segunda-feira, 3 de março de 2014

Qual o Evangelho que você prega?

“Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho. O que ocorre é que algumas pessoas os estão perturbando, querendo perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós ou um anjo dos céus pregue um evangelho diferente daquele que pregamos a vocês, que seja amaldiçoado!” (Gálatas 1:6-8)

Esse tema é muito pertinente, profundo e sério, pois trata de vidas e de eternidade!

Evangelizar é preciso, mas também é preciso que se tenha uma preparação e consagração para isso.

Consagração é importante, pois precisamos deixar que o Espírito Santo fale por nós, e não que o evangelho seja um produto de nossos próprios lábios.

O que quero dizer é que, hoje, muitas pessoas estão evangelizando de maneira errada. Estão apresentando um evangelho diferente do que Jesus quer que vivamos.

Muitas vezes, por falta de conhecimento, de preparação ou porque são eles mesmos uma resultante do falso evangelho que tentam reproduzir.

O que está errado?

As pessoas estão apresentando um Jesus que cura, que proporciona alegria, paz e sucesso. Sim, Jesus é poderoso para proporcionar todas essas bênçãos aos filhos de Deus.

Entretanto, essa não é a mensagem central do evangelho. Assim como Ele concede tais coisas, no atributo de Sua soberana vontade, em circunstâncias reservadas a si mesmo, Ele também não as concede.

Por qual motivo você aceitou a Cristo? Para usufruir do conforto e das delícias deste mundo que não é nosso ou foi por amor a um Jesus que morreu por você, perdoou seus pecados e lhe deu acesso à vida eterna?

De fato, muitas pessoas "aceitam a Jesus" buscando prosperidade, conforto e alegria. São os frutos orgulhosos da imensa pescaria realizada pelas modernas igrejas com seus métodos mesclados à aparência do mundo.

No entanto, uma multidão proporcional está se desviando. Em média 2/3 das pessoas que passam a fazer parte de alguma igreja evangélica, voltam pouco tempo depois para o caminho mundano. Por quê?

A resposta está no “evangelho” que as conquistou. Pessoas que chegam a Cristo motivadas por barganhas, movidas por interesses pessoais ou porque apreciaram uma balada gospel ou show musical, ficam na igreja apenas o tempo necessário para que isso deixe de ser uma novidade ou que desacreditem na promessa que as iludiu.

Desfazendo-se o encanto do “marketing evangelístico” que as ludibriou, elas se decepcionam, voltam para o mundo e quase sempre se tornam pessoas blasfemas e inimigas do evangelho.

Quem não ganha uma alma para Cristo do modo adequado, fabrica sempre um inimigo do evangelho.

O próprio Senhor Jesus falou claramente a respeito:

"E o que foi semeado nos lugares pedregosos, este é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e sobrevindo a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza."  (Mateus 13:20-21)

Quando vêm as provações, as lutas, as dificuldades, logo se desviam. Pois não têm raízes, não aprenderam que o caminho que nos leva a Deus é o caminho estreito, da renúncia, da santidade, da abnegação, da humildade e, acima de tudo, um caminho de cruz.

Antes de batermos no peito e bradarmos com jactância que estamos evangelizando, precisamos avaliar que evangelho e que Jesus estamos apresentando ao mundo.

Jesus chegou a afirmar que Ele é a verdade. Isso significa que existe algo mais importante que lotar igrejas. Existe algo mais valioso que encher uma casa de espetáculos onde haverá um show gospel.

Existe algo de maior relevância que construir catedrais e palacetes. Existe algo bem mais fundamental que propagar um conceito religioso.

Trata-se de falar a Verdade, que é Jesus, que se traduz num único e santo evangelho e que redundará na devida e terrível eterna punição para todos aqueles que de modo maldoso manipulam métodos e contabilizam lucros terrenos.

Ainda que sejam poucos os nossos, que sejam todos verdadeiros. Ainda que seja humilde nossa pregação, que seja ela a exata expressão do reino de Deus! 

Pr. Reinaldo Ribeiro

Pb. João Placoná