.

A Semana da Paixão continha vários eventos memoráveis. Jesus purificou o Templo pela segunda vez (Lucas 19:45-46), então disputou com os fariseus a respeito de Sua autoridade.

Depois disso, Ele fez o Seu Discurso das Oliveiras sobre o fim dos tempos e ensinou muitas coisas, incluindo os sinais de Sua segunda vinda. Jesus comeu a sua Última Ceia com os discípulos no Cenáculo (Lucas 22:7-38), depois foi para o jardim de Getsêmani para orar enquanto esperava que a Sua hora chegasse.

Foi aqui que Jesus, depois de ter sido traído por Judas, foi preso e levado para os julgamentos diante de vários sacerdotes, Pôncio Pilatos e Herodes (Lucas 22:54-23:25). Após os julgamentos, Jesus foi açoitado nas mãos dos soldados romanos.

Em seguida, foi forçado a carregar o Seu próprio instrumento de execução (Cruz) pelas ruas de Jerusalém, ao longo do que é conhecido como a Via Dolorosa (caminho das Dores). Jesus foi então crucificado no Gólgota no dia antes do sábado, foi sepultado e permaneceu no sepulcro até domingo, um dia depois do sábado, e, em seguida, gloriosamente ressuscitou.

Esse tempo é conhecido como Semana Santa porque foi quando Jesus Cristo realmente revelou a Sua paixão por nós através do sofrimento pelo qual voluntariamente passou a nosso favor.
Qual deve ser a nossa atitude durante a Semana Santa?

Devemos ser fervorosos em nossa adoração a Jesus e em nossa proclamação de Seu Evangelho!
Assim como Ele sofreu por nós, igualmente devemos estar dispostos a sofrer para poder segui-Lo e proclamar a mensagem de Sua morte e ressurreição.

GotQuestions.org/Português
Pb. João Placoná











quinta-feira, 6 de abril de 2017

Você não respeita todas as religiões?

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Não, eu não respeito todas as religiões, e nem seria sensato agir assim, apesar da frase "Respeito todas as religiões" parecer politicamente correta.

Posso e devo respeitar pessoas, mas não sou obrigado a respeitar suas religiões, palavras e atos.

Os antigos astecas, por exemplo, sacrificavam pessoas e algumas tinham o coração arrancado do peito ainda vivas pelas mãos do sacerdote. Era tanta gente trucidada em cada sessão que seus arquitetos aprimoraram o projeto das pirâmides. Acrescentaram em algumas uma canaleta por onde o sangue podia formar uma enxurrada sem comprometer a segurança da escadaria, evitando que alguém escorregasse nela.

Não seria nem um pouco politicamente correto respeitar tamanha crueldade, não é mesmo?

Mas talvez você diga que respeita todas as religiões que não sejam cruéis como a dos astecas. Qual, por exemplo?

Experimente trocar "religiões" por "medicamentos" para ver o que acontece. Você estaria disposto a aceitar qualquer medicamento, mesmo os falsos que poderiam causar danos à sua saúde? Ou que fossem apenas placebos sem efeito algum?

Neste caso você poderia estar respeitando todos os medicamentos, mas não seria uma atitude de respeito para com seu dinheiro.

Já que estamos falando da crueldade do sacerdote asteca de arrancar o coração da vítima do sacrifício, o que você diria se ele arrancasse também dela a possibilidade de sua salvação eterna?

É isso que faz uma religião falsa, que engana seu seguidor até ele se encontrar perdido no pós-vida. Se estivermos falando em graus de crueldade eu diria que nada pode ser mais cruel do que uma pessoa, doutrina ou religião que engane seus seguidores fazendo com que se percam eternamente.

Outro problema de achar que todas as religiões que não arranquem o coração da vítima devem ser respeitadas é perder de vista o que uma pessoa busca encontrar numa religião. Embora a grande maioria esteja interessada em algum paliativo momentâneo para sua saúde, finanças e relacionamentos afetivos, existem aquelas que estão realmente interessadas em seu destino eterno.

Como você se sentiria se pedisse informações de que ônibus tomar para um determinado destino e depois descobrisse que gastou seu único dinheiro numa passagem para um destino contrário ao que pretendia?

Jesus declarou: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." (Jo 14:6).

Responda rápido: (A) Jesus estava enganado, (B) Jesus estava mentindo ou (C) Jesus estava falando a verdade. Se responder "A" ou "B" é melhor passar longe da Bíblia, porque o tema dela é Jesus, o Salvador, e seria insensato crer em um livro sobre alguém que estava enganado ou era propenso a enganar. Mas se respondeu "C" você acaba de descartar todas as religiões, caminhos e verdades que não sejam a própria Pessoa de Cristo.

Eu até compreendo que, depois de escutar que só Jesus é o caminho, a pessoa que diz que "Respeita todas as religiões" esteja querendo parecer politicamente correta. Mas se ela tiver um mínimo de inteligência irá perceber que sua afirmação é a mais soberba, prepotente e ofensiva possível. Por que?

Primeiro, ela está declarando conhecer todas as religiões para saber que nenhuma delas arranca corações. Você acha que existe alguém assim na face de um planeta com milhares de crenças?

Segundo, ela terá acabado de dar um tapa na cara de quem disse que só Jesus é o caminho, porque pelo menos esta crença terá desrespeitado, pois se a respeitasse teria de considerar todas as outras estão erradas, o que invalidaria sua tese de que todas são corretas.

Portanto, pela mesma razão que alguém de sã consciência não tomaria qualquer ônibus sem ter a certeza de seu destino, não tomaria um medicamento sem verificar sua eficácia, e nem aceitaria dinheiro visivelmente falso, é uma grande bobagem dizer que você respeita todas as crenças.

sto porque já não está respeitando a declaração de Jesus, de que somente ele é o caminho, a verdade e a vida e ninguém vai ao Pai a não ser por meio dele. Talvez você pudesse ter dito que respeita todas as pessoas, independente de sua religião, e aí estaríamos de comum acordo.

Eu também respeito todas as pessoas, até o sacerdote asteca. Mas neste caso, se ele estender sua mão para me cumprimentar eu vou proteger meu peito.

Sinto muito por você e por todas as outras pessoas que "respeitam todas as religiões", porque isso demonstra que não creem em Cristo como ÚNICO Salvador.

Se Jesus não estava enganado, não mentiu, e disse a verdade, então outras afirmações dele também irão selar o seu destino eterno. Quais? Estas:

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus." (Jo 3:16-18)

Tem certeza de que é sensato embarcar em qualquer ônibus que passar ou tomar qualquer medicamento que encontrar?

Não seria melhor conferir antes se o destino daquele ônibus é o mesmo que você pretende e se o medicamento é eficaz, e não se trata de um placebo ou até de um veneno?

Você só tem uma chance de acertar, porque a morte irá selar seu destino eternamente, e sua escolha aqui terá feito toda a diferença. No final Deus não irá cobrar de você se foi politicamente correto, mas se creu no Filho dele, por meio de quem deu todas as evidências necessárias para você saber que era genuinamente o único capaz de salvar eternamente o pecador que vai a ele pela fé.

Mas o que difere o cristianismo bíblico de todas as religiões?

O cristianismo é a única crença que se distingue de todas as outras, porque ainda que todas tenham em vista uma salvação eterna, seja por purificação, evolução, reencarnação ou o que quer que tenha como alvo, apenas o cristianismo bíblico não tem o esforço próprio como meio para se alcançar esse fim. O verdadeiro evangelho, ou "boa nova", coloca o homem na condição de totalmente inapto de fazer qualquer coisa para "religar-se" (daí vem a palavra "religião") a Deus.

O verdadeiro evangelho da graça de Deus mostra que você é um pecador tão perdido quanto alguém que caiu num poço profundo e não tem uma escada para sair.

No verdadeiro evangelho é Deus que, por meio de Jesus e sua morte e ressurreição, apaga suas transgressões, dá a você uma nova vida e lhe capacita a morar na esfera celestial. E tudo isso vem pela fé em Jesus, uma fé que nem sequer brota na pessoa convertida, mas que é um dom de Deus.

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus." (Ef 2:8)

Todas as religiões são como alguém gritando lá em cima na boca do poço: "Saia daí, se esforce, você consegue!".

O verdadeiro evangelho mostra como Jesus foi ao fundo do poço para lhe buscar. Agora vem a melhor parte: Jesus não faz isso enquanto você estiver tentando dali por seus próprios meios, mas apenas quando desistir de salvar-se a si mesmo.

Afinal, como poderia o evangelho ser chamado de boa notícia se colocasse em você o encargo de se salvar?

A salvação por graça é isso mesmo, um presente que você recebe de Deus ao reconhecer que não tem meios para pagar por ele. O evangelho não poderia ser chamado de "evangelho da graça de Deus" se fosse uma lista do tipo: "Vá até a loja, escolha o presente, pague com seu cartão". Aí já não seria graça e nem boa notícia.

Mario Persona

Pb. João Placoná